4.30.2009
Caetano Veloso participa de novo trabalho de Mercedes Sosa
A cantora Mercedes Sosa comentou sobre seu novo trabalho em entrevista ao jornal argentino "El Clarín". Com participação de diversos músicos e cantores, os brasileiros Caetano Veloso e Daniela Mercury participam do trabalho.
Sosa também recebeu colaborações de diferentes gerações da música hispano-americana, como Gustavo Cerati, e comentou que a diferença não faz nenhum efeito.
"Quando, há alguns dias, conheci Gustavo Cerati, com quem gravei "Zona de Promesas", foi como se nos conhecêssemos de toda a vida. No entanto, não dormi as duas noites anteriores, devido aos nervos", afirmou Sosa, segundo o "Clarín".
"Eu sou uma mulher de 73 anos. Creio nas pessoas. Nos jovens. Mas também me dá medo saber como me vão tratar", afirmou a cantora.
@mores bizarros
Pilar Fazito
Há coisas que merecem ser feitas ao menos uma vez na vida. Uma delas é entrar num site de relacionamentos. Vossa senhoria já entrou num? Então, entre. Você pode até não encontrar a sua alma gêmea, mas terá a oportunidade de fazer uma excelente observação antropológica sobre a fauna humana ou, no mínimo, dar umas boas gargalhadas.
Dizem por aí que muita gente acaba encontrando sua cara metade em sites de relacionamento. Todo dia aparece um caso desses na televisão, no rádio, na internet. Pessoalmente, entretanto, não conheço ninguém que tenha conseguido essa proeza, o que não quer dizer que a tentativa não valha a pena. De todo modo, sites de relacionamento são um laboratório para todo escritor, cronista, roteirista ou criador. Ali se vê todo tipo de gente, reunida em torno de um objetivo comum, embora muitas de suas expectativas sejam completamente irreconciliáveis e não correspondam à realidade.
A graça da coisa começa quando o sujeito se vê diante de um questionário um tanto insólito, condição sine qua non para se cadastrar no site, enviar e receber recadinhos românticos ou apimentados, flores e beijos virtuais. Acredito que o questionário não varie muito de site para site; a grosso modo, é algo mais ou menos assim: primeiro, você escolhe um apelido pelo qual será chamado. E aí vale tudo, de "sereia_turbinada" a "ursinhopimpão". A escolha do apelido, ou nickname, diz muito sobre as intenções ou a situação do candidato a cobertor de orelha e, pode-se dizer, é um dos elementos mais importantes nesse marketing pessoal. Ainda assim, parece que tem gente que não se toca. Não venha me dizer que uma "loiradocréu" é uma alma meiga e delicada, em busca de seu príncipe encantado. Do mesmo modo, "moreno_22cm" já diz tudo o que o cara tem a oferecer.
O passo seguinte é dizer como você é fisicamente e quais são os seus gostos e preferências, o seu hobby, a profissão, faixa de rendimentos, qual é a sua escolaridade, de que tipo de música e comida gosta, se é daqueles que gostam de uma balada ou se é mais caseiro etc. É claro que você pode omitir ou mentir nas respostas, mas suponhamos que você seja um sujeito sincero. E aí a gente percebe que a cor dos olhos, do cabelo, altura e peso não querem dizer nada. Nada mesmo.
Os gerenciadores desse tipo de site garantem que se você puser uma foto terá mais chances de receber flertes e mensagens e, consequentemente, encontrar o seu amor. Realmente, você receberá mais mensagens, já que os outros candidatos verão que seus olhos castanhos amendoados combinam bem com o seu rosto, ao contrário dos estrábicos olhos azuis da "sereia_turbinada". Mas a gente sabe que foto é foto e nem sempre corresponde à realidade. Geralmente, ela achata em 2D todo o conjunto da obra, reduzindo em pixels traços, volume e movimentos naturais. Além disso, a gente sempre escolhe aquela foto de dois anos atrás, quando estávamos no auge do regime, ou aquela que retrata o nosso melhor ângulo. A foto maquia um momento de perfeição com a promessa de torná-lo eterno. Mas as pessoas não são seres de celulóide e aí é um "Deus nos acuda" quando o outro se toca que "Monalisa25" tem poros; e que esses poros secretam oleosidade ao longo do dia; e que isso resulta em espinha.
Mas vamos ignorar esses detalhes técnicos e supor que as fotos sejam fiéis ao retratar os usuários dos sites de relacionamento. Você põe lá uma foto sua e, uma hora depois, começa a receber uma enxurrada de e-mails, te chamando para teclar ou para conhecer melhor o outro, sem contar a quantidade de flores, beijos virtuais e de cantadas-padrão, algumas delas patéticas ou ofensivas (fazer o quê se o site só te dá aquelas poucas opções pré-formatadas enquanto você não resolve pagar a mensalidade básica e ter mais liberdade para escrever o que dá na telha?). Você começa a achar que é um sucesso e que todas aquelas pessoas que te mandam mensagens estão caidinhas por você. Então, de repente, se dá conta de que cada uma delas manda as mesmas flores e beijos virtuais para, pelo menos, mais uma dezena de outros nicknames e percebe que paqueras em sites de relacionamento estão mais para um tiroteio com balas perdidas do que para um jogo de dardos. Em outros termos: não existe um alvo; é todo mundo atirando para todo lado e contabilizando os mortos, ops, os flertes.
Mas vamos insistir na possibilidade de isso dar certo e imaginar que duas almas gêmeas possam se encontrar em meio a todo esse tiroteio. É bem verdade que, antes disso, "calcinha@corderosa" vai ficar indecisa entre "lobo_solitário492" e "pururucacomcerveja". O primeiro resume o que busca com a frase "vem me fazer feliz"; o segundo com "minha mãe diz que sou lindo". Ela resolve consultar o tarô e recorre à astrologia para confirmar o que as cartas disseram, até que se decide pelo "lobo_solitário492". Então, aceita encarar a difícil missão de levar felicidade a um maníaco depressivo que, provavelmente, já tentou o suicídio uma dezena de vezes e ainda acha que alguém tem a obrigação de salvá-lo de si mesmo. "Calcinha@corderosa" realmente acredita que é mais fácil lidar com isso do que ter uma sogra onipotente... Trocando seis por meia dúzia, ela está certa.
Eu me pergunto quantas vezes as pessoas devem esbarrar em suas almas gêmeas ao longo da vida, sem perceber. Quantos encontros com o amor predestinado são até mesmo desprezados porque o outro é incapaz de fazer concessões e reconhecer a metade da sua laranja. É incapaz, por exemplo, de aceitar que o amor da sua vida possa não ter os olhos verdes e o glúteo sarado, como ele sempre desejou. Ou que é calvo e tem aquela barriguinha protuberante. Ou que é vegetariano e isso não combina com seu carnivorismo convicto.
Se os usuários de sites de relacionamento conseguirem passar por todos esses obstáculos e ainda assim marcarem um encontro no mundo real, eles passam para outra fase. Uma fase que eu, particularmente, nunca experimentei, mas sei de gente que experimentou. E, segundo os relatos, o andamento da coisa depende dos objetivos de cada um. Há os que querem apenas uns amassos, uns "pégas", como se diz por aí. E, para esses, não há nenhuma necessidade de abrir a boca, soltar o verbo e demonstrar o mínimo de inteligência.
Já para os que buscam relacionamentos mais duradouros, casos e namoros, existe todo um esforço para impressionar o outro e isso inclui uma desenvoltura comportamental, intelectual e sedutora que será avaliada mutuamente. No fim das contas, essa espécie de "dança do acasalamento" demanda uma logística e uma produção que não se resume a apenas um encontro. De todo modo, não importa que leve três ou quinze, a hora da verdade pode vir regada a álcool... Como se dizia na Antiguidade, in vino veritas.
É impressionante como uma taça de vinho ou dois copos de cerveja são capazes de deixar uma pessoa mais à vontade e fazer com que ela ponha de lado toda a sua armadura e os artifícios usados para impressionar o outro. Um certo amigo que o diga, quando percebeu, no terceiro encontro, que a dama escultural que conheceu num desses sites de relacionamento se transformou em gata borralheira de baile funk após algumas goladas. Como em um passe de mágica, os palavrões e as gírias começaram a brotar aqui e ali, assim como a intimidade com o garçom e o resto do bar. A elegância refinada deu lugar a tapas na mesa de metal, gargalhadas sonoras, assuntos tacanhos e um sotaque-brechó que fez meu amigo desaparecer do mapa e nem mesmo ligar no dia seguinte... "Homens, bah!"
Não o culpo. Também não a culpo. Fazer concessões a diferenças é uma coisa, forçar a convivência com quem não tem absolutamente nada a ver com a gente é outra. A vontade de ser aceito e de ter alguém para chamar de seu, às vezes, faz com que a gente encene muitos personagens e represente aquilo que não é.
Apesar de tudo, entrar em sites de relacionamento ainda é uma experiência divertida e, sobretudo, muito instrutiva. A gente começa a relativizar a importância das coisas, aceita que ninguém é perfeito e, por fim, percebe que é mais fácil achar a "tampa da nossa panela" no dia a dia, por meio do nosso círculo de amizades ― em vez de achar que o destino se encarregará de nos trazer o outro embrulhado de presente, via sedex, na cor e no modelo escolhido pela internet. Afinal, não é que falte homem e mulher no mundo, o que falta é aceitá-los como são.
Geraldo Azevedo na Virada CulturalGeraldo Azevedo na Virada Cultural de São Paulo
É autor de Dia Branco, Caravana, Juritis e Borboletas, Tempo Tempero, Bicho de 7 Cabeças, Arraial dos Tucanos, entre muitas outras. Show dia 2, Av. São João. inícioàs 21h.
A banda japonesa Casiopea, juntamente com a dupla de bateras Akira Jimbo e Hiroyuki Moritake, que formam o duo Syncronized DNA, mostra neste DVD duplo que japonês também tem suingue. Com um repertório baseado no funk que apesar de instrumental soa um tanto pop, o grupo abusa dos grooves funkeiros a tal ponto que se só tivéssemos acesso ao áudio juraríamos serem americanos tocando. Sem entrar no mérito de soar meio cópia ou que a banda deveria ter mais influência da música de seu país nas composições o show é de uma competência com execução brilhante por parte dos músicos . A dupla de bateristas mostra uma precisão absurda dando a base perfeita para os clichês do guitarrista Issei Noro e do tecladista Minorij Mukaia. O baixista Yoshihiro Naruse é um show a parte e fecha o primeiro disco com um solo descomunal onde interage com a platéia, descendo do palco e tocando no meio dos espectadores. A única observação negativa, por ser um show com vinte temas com levadas comuns é que as vezes soa repetitivo, mas para quem gosta do estilo é um prato cheio. Esses japoneses nos mostram que realmente a música não tem fronteiras.
4.29.2009
A Miúcha de João Gilberto, de Vinícius e de Tom Jobim
Miúcha, irrefreável artista, cantora descobre que foi a única a cantar e gravar com os três parceiros e amigos.
Talvez poucos saibam que a cantora Miúcha, imprescindível voz de nossa memória coletiva, fora a única intérprete a entoar clássicos e gravá-los com João Gilberto, Vinícius de Moraes e Tom Jobim.
E não adianta procurar, dentre as várias vozes que se enamoraram do repertório desse trio que apaixonou a música brasileira - nem Nara, nem Astrud, nem Ana Lúcia, mas sim Heloisa Maria Buarque de Hollanda, “essa moça que todo mundo só trata de Miúcha”, como um dia afirmara o Tom, no histórico show do Canecão, em 77.
Miúcha, antes de mais nada, integra não só o inventário de nossa música popular, mas da história pessoal de cada um de nós: quem, quando criança, não se encantara com a “galinha” do LP Os Saltimbancos, ou não sentira o coração pulsar mais forte ao ouvi-la cantar “e você francamente, decididamente, não tem coração”, samba-canção de Custódio Mesquita re-significado, décadas depois da gravação original de Aracy de Almeida, por Tom e Miúcha. Ou então os temas de aberturas de TV que se incutiam em nossa cabeça, ensinando ao Brasil que “a gente vai levando, a gente vai levando”, e na dolorosa Maninha, em parceria vocal com o irmão Chico, ambos temas de Espelho Mágico, da rede Globo.
E não há pouco, as vozes de Miúcha e de Tom Jobim embalaram o séquito de homens e “mulheres apaixonadas’” numa abertura de TV, fazendo com que a moçada que escapara dos 1970 pudesse sair por aí cantarolando o Pela Luz dos Olhos Teus, letra e música de Vinícius, de repente atingindo instâncias populares pouco imagináveis, e possíveis, mediante à conhecida dificuldade encontrada pelos meios de difusão (tudo aquilo que já sabemos - rádios, sectarismos mercadológicos etc.).
Miúcha é dessas pessoas às quais a vida conspirou, e conspira diariamente, a seu favor. E não porque fora mulher de João Gilberto - com quem tivera a filha Bebel, hoje com carreira internacional -, e sequer por integrar uma casta na qual o talento parece percorrer as veias junto aos glóbulos - os Buarque de Hollanda (que nos rendera o pai Sérgio, principal historiador brasileiro, os filhos Chico - compositor que dispensa comentários-, Cristina - portentosa sambista que inventou um modo único de se cantar o gênero -, Ana de Hollanda - cantora e compositora de primeira linha -, e Pií, exímia fotógrafa dos 70-80, e cantora bissexta em projetos -, além, é claro, de Sérgio Filho e Álvaro, que direcionaram seus talentos para outras profissões; todos eles arregimentados pela extraordinária mãe Maria Amélia, amiga de Mário de Andrade, entre tantos, hoje com 99 anos).
Ah, e muito menos por ter corrido o mundo mostrando seu talento, até hoje, e tampouco por ter se tornado uma musa greco-carioca à qual os Deuses da música protegem. Não somente por tudo isso, mas sim porque Miúcha é um dos seres humanos mais raros e espetaculares que já conheci, e que faz da alegria e da vontade pela vida um ato de doação, de compartilhar, seja por meio de sua música, seja pelas palavras inteligentes que oferece aos amigos e aos colegas que, porventura, pode acabar de conhecer naquele instante, seja pela alegria registrada em discos e em imagens ao longo das décadas em que produziu e produz.
Parte dessa riqueza podemos conferir no recente lançamento Miúcha com Vinícius, Tom e João (Sony&BMG), relevante projeto do produtor Gil Lopes que, ao lado da cantora, reuniu uma astuta compilação com 11 canções que ratifica o encontro conceitual do disco. Segundo Gil, a idéia apareceu quando ambos perceberam “que só Miúcha cantou e gravou com João”; e, nesse caso, certamente “voz com voz”, na quentura de uma Izaura (de Herivelto Martins), que abre o roteiro do CD, no qual o casal dividia um samba há tanto adorado pelos dois.
João aparece ainda em Águas de Março, com Stan Getz musicalmente ressurgindo naquela oportunidade bossa-novista, com Miúcha explorando seu impecável inglês.
Falando desse projeto, em um de nossos últimos encontros, perguntei à cantora o motivo da não-inclusão de All of me (de Marks e Simons) e O que é O que é (desconhecido samba de Bororó e Evrágio Lopes - possivelmente uma pérola recolhida por João), ambas com o gênio ao violão, faixas pertencentes ao primeiro LP solo de Miúcha (homônimo, de 1980, RCA, nunca lançado em CD). Segundo a cantora, possíveis percalços com gravadoras (que atualmente se aglutinam a outras, fundindo arquivos, o que dificulta o trabalho de pesquisas mais amplas acerca de direitos e liberações), foram alguns dos responsáveis pelas faltas citadas. Mas quem sabe esse não seja o mote para um segundo volume dessa compilação, pois material de Miúcha com Tom e Vinícius não falta, sim?
Ainda nesse arrebol de canções, destacam-se com Jobim as memoráveis interpretações de Samba do Carioca, Vai Levando, Pela Luz dos Olhos Teus, Falando de Amor e Tiro Cruzado (atentes aos dois LPs que a cantora registrou com Jobim entre 77-79). Com o poetinha, nada mais que buscar na foz do encontro de 1977, musical gravado no Canecão no qual Vinícius (acompanhado da cantora, de Toquinho e Jobim), cantava com Miúcha as históricas Chega de Saudade e Se todos Fossem Iguais a Você, na época já grandes clássicos.
Ainda com Vinícius, Miúcha divide Minha Namorada, declaração de amor em forma de canção, e cujo sentimento dos intérpretes consegue atravessar os limites do áudio, possibilitando-nos imaginar a troca de olhares, as mãos recostadas, e tudo aquilo mais que o amor, quando aliado à felicidade, proporciona a todo ser humano, seja esse artista ou não.
Outro destaque do CD é para uma Miúcha compositora - a faixa Triste Alegria -, letra e música de sua autoria, com piano de Tom, e cuja letra afirma:
“Procuro um homem direito pruma moça toda errada,
alguém que saiba dar jeito nessa mulher tão coitada
que chora desesperada dentro do meu próprio espelho
com o olho sempre vermelho de quem já não enxerga nada…”
Segundo a cantora, no denso informativo do encarte, “só tive coragem de gravá-la por insistência do Tom, que gostava da música, ou pelo menos de um pedaço dela, que ele costumava repetir no bar, de braços abertos para o alto:
“de dia dela me esqueço, bebo chope, solto o riso,
converso com meus amigos, um certo descanso eu mereço…”
E ouvindo e re-ouvindo este novo projeto, bate aquela saudade do Tom, de um Brasil que ele tanto defendia e amava. Saudade da Pátria Minha, patriazinha de Vinícius. A vontade de ter um João que faça mais shows, e grave mais. Bate aquela saudade de um tempo que talvez muitos de nós não tenhamos vivido, mas que ânimas brasileiras, em constante atividade, chama e vulcão em plena fervura como Miúcha, lutam para manter vivas, rastreando pólvora e fogo em mil pentagramas de nossa cultura.
Egberto Gismonti em foco
Egberto Gismonti procurou, acima de tudo, ser livre para ter suas próprias idéias e não ter medo de sua própria música. A consequência disso é a sua disposição a repassá-la adiante, sem restrições, para quem quiser conhecê-la e ouvi-la.
Durante o III Festival Instrumental de Guarulhos, que se encerrou neste último fim de semana, uma das principais atrações entre os consagrados músicos convidados para fechar os encerramentos das eliminatórias, foi Egberto Amin Gismonti.
Compositor, multi-instrumentista e arranjador, vindo de uma família de músicos na pequena cidade interiorana do Carmo, no estado do Rio de Janeiro, filho de pai libanês e mãe italiana, é considerado no cenário musical internacional um dos maiores compositores brasileiros na ativa de música instrumental.
Das diversas fontes que bebeu e caracterizaram sua formação - do convívio com Nadia Boulanger a aos índios no Alto Xingu - Egberto Gismonti procurou, acima de tudo, ser livre para ter suas próprias idéias e não ter medo de sua própria música. A consequência disso é a sua disposição a repassá-la adiante, sem restrições, para quem quiser conhecê-la e ouvi-la.
HÉLIO DELMIRO NO JAZZ VILLAGE BISTRÔ
O refinamento técnico que proporcionou a Hélio Delmiro reconhecimento internacional como instrumentista nunca esteve dissociado de uma peculiar sensibilidade. Ao fazer a emoção brotar das cordas, é capaz de contaminar público e companheiros de palco. Dele, falou Elis Regina: "Esse bicho é um dos poucos músicos que faz segurar meus próprios impulsos de cantar. Às vezes me comove tanto com um solo, que chego a querer ficar em silêncio, para o público não perder da memória o que acabou de escutar".
Em 1978, na primeira edição do festival de jazz São Paulo- Montreux, Coryell foi às lágrimas durante a apresentação do trio de violões formado por ele, pelo parceiro Philip Catherine e por Delmiro, em participação especial. Na ocasião, Coryell alinhou o brasileiro ao lado de ícones da guitarra como Wes Montgomery, Joe Pass e Charlie Christian. A performance no festival valeu a Delmiro a inclusão naquele ano no ranking da prestigiada revista "Down Beat" como um dos cinco melhores do mundo em seu instrumento.
Toda a trajetória dos 48 anos de carreira profissional teve origem em 1952, quando aos 5 anos de idade, ganhou um cavaquinho do irmão mais velho, Juca, e começou a aprender a arte de dominar as cordas com o outro irmão, o violonista Carlos Delmiro. Profissionalmente, se inciou aos 14 anos, tocando em bailes do subúrbio carioca. Aos 18 anos, fundou o grupo Fórmula 7, presença freqüente nos programas de TV da época (Rio Jovem Guarda - Chacrinha – Jair de Taumaturgo), com um repertório inspirado no Soul norte-americano.
A maturidade musical, porém, chegou na segunda metade dos anos 60, após ingressar no quarteto do saxofonista Victor Assis Brasil, a convite do próprio, impressionado com o talento de Delmiro ao vê-lo tocar em uma boate na zona sul do Rio. Desde então, o prestigio conquistado no meio do jazz acelerou a trajetória ascendente do instrumentista, transformando-o num dos músicos de estúdio mais requisitados pelos principais nomes da MPB.
O show de Hélio Delmiro no Jazz Village Bistrô, que funciona no Hotel Pequena Suécia, abre a programação de maio da casa, que terá ainda apresentações de Zé Alexandre (dia 09); Ju Cassou (dia 16), lançando o CD "Live in Germany"; André Whately e o espetáculo "Vinísius de Moraes... É Demais!", (dia 23); e Victor Biglioni no dia 30.
Serviço
Jazz Village Bistrô
Hotel Pequena Suécia
Rua Toivo Suni, 33
Penedo – Itatiaia - RJ
Fone: (24) 3351-1275
Disco traz gravações históricas e inéditas de Dolores Duran
Ao lado de Dolores estavam Baden Powell, Manoel da Conceição (o Mão de Vaca) e Chiquinho do Acordeom. O encontro foi documentado em fita analógica de rolo por Geraldo Casé, um dos pioneiros da televisão brasileira e amigo de Dolores na TV Rio, onde ele a dirigiu em "Visitando Dolores". A pesquisadora Ângela Almeida descobriu as gravações no fim dos anos 90 e, no início de 2000, teve ajuda para obter os direitos das músicas para transformar tudo em disco.
Agora, "Dolores Duran entre amigos" chega às lojas pela Biscoito Fino depois de 300 horas de transcrição e masterização dos fonogramas em estúdio.
"Uma oportunidade única de ouvir Dolores Duran no exercício pleno do instrumento que dominava como poucos: a voz", define a pesquisadora Ângela Almeida no encarte do disco.
O CD ainda traz três faixas-bônus captadas de outro sarau, promovido pelo casal Raul e Helenita Marques de Azevedo. São registros de "Body and soul", "Eu sem você" e "Praça Mauá" (as duas últimas compostas pelo então estudante de arquitetura Billy Blanco) feitos no início de 1949, antes de Dolores começar a cantar profissionalmente no palco da boate Vogue ou na Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Um tempo em que uma das maiores vozes brasileiras ainda era chamada pelo seu nome de batismo, Adélia.
Fonte:O Globo
Miriam Samorano
Cachaças do Vale do Paraíba serão vendidas no exterior com selo de qualidade, graças ao Sebrae.
Os produtores de cachaça do Médio Paraíba, região com a maior produção do estado, preparam-se para romper as barreiras do Vale do Café e começar a vender seus produtos em outros países. A exportação da purinha é mais uma das metas do projeto Cachaça de Alambique do Médio Paraíba, desenvolvido pelo Sebrae. Este ano o Sebrae iniciou um processo para formalizar a fabricação e capacitar os empresários. (De 35 produções de cachaça de alambique, apenas 5 são formais.) O próximo passo é criar o selo Cachaça do vale do Paraíba para fortalecer a produção regional e criar identidade geográfica para o produto.
Origem da feijoada alimenta discussões.
Historiadores afirmam que prato copia a receita de portugueses e que escravos comiam farinha com água.
Depois de separar as carnes nobres, os senhores de engenho e das minas de ouro, além dos barões do café do século XVIII, davam aos escravos as sobras, como miúdos e pedaços de carne que não usariam. Os negros misturavam ao feijão para reforçar seu alimento. Com o tempo foram aperfeiçoando, até se tornar o prato mais popular da culinária brasileira.
Esta versão é contestada por historiadores, que dizem ser a feijoada uma criação inspirada no cozido português. Segundo os eles a comida de escravos era à base de farinha de mandioca ou milho com água, raramente comiam carne e em manuais do século XIX sobre alimentos dos escravos não se refere ao feijão. Os negros escravizados eram alimentados três vezes por dia para suportarem a carga de trabalho. E, que também, os miúdos já eram valorizados na época, contestando assim a história da criação da feijoada e alegando ser puro romance. Até hoje não se sabe ao certo a origem da feijoada. Mas, de fato é um prato brasileiro.
Fábrica de sucos chega à Conservatória.
No segundo semestre, Conservatória ganhará uma fábrica de sucos que, inicialmente, vais gerar 75 empregos diretos. O empresário Bento Pires, o Bentinho, de 61 anos, e o engenheiro industrial Carlos Roberto Afonso, de 58 anos, sócios no empreendimento, aguardam as licenças ambientais e da prefeitura para começar as obras. A previsão é que a obra comece em junho e a fábrica comece a operar no fim do ano.
Fonte: Jornal O Globo - Vale do Paraíba (domingo 26/04/2009)
VEJAM A DESCONTRAÇÃO DE TOM E CAYMMI NO ENSAIO NA CASA DO TOM NO JARDIM BOTÂNICO EM 1991.
Eles cantam Maracangalha e Saudades da Bahia, ambas de Caymmi, juntamente com o pessoal da Banda Nova.
Vemos portanto : Paulo Jobim ao Violão,Danilo Caymmi na flauta e voz,Sebatião Neto(Tião Neto) no baixo e mais Paula Morelenbaum,Ana Lontra Jobim,Maucha Adnet,Simone Caymmi (vozes)
4.28.2009
John Lennon, por Sean Lennon (e Philip Norman)
JOHN LENNON - A VIDA
Autor: NORMAN, PHILIP
Tradutor: MUGGIATI, ROBERTO
Editora: COMPANHIA DAS LETRAS
Assunto: BIOGRAFIAS, DIARIOS, MEMORIAS & CORRESPONDENCIAS
Disco de Milton Nascimento e irmãos Belmondo traz boas releituras
João Pimentel
RIO - Certo dia, Milton Nascimento recebeu alguns CDs dos irmãos Lionel e Stéphane Belmondo, saxofonista e trompetista considerados dos melhores músicos franceses contemporâneos. Gostou do trabalho que eles fizeram junto a um coral lituano e de sua sonoridade. Pouco tempo depois, chegava o convite para um encontro, ocorrido meses depois em Paris. Sob a regência do maestro Christophe Mangou e acompanhados pela Orquestra Nacional da Île-de-France, Milton, os Belmondo e seus músicos fizeram um show e, em seguida, entraram em um estúdio para regravar oito canções do artista mineiro de forma bem intimista. O resultado de "Milton Nascimento & Belmondo" (Biscoito Fino), para o mineiro, sintetiza bem o sentimento que permeou o encontro.
" Foi o disco que eu gravei que mais teve choro, inclusive o meu. Situações emocionantes, momentos musicais sensíveis, encontros felizes "
- Foi o disco que eu gravei que mais teve choro, inclusive o meu. Situações emocionantes, momentos musicais sensíveis, encontros felizes - lembra Milton, que sonha em aproveitar o Ano da França no Brasil para realizar o mesmo show, com uma orquestra brasileira, por aqui.
Entre os momentos que emocionaram Milton, um está ligado a uma sanfoninha de oito baixos, presente de sua madrinha, a responsável pela sua iniciação musical. Milton, criança, brincava de acompanhar o canto de sua mãe, em Três Pontas. Como o instrumento não tinha bemóis e sustenidos, ele complementava as notas com seu canto.
4.27.2009
Palace São Paulo 13 de abril de 1994 João Gilberto: Violão/Voz Pra Machucar meu Coração Ary Barroso
Palace São Paulo
13 de abril de 1994
João Gilberto: Violão/Voz
Pra Machucar meu Coração
Ary Barroso
Tá fazendo um ano e meio, amor
Que o nosso lar desmoronou
Meu sabiá, meu violão
E uma cruel desilusão
Foi tudo que ficou
Ficou
Prá machucar meu coração
Tá fazendo um ano e meio, amor
Que o nosso lar desmoronou
Meu sabiá, meu violão
E uma cruel desilusão
Foi tudo que ficou
Ficou
Prá machucar meu coração
Quem sabe, não foi bem melhor assim
Melhor prá você e melhor prá mim
O mundo é uma escola
Onde a gente precisa aprender
A ciência de viver prá não sofrer
UM VÍDEO PARA SER VISTO E DIVULGADO
Cantoras de jazz homenageiam o Brasil
É antiga a relação de amor entre o jazz e a música brasileira, que ainda hoje dá mostras de que o namoro é mesmo firme e que os gêneros continuam se misturando. Prova disso são os álbuns recentemente lançados pela norte-americana Jane Monheit{foto} e pela canadense Diana Krall, ambos trazendo composições de nomes consagrados da bossa-nova e da MPB.
Uma viagem ao Brasil em 2007 foi o que inspirou Diana Krall a dedicar seu 12º disco à bossa-nova -inclusive ela esteve por aqui novamente no ano passado, cantando em homenagem ao aniversário de 50 anos do gênero musical e gravando um DVD, intitulado "Live in Rio", que está previsto para sair em maio.
O disco de Diana Krall ganhou o nome de "Quiet nights", título em inglês para "Corcovado", e traz no encarte uma grande foto do Rio de Janeiro. O repertório faz um mix de clássicos do jazz, como "Where or when", famosa na voz de Frank Sinatra, com canções de Tom Jobim, como "Garota de Ipanema", que ganhou adaptação e virou "The boy from Ipanema", e " Este seu olhar", cantada num português macarrônico. Além, claro, da canção que dá nome ao CD.
O disco traz ainda "So nice", versão em inglês de "Samba de verão", assinada pelos irmãos Marcos e Paulo Sérgio Valle. E conta com a participação do arranjador Claus Ogerman, que trabalhou tanto com Sinatra quanto com Jobim.
Já Jane Monheit, em "The lovers, the dreamers and me", segue basicamente a mesma receita, só que ao invés de Tom Jobim, canta Ivan Lins, compositor de quem é fã desde sempre e cujas músicas tem o hábito antigo de gravar. Enquanto sustenta seu repertório de jazz com "Get out of town", de Cole Porter, traz uma versão em inglês de "Acaso", de Lins.
O excelente português da cantora -de voz magistral- só pode ser ouvido algumas faixas depois, em "A primeira vez" (de Bide e Armando Marçal), na qual ela se arrisca num simpático samba. Em 2007, a cantora já havia lançado um disco com fortes influências brasileiras, mostrando parcerias com Sérgio Mendes e Ivan Lins, além de apresentar uma canção de Jobim, "Só tinha de ser com você".
A surpresa deste seu novo disco fica por conta da música de abertura, "Like a star", composta por Corinne Bailey Rae, famosa pelo hit "Put your records on".
Paulinho da Viola e Clara Nunes se encontraram em um musical para o Fantástico, exibido em março de 76. No auge de suas carreiras, os dois combinaram seus sucessos, que já eram muitos, em um pot-pourri exclusivo.
"Foi Um Rio Que Passou em Minha Vida"
"O Mar Serenou"
"Argumento"
"Tristeza Pé no Chão"
"Pecado Capital"
"Menino Deus"
"Guardei Minha Viola"
"Conto de Areia"
TV Globo, 1976.
Zii e Zie - Novo CD enfatiza um Caetano lucidamente corrosivo
por Heron Coelho
Que Caetano Veloso é atemporal e multimídia, que sua obra se renova a cada trabalho, que suas opiniões podem ser por vezes controversas e, quem sabe, acintosamente “erráticas”, que sua presença é fundamental para a compreensão da história cultural do país, tudo isso e mais um pouco constituem fatores de conhecimento geral, mesmo para aqueles que se dizem enfastiados do artista mas que, às escuras, busca Caetano em suas inúmeras interfaces - e, saiba-se, temos “Caetanos” para todos os gostos, como na canção antropofágica de Adriana Calcanhoto para o poeta - Vamos comer Caetano?
Sim, porque só uma “devoração” gozosa é capaz de nos levar ao âmago da criação de Caetano, principalmente desse “novo” que se apresenta em Zii e Zie (Universal Music), recente álbum que expõe algumas de suas composições experimentadas anteriormente na internet (em blogs e sites).
E agora adjuntas a um bojo de outras canções que, ao serem contempladas na ordem seqüencial do disco, traçam conceitualmente um quadro de nossa condição humana atual, a do homem contemporâneo diante de uma realidade universal, cerceado pela necessidade de uma atitude que, simbolicamente, torna-se cada vez mais inatingível.
Numa tênue contigüidade experimental similar ao antológico Cê, de 2006, o novo Zii e Zie se amplia em diferentes abordagens temáticas, conseguindo explorar nuances anímicas constantes na obra do compositor - a presença do amor, do erotismo, do desejo -, porém articuladas, e vinculadas, a temas densamente políticos e sociais, como em Perdeu, na qual se pari, cospi e expeli “um deus, um bicho, um homem”, personagem assumidamente situado entre a mítica pândega e a marginalidade destino-único da vida real, sem a alegoria de um Meu Guri, de Chico Buarque, cujas temáticas se assemelham, mas em Perdeu com foco condicionado distanciadamente, como numa narrativa filmográfica.
Flashs e retratos nesse mesmo viés temático reaparecem na corrosiva Falso Leblon, na qual o interlocutor se desnorteia entre “ecstasy (bala), balada”, “drogas” e a “vã cocaína” à qual se nega, inventário obscuro que se contrapõe ao idílico teor poético do refrão: “Ai amor /Chuva num canto de praia no fim / Da manhã / E depois de amanhã?”. A “Pasárgada, “Youkali”, ou a “Maracangalha” do poeta se revela como uma ponta de expectação no caos de uma Leblon falseada.
Mas a acidez crítica dessa cosmovisão atinge seu ápice em A Base de Guantánamo, na qual Caetano traz à tona, e ao conhecimento de novas gerações, a existência duradoura da base naval criada pelos norte-americanos, no sudeste de Cuba (antes da entrada de Fidel Castro - a ocupação fora em 1903), onde prisioneiros iraquianos, do Afeganistão, entre outros, mantêm-se exilados e torturados, com seus direitos humanos desacatados pelas forças norte-americanas (tampouco a ONU consegue intervir nessa nevralgia histórica). Se em Haiti, política canção em parceria com Gilberto Gil (de 1993), a narrativa fazia emergir a realidade miserável tragicamente elidida pela soleira americana numa comparativa equivalência com a terra brasilis, A Base de Guantánamo sinteticamente anuncia a tônica histórica quase como um depoimento confessional, crua e curta, seguido de um refrão que, inevitavelmente, reitera-se numa ação hipnotizante:
Quem nunca escutou a expressão "o cabelo é a moldura do rosto"? A verdade é que os cabelos têm um papel fundamental na composição da nossa aparência.
Uma alimentação variada, rica em verduras, legumes, frutas, carnes e leite, fracionados devidamente durante o dia, respeitando o seu valor energético total não é só importante para a saúde, mas também para a beleza da sua pele, unhas e cabelos.
Problemas nutricionais deixam os cabelos secos, quebradiços e sem vida. E quando oleosos demais, podem representar uma dieta desequilibrada. Deficiências de algumas vitaminas e minerais também causam prejuízos, como queda de cabelos.
- Aminoácidos e Proteínas - Estimulam o crescimento e o fortalecimento dos cabelos. Encontrados em carnes, ovos, leite, derivados do leite, grãos.
- Cobre - Estimula o crescimento dos cabelos. Presente em nozes, castanhas e ostras.
- Ferro - Combate anemias e problemas dos cabelos relacionados a deficiências de ferro. Encontrado em fígado, gérmen de trigo, amêndoas, passas, feijão / lentilha e folhas escuras.
- Zinco - Estimula o crescimento dos cabelos e reduz a oleosidade. Presente na carne, gérmen de trigo, levedo de cerveja, nozes, gema de ovo
- Óleo de linhaça - Melhora a aparência e o brilho dos cabelos. Encontrado nos grãos de linhaça e nos pães feitos com grãos de linhaça.
- Complexo B, Vitamina C, Vitamina E e CoQ10 - Diminuem a calvície e deixam o cabelo mais bonito.
* Complexo B (soja, lentilha, gema de ovo, abacate, cenoura, semente de girassol, peixes),
* Vitamina C (acerola, goiaba, couve, brócolis, pimentão verde, espinafre, laranja, morango),
*Vitamina E (óleo de gérmen de trigo, óleo de girassol, nozes, amendoim)
*Coenzima Q10 (CoQ10) é essencial para a produção de energia de cada célula no corpo. Laticínios, carnes, aves, e peixes.
Sandra Helena Mathias Motta
Nutricionista
Centro – 3322–3715
Vila Nova – 3326-5487
sandranutti@yahoo.com.br
4.25.2009
O Movimento Que Não Terminou: Tropicália
Exposição no Rio de Janeiro mostra como a idéia lançada por artistas como Hélio Oiticica e Caetano Veloso influencia a cultura brasileira até hoje - e começa a repercutir em escala mundial
Marcelo Rezende
No início há uma palavra, Tropicália, e um encontro mítico: Hélio Oiticica e Caetano Veloso. O ano é 1967. Oiticica era um agente provocador das artes brasileiras e Caetano, um cantor jovem disposto a pôr suas idéias em circulação. Em abril, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro recebia a exposição Nova Objetividade Brasileira, e nela Oiticica apresentava a instalação Tropicália, um ambiente em forma de labirinto com plantas, areia, araras, um aparelho de TV e capas de Parangolé (um tipo de obra de arte feita para ser usada como roupa). Depois de "Tropicália, a obra", surge "Tropicália, a música". "Ouvi primeiro o nome Tropicália, sugerido como título para minha canção, do cineasta Luís Carlos Barreto, que me ouviu cantá-la em São Paulo e se lembrou do trabalho de um tal Hélio Oiticica. Resisti a pôr em minha música o nome da obra de um cara que eu nem conhecia", lembra Caetano Veloso. Depois da canção, "Tropicália, o disco". Lançado em 1968, o LP Tropicália: ou Panis et Circenses reúne Gilberto Gil, Caetano, Tom Zé, Gal Costa, Os Mutantes e Nara Leão. Tropicália foi ainda a moda colorida, um jeito feliz de namorar e um programa de domingo pela televisão. Surgia, assim, "Tropicália, o movimento". A história continua, 40 anos depois, com "Tropicália, a exposição". Tropicália — Uma Revolução na Cultura Brasileira (1967-1972) chega ao Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (o mesmo onde Hélio Oiticica, morto em 1980, aos 43 anos, exibiu sua obra fundadora) neste mês, após ter passado pelos Estados Unidos, Alemanha e Inglaterra. A exposição foi elaborada pelo Museu de Arte Contemporânea de Chicago e o Museu do Bronx, de Nova York, na esteira da redescoberta do trabalho e do pensamento de Oiticica a partir de meados da década passada. Os tropicalistas brasileiros conseguiram algo raro e poderoso na cultura: uma inesperada trapaça com o tempo. Hoje, a Tropicália interessa ao mundo. Do mesmo modo que Marcel Duchamp faz mais sentido para a arte agora do que Pablo Picasso (com sua concepção de que uma idéia é já uma criação artística), o Tropicalismo ganha neste início de século um caráter mundial. Mas o que aconteceu para que algo tão brasileiro passasse a ser tão sedutor?
A resposta começa com a globalização e a Internet. Num mundo cada vez mais multicultural e interativo, a colagem de gêneros e a participação do espectador preconizadas pela Tropicália fazem total sentido. Assim, para o curador da exposição, o argentino Carlos Basualdo, o Tropicalismo é algo que continua e oferece várias possibilidades. Por isso há na mostra o consagrado e o novo, e assim os brasileiros Oiticica e Lygia Clark estão confortáveis ao lado da artista contemporânea francesa Dominique Gonzalez-Foerster. E há também uma aproximação entre Gilberto Gil e Caetano Veloso com estrelas jovens da música pop atual, como o norte-americano Beck e a banda inglesa High Llamas.
"A Tropicália pode ser um item nostálgico numa revista de onda rock britânica: algo que foi'. Mas ela é algo 'que é' quando nem precisa ser lembrada pelo seu nome", diz Cae-tano Veloso. "Para mim, o próprio fato de esse acontecimento da cultura brasileira só ter começado a ser assimilado internacionalmente depois de décadas é prova de que sua complexidade exigirá trabalho de quem quer que se aproxime ", diz o cantor sobre esse ressurgimento no qual se misturam ineditismo, nostalgia e estratégias de mercado.
Revolta política
Para a cultura brasileira, a Tropicália foi um momento único. Para músicos e artistas de diferentes lugares, quatro décadas depois, é uma espécie de mapa em um planeta no qual as culturas se misturam e os valores culturais, morais e políticos parecem menos sólidos. (Leia ensaio sobre a Tropicália musical na pág. 38). Como afirma o norte-americano Beck, em sua canção Tropicalia, do álbum Mutations (1998): "Você não saberia o que dizer para si mesmo/ amor é a pobreza que não se vende/ a miséria espera em hotéis vagos/ser expulsa". Beck, que assume ter sido influenciado pela Tropicália, é um dos grandes inovadores da música pop atual. Seu último álbum foi lançado no final do ano passado pela internet, e os ouvintes poderiam fazer suas próprias versões das canções. É uma obra completamente interativa da música pop. Num certo sentido, nada mais tropicalista. E, aqui, Beck faz um cumprimento a Hélio Oiticica.
Hoje, nas mais diferentes bienais, não importa de qual nação, está presente o conceito de que arte significa não apenas o que se pinta, esculpe ou filma. Oiticica, já nos anos 60, punha essa idéia em movimento: "Sob a luz dos desenvolvimentos artísticos dos anos 1990 e 2000, o trabalho de Oiticica aparece como um precursor-chave", diz a crítica inglesa Claire Bishop, organizadora de Participation (2006), um volume com textos de autores que pregavam o fim da atitude passiva do espectador diante da obra de arte — em sintonia com o que, na esfera da música pop, Beck preconiza em seu trabalho. No livro está Oiticica: "Eu o escolhi porque seu trabalho continua como uma das mais bem resolvidas expressões de forma estética e revolta política realizadas na arte", diz ela.
Revolta e política, como diz Claire. E também poesia e beleza. Esses foram os elementos presentes em toda a trajetória de Hélio Oiticica, que em 1964 — ano do golpe militar no Brasil — se torna passista da Mangueira e passa a conviver intensamente com a comunidade do morro. Nos anos seguintes, reivindica uma arte que promova uma relação com aquele que a observa. Isto é, a grande arte é feita quando se constrói relações com quem a vê, e todas as diferenças, sobretudo de classe social, são abolidas. Um instante marcante é quando Oiticica cria a bandeira com a frase "Seja Marginal, Seja Herói", uma homenagem ao bandido Cara de Cavalo, assassinado pelo esquadrão da morte em 1966. O crítico Mário Pedrosa, no mesmo ano, no jornal Correio da Manhã, explica essa aproximação de Oiticica com a favela: "Foi durante a iniciação ao samba que o artista passou da experiência visual, em sua pureza, para uma experiência do tato, do movimento". Essa lição dada pelo samba está viva e presente na cena artística atual. Um exemplo: a 27a Bienal de Arte de São Paulo, realizada no ano passado, exibiu uma produção que reivindica o fato de que toda arte é política. Como no trabalho do artista tailandês Rirkrit Tiravanija (presente na mesma bienal), que apresenta em suas "exposições" jantares preparados por ele mesmo. Sua obra é promover encontros: "Não é o que você vê o mais importante, mas o que acontece entre as pessoas", diz. Oiticica é um dos precursores dessa idéia, a de que aproximar pessoas é uma forma de engajamento político.
A exposição no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro se compõe de mais de 250 objetos (obras, cartazes, poesia, roupas), divididos entre teatro, artes visuais, arquitetura e o impacto comportamental gerado pela Tropicália. Seu sucesso em Londres foi imenso, e provocou a reaparição de Caetano Veloso e Gilberto Gil na capital britânica, e foi até a ocasião para um reencontro dos Mutantes, que resultou num CD ao vivo. Mas esse ambiente de quase total aceitação pode conter ainda alguns problemas. Entre eles, o modo como a arte brasileira passa ser vista no exterior. "A crítica americana e européia, hoje em dia, é incapaz de escrever um só artigo sobre qualquer artista contemporâneo nacional, sem mencionar — sem a menor razão — o nome da Lygia Clark ou do Hélio Oiticica", diz o artista plástico Vik Muniz, um dos brasileiros mais reconhecidos no circuito mundial da arte. "Lygia e Hélio se transformaram na Carmen Miranda e no Pelé das artes plásticas no circuito internacional."
Outros artistas vêem algo positivo nesse interesse pela arte brasileira. "Acho que o mundo está se 'abrasileirando'. Na área cultural o ambiente internacional já sabe que existe uma produção de qualidade e originalidade feita nos trópicos", diz a artista brasileira Beatriz Milhazes, que tem seu trabalho identificado com o Tropicalismo, uma referência assumida por ela. "Pesquisas têm sido feitas para levantar possibilidades desenvolvidas por aqui, e que podem ser capitalizadas pelo pensamento europeu ou norte-americano. Tudo está ainda no começo", diz.
Música pop para o novo milênio, movimento definidor — para o bem e para o mal — de uma nova imagem do Brasil lá fora. Como resumir e explicar o Tropicalismo, cada vez mais atraente? Carlos Basualdo, curador da exposição Tropicália — Uma Revolução na Cultura Brasileira, diz que "cada vez que procuro definir o que é, falo algo diferente. Tropicália é a tentativa de buscar um lugar entre a indústria cultural, a vanguarda e a cultura popular". Para Caetano, a redescoberta mostra que a questão foi e permanece a mesma, de 1967 a 2007. A busca e a necessidade de invenção: " 'Uma criança sorridente, feia e morta estende a mão', como diz a letra da canção Tropicália. Porque a América Latina não tem futuro, a língua portuguesa não tem futuro, a África não tem futuro: então temos de inventar tudo". E o mundo parece agora ter o desejo de imaginar qual futuro poderá ser esse.
Onde e Quando
Tropicália- Uma Revolução na Cultura Brasileira. Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (av. Infante Dom Henriques, 85, Rio de Janeiro, tel. 0++/21/ 2240-4944). De 3a a dom., das 12h às 18h. De 8/8 a 30/9. O catálogo da exposição, com ensaios e textos de época, é editado pela Cosac Naify (376 págs., R$ 120).
4.24.2009
Orquestra Sinfônica do YouTube faz sua estreia no mundo real
A seleção para a formação do grupo foi feita, logicamente, pela internet. Mais de três mil vídeos foram enviados por candidatos, amadores e profissionais, de 70 países diferentes. Destes, 200 foram pré-selecionados por um júri. Uma votação entre internautas definiu a formação final da orquestra.
- Bem-vindos ao encontro de dois mundos diferentes: o mundo do tempo real e o mundo online - disse o maestro Michael Tilson Thomas, no início do concerto.
A proposta da Orquestra Sinfônica do YouTube era, além de incentivar a música clássica, unir performances individuais numa sinfonia global. O chinês Tan Dun, autor de trilhas de filmes como "O tigre e o dragão", compôs a música "Eroica", especificamente para este objetivo. A música, evidentemente, entrou no programa da estreia em carne e osso da orquestra, que teve apenas três dias de ensaio conjunto para a apresentação em Nova York. Até então, os membros da orquestra ensaiaram em suas casas, individualmente.
Assista à sinfonia virtual 'Eroica', com a Orquestra Youtube
- Alguns eram músicos muito experientes, tanto em música de câmara como de orquestra. Outros eram bem menos experimentados - contou Michael Tilson Thomas, que também dirige a Sinfônica de São Francisco.
Além de músicos profissionais, há, entre os integrantes da orquestra, jogadores de pôquer, físicos e analistas financeiros. Antes mesmo de sua estreia, a Orquestra Sinfônica do YouTube já havia se convertido em uma das mais populares do mundo. Desde dezembro, quando seu canal na internet foi inaugurado, recebeu mais de 15 milhões de visitantes.
Holofote – Diga-me com quem andas...?
por Claudio Szynkier
Não fique com medo: banda do D2 faz rock de bom berço; baixe e leia tudo sobre o Cabeza de Panda
Marcelo D2, embora tenha gente que não leve musicalmente a sério, sempre esteve cercado por artistas... hmm... Existe melhor termo do que sérios? Bom, o fato é que no Planet Hemp, o então militante botânico era acompanhado por Bnegão e Rafael Crespo, e hoje, a já simbólica cara do mainstream-das-ruas brasileiro, tem a seu lado os rapazes do Cabeza de Panda. Bom, por favor, antes que você feche esta página ou clique outra matéria, devemos dizer que os meninos fazem um bom trabalho. Um rock vigoroso de origens cascudas (Neil Young, Queens of The Stone Age, Cream portanto), baseado nas sonoridades setentistas e primais da guitarra mas permissivo a melodias bem calculadas e modernices que soam coerentes e temperam bem o todo. Formada meio na brincadeira, o Cabeza, surpreendentemente, acaba de finalizar um álbum homônimo, que você pode escutar inteiro no perfil e ainda, dele, baixar 6 faixas. Leia e aproveite.
Quando surgiu e como surgiu a banda?
A banda surgiu no início de 2007. Eu (Lourenço), Mauro e Vaz já nos conhecíamos desde alguns anos antes, já havíamos tocado juntos por aí, e desde 2004 fazemos parte da banda que acompanha o Marcelo D2 em shows e nos dois discos mais recentes dele. Ficávamos fazendo piadas e músicas de brincadeira, criando riffs em passagens de som e ouvindo música em hotéis e viagens. Nós três temos muito em comum no gosto musical, no senso de humor e gostamos de tocar juntos, basicamente.
Por que ela surgiu exatamente e por que o nome Cabeza de Panda?
Quando as idéias musicais foram ficando mais nítidas, começamos a gravar umas jam sessions pra poder ouvir depois e não perder possíveis acertos. No início, instrumental mesmo, até alguém começar a esboçar uma melodia. Achamos que aquilo parecia promissor, várias jams já tinham cara de canção e nós resolvemos investir naquele repertório que ainda não existia, continuar juntando idéias, fazer melodias e letras e virar uma banda. Dessas primeiras jams saíram músicas como "Sem ar", "Melhor amigo do Rei", "Au revoir Cecile" e "Quanto tempo mais".
Sobre o nome Cabeza de Panda, nós temos um amigo que sobreviveu a um ataque de urso relativamente ileso, mas ficou com uma marca de mordida na testa. O urso não era Panda e a cabeça mordida não foi a do urso, mas através de uma associação vaga chegamos a este nome. O fato ocorreu na época da formação da banda, então tinha a ver.
Principais influências?
Zeppelin, Who, Blind Faith, Buffalo Springfield , Nirvana, Soundgarden, Smashing Pumpkins, Jeff Buckley, Morphine, Radiohead, New Order, Maximo Park, Arctic Monkeys, Spoon, Kings of Leon, Of Montreal , Fiona Apple, Tori Amos, Joni Mitchell, Neil Young, Bob Dylan, Van Morrison, Alan Moore, Frank Miller, Neil Gaiman, Moebius, Kubrick, Darren Aronofsky, roteiros do Charlie Kauffman ou do David Mamet, Ry Cooder, Nino Rota, Vangelis, Playstation, cerveja, amigos, musas, problemas e alegrias do cotidiano. Tudo isso e mais um pouco.
Como define o som da banda?
É rock, injetado de elementos diferentes, um pouco de eletrônica, um pouco de tudo. Gostamos de riffs pesados e passagens climáticas, de letras claras e metafóricas, e o resultado é um som que passeia por tudo isso, objetivo e viajante ao mesmo tempo. As músicas têm uma assimilação rápida, mas sempre existem detalhes a serem descobertos pelos ouvintes mais atentos.
Por que vale a pena ouvir a banda?
Porque fazemos um som de qualidade e os sons mais interessantes do momento vêm das bandas independentes. Sem a mediação da indústria fonográfica, a curiosidade dos ouvintes nunca foi tão importante, e as bandas têm que batalhar pra serem ouvidas no meio da bagunça.
Como fazer para o Cabeza dar certo, ou melhor: o que é dar certo para vocês?
Dar certo é continuar tendo prazer em tocar e compor músicas juntos, e para isso é necessário ter paciência, respeito e bom humor. Suco de tangerina ajuda bastante.
Uma idéia de show ideal
Show ideal? No aspecto musical, um show em que a gente se comunique bem, entre nós e com o público. No aspecto material, que ao menos seja sem preju! Um som bom sempre ajuda!!!
Vocês tem algum álbum ou EP gravados? Conte.
Acabamos de finalizar nosso primeiro álbum, Cabeza de Panda. As faixas estão disponíveis na Trama Virtual, seis delas com download liberado.
Festival Internacional de Curtas abre inscrições para filmes brasileiros
Estão abertas as inscrições para a 20ª edição do Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo. Este ano, o evento ocorre de 20 a 28 de agosto.
Por enquanto, estão abertas as inscrições para curtas nacionais até 10 de junho. Poderão participar curtas digitais (com duração entre 3 a 20 minutos) e em 35mm (com duração até 35 minutos).
Os curtas brasileiros poderão participar dos panoramas Mostra Brasil, Panorama Paulista, Cinema em Curso e Formação do Olhar KinoOikos
4.23.2009
Susan Boyle é ironizada no 'South Park' enquanto gravação sua de dez anos atrás cai na rede
SÃO PAULO - Uma gravação de Susan Boyle feita há dez anos acaba de ser descoberta e já está na internet. A porta-voz da cantora revelada no programa "Britain's got talent" confirmou na manhã desta quinta-feira que a versão de "Cry me a river" no YouTube é da escocesa de 47 anos. Susan gravou o blues para um álbum beneficente de 1999, finaciado parcialmente pela Whitburn Community Council de West Lothian, onde ela vive. Foram feitas apenas 1000 cópias do disco. A gravação já rendeu inúmeros elogios à cantora.
Veja Susan Boyle cantando 'Cry me a river' Vídeo abaixo
Citação no 'South Park'
A súbita fama de Susan Boyle chamou a atenção dos criadores da animação "South Park". No episódio exibido na noite de quarta-feira nos Estados Unidos, Ike diz que a cantora é o motivo para que ele e Cartman fujam e se juntem aos piratas da Somália.
Ele escreve para seus pais uma carta: "Queridos mãe e pai, estou fugindo. Todos na escola são idiotas e se mais uma pessoa me falar sobre a performance de Susan Boyle da música de "Os miseráveis", vou vomitar minhas bolas".
-vou nesta primeira coluna (Branco no Preto) falar do:
"Dia que me transformei em Botafoguense".
A HISTÓRIA:
Há muito tempo atrás ...
Meu pai (tricolor), tinha um amigo (botafoguense) que um dia o chamou para ir a Barra do Piraí ver o Botafogo.
Mesmo pequeno, fui nesta também.
Pra que!
Neste dia conheci um tal de Mané e fiquei enlouquecido com a mágica de seus dribles e a plasticidade e simplicidade de passar por cima de seus adversários.
O jogo foi 6x1 para o Fogão e a partir desta noite, descobri que o Botafogo estaria para sempre correndo em minhas veias... até a morte
-Consegui uma foto deste jogo e coloquei no filme que fiz sobre o Mané.
Um filme que gravei com o lateral do vasco, Coronel (um dos "joaõs" que tentou marcá-lo).
"o cara não escolhe ser Botafogo, o Botafogo é que escolhe o cara"
ORLANDIVO - 50 ANOS BRINCANDO DE SAMBA E BOSSA
Bossa Lounge: Avenida Atlântica 994 – Leme
Informações 2543-3051 - (130 pessoas). Sábado 25, 21h. R$30,00. Cc.: todos.
Com Açúcar, Com Afeto
Com açúcar, com afeto, fiz seu doce predileto
Pra você parar em casa, qual o quê!
Com seu terno mais bonito, você sai, não acredito
Quando diz que não se atrasa
Você diz que é um operário, sai em busca do salário
Pra poder me sustentar, qual o quê!
No caminho da oficina, há um bar em cada esquina
Pra você comemorar, sei lá o quê!
Sei que alguém vai sentar junto, você vai puxar assunto
Discutindo futebol
E ficar olhando as saias de quem vive pelas praias
Coloridas pelo sol
Vem a noite e mais um copo, sei que alegre ma non troppo
Você vai querer cantar
Na caixinha um novo amigo vai bater um samba antigo
Pra você rememorar
Quando a noite enfim lhe cansa, você vem feito criança
Pra chorar o meu perdão, qual o quê!
Diz pra eu não ficar sentida, diz que vai mudar de vida
Pra agradar meu coração
E ao lhe ver assim cansado, maltrapilho e maltratado
Ainda quiz me aborrecer? Qual o quê!
Logo vou esquentar seu prato, dou um beijo em seu retrato
E abro os meus braços pra você.
Encontro de Adoniran Barbosa e Elis Regina.
Músicas: "Iracema", "Um samba no Bexiga" e "Saudosa Maloca".
Bar da Carmela
Bairro: Bexiga
Cidade: São Paulo
1978
4.22.2009
MARVIO CIRIBELLI RECEBE MICHAEL CARNEY NO JAZZ VILLAGE BISTRÔ
O show, que encerra a programação de abril, tem como destaque o stell drum, instrumento de origem caribenha parecido com uma panela. A apresentação começa às 21 horas, os ingressos custam R$ 35,00 e podem ser adquiridos antecipadamente na loja Tênis.com (Resende Shopping) ou na recepção do Hotel Pequena Suécia, onde funciona o Jazz Village bistrô.
Serviço
Jazz Village Bistrô
Hotel Pequena Suécia
Rua Toivo Suni, 33
Penedo – Itatiaia -RJ
Fone: (24) 3351-1275
Susan Boyle é uma escocesa tímida de 47 anos, antítese do glamour televisivo: feia, acima do peso, sem charme, brega e desengonçada. Simpática e solitária diz que nunca foi beijada.
Esta Gata Borralheira virou Cinderela na mídia, depois que criou coragem e se inscreveu para participar do “Britain’s got talent”, um programa estilo “Ídolos”, da TV inglesa. A canção escolhida foi “I dreamed a dream”, do musical “Les miserables”.
Antes de começar a interpretar “I dreamed a dream” no palco, Susan Boyle se vê obrigada a responder algumas perguntas de Simon Cowell, um dos jurados e conhecido por maltratar aspirantes a celebridade no programa “American Idol”.
A cada resposta que dava a Simon, a platéia ficava na expectativa e na certeza de que estavam diante de um grande mico, e muitos risadas iriam soltar.
Susan então finalmente começa a cantar e simplesmente arrasa, calando o riso na boca de todos! Veja a versão dublada aqui.
Em 2009, o Brasil vai comemorar o centenário de nascimento de um mestre do samba: o compositor mineiro Ataulfo Alves.
Comedido e chique – eleito, na década de 1950, um dos 10 homens mais elegantes do Brasil em concurso promovido pelo colunista social Ibrahim Sued –, marcas também de sua poética, Ataulfo compôs os clássicos Ai que saudades da Amélia, Na cadência do samba, Laranja madura, Meus tempos de criança e Pois é. Pérola do cancioneiro brasileiro, Leva meu samba será o tema da festa de 100 anos do cantor e compositor.
Conheça mais sobre a história do compositor e as comemorações neste site.
Oscar Niemeyer aos 101 anos vai trabalhar do outro lado da Baía de Guanabara.
A partir do dia 29, ele começa a trabalhar, um dia por semana, no seu novo escritório, no Memorial Roberto Silveira, um dos prédios do Caminho Niemeyer, que o prefeito de Niterói, Jorge Roberto Silveira, pretende retomar com a ajuda do arquiteto. Segundo o prefeito, Niemeyer não se limitará a acompanhar seus projetos. Ele também vai dar palestras e receber estudantes de arquitetura.
Depois que Niemeyer se instalar em Niterói, a prefeitura vai anunciar mudanças no projeto original do Caminho Niemeyer, que acompanha a orla do Centro e dos bairros São Domingos e Boa Viagem. As obras estão orçadas em R$ 10 milhões.
Fonte: Jornal O Globo