4.29.2009

A Miúcha de João Gilberto, de Vinícius e de Tom Jobim


por Heron Coelho

Miúcha, irrefreável artista, cantora descobre que foi a única a cantar e gravar com os três parceiros e amigos.

Talvez poucos saibam que a cantora Miúcha, imprescindível voz de nossa memória coletiva, fora a única intérprete a entoar clássicos e gravá-los com João Gilberto, Vinícius de Moraes e Tom Jobim.
E não adianta procurar, dentre as várias vozes que se enamoraram do repertório desse trio que apaixonou a música brasileira - nem Nara, nem Astrud, nem Ana Lúcia, mas sim Heloisa Maria Buarque de Hollanda, “essa moça que todo mundo só trata de Miúcha”, como um dia afirmara o Tom, no histórico show do Canecão, em 77.
Miúcha, antes de mais nada, integra não só o inventário de nossa música popular, mas da história pessoal de cada um de nós: quem, quando criança, não se encantara com a “galinha” do LP Os Saltimbancos, ou não sentira o coração pulsar mais forte ao ouvi-la cantar “e você francamente, decididamente, não tem coração”, samba-canção de Custódio Mesquita re-significado, décadas depois da gravação original de Aracy de Almeida, por Tom e Miúcha. Ou então os temas de aberturas de TV que se incutiam em nossa cabeça, ensinando ao Brasil que “a gente vai levando, a gente vai levando”, e na dolorosa Maninha, em parceria vocal com o irmão Chico, ambos temas de Espelho Mágico, da rede Globo.
E não há pouco, as vozes de Miúcha e de Tom Jobim embalaram o séquito de homens e “mulheres apaixonadas’” numa abertura de TV, fazendo com que a moçada que escapara dos 1970 pudesse sair por aí cantarolando o Pela Luz dos Olhos Teus, letra e música de Vinícius, de repente atingindo instâncias populares pouco imagináveis, e possíveis, mediante à conhecida dificuldade encontrada pelos meios de difusão (tudo aquilo que já sabemos - rádios, sectarismos mercadológicos etc.).
Miúcha é dessas pessoas às quais a vida conspirou, e conspira diariamente, a seu favor. E não porque fora mulher de João Gilberto - com quem tivera a filha Bebel, hoje com carreira internacional -, e sequer por integrar uma casta na qual o talento parece percorrer as veias junto aos glóbulos - os Buarque de Hollanda (que nos rendera o pai Sérgio, principal historiador brasileiro, os filhos Chico - compositor que dispensa comentários-, Cristina - portentosa sambista que inventou um modo único de se cantar o gênero -, Ana de Hollanda - cantora e compositora de primeira linha -, e Pií, exímia fotógrafa dos 70-80, e cantora bissexta em projetos -, além, é claro, de Sérgio Filho e Álvaro, que direcionaram seus talentos para outras profissões; todos eles arregimentados pela extraordinária mãe Maria Amélia, amiga de Mário de Andrade, entre tantos, hoje com 99 anos).
Ah, e muito menos por ter corrido o mundo mostrando seu talento, até hoje, e tampouco por ter se tornado uma musa greco-carioca à qual os Deuses da música protegem. Não somente por tudo isso, mas sim porque Miúcha é um dos seres humanos mais raros e espetaculares que já conheci, e que faz da alegria e da vontade pela vida um ato de doação, de compartilhar, seja por meio de sua música, seja pelas palavras inteligentes que oferece aos amigos e aos colegas que, porventura, pode acabar de conhecer naquele instante, seja pela alegria registrada em discos e em imagens ao longo das décadas em que produziu e produz.

Parte dessa riqueza podemos conferir no recente lançamento Miúcha com Vinícius, Tom e João (Sony&BMG), relevante projeto do produtor Gil Lopes que, ao lado da cantora, reuniu uma astuta compilação com 11 canções que ratifica o encontro conceitual do disco. Segundo Gil, a idéia apareceu quando ambos perceberam “que só Miúcha cantou e gravou com João”; e, nesse caso, certamente “voz com voz”, na quentura de uma Izaura (de Herivelto Martins), que abre o roteiro do CD, no qual o casal dividia um samba há tanto adorado pelos dois.
João aparece ainda em Águas de Março, com Stan Getz musicalmente ressurgindo naquela oportunidade bossa-novista, com Miúcha explorando seu impecável inglês.
Falando desse projeto, em um de nossos últimos encontros, perguntei à cantora o motivo da não-inclusão de All of me (de Marks e Simons) e O que é O que é (desconhecido samba de Bororó e Evrágio Lopes - possivelmente uma pérola recolhida por João), ambas com o gênio ao violão, faixas pertencentes ao primeiro LP solo de Miúcha (homônimo, de 1980, RCA, nunca lançado em CD). Segundo a cantora, possíveis percalços com gravadoras (que atualmente se aglutinam a outras, fundindo arquivos, o que dificulta o trabalho de pesquisas mais amplas acerca de direitos e liberações), foram alguns dos responsáveis pelas faltas citadas. Mas quem sabe esse não seja o mote para um segundo volume dessa compilação, pois material de Miúcha com Tom e Vinícius não falta, sim?
Ainda nesse arrebol de canções, destacam-se com Jobim as memoráveis interpretações de Samba do Carioca, Vai Levando, Pela Luz dos Olhos Teus, Falando de Amor e Tiro Cruzado (atentes aos dois LPs que a cantora registrou com Jobim entre 77-79). Com o poetinha, nada mais que buscar na foz do encontro de 1977, musical gravado no Canecão no qual Vinícius (acompanhado da cantora, de Toquinho e Jobim), cantava com Miúcha as históricas Chega de Saudade e Se todos Fossem Iguais a Você, na época já grandes clássicos.
Ainda com Vinícius, Miúcha divide Minha Namorada, declaração de amor em forma de canção, e cujo sentimento dos intérpretes consegue atravessar os limites do áudio, possibilitando-nos imaginar a troca de olhares, as mãos recostadas, e tudo aquilo mais que o amor, quando aliado à felicidade, proporciona a todo ser humano, seja esse artista ou não.
Outro destaque do CD é para uma Miúcha compositora - a faixa Triste Alegria -, letra e música de sua autoria, com piano de Tom, e cuja letra afirma:
“Procuro um homem direito pruma moça toda errada,
alguém que saiba dar jeito nessa mulher tão coitada
que chora desesperada dentro do meu próprio espelho
com o olho sempre vermelho de quem já não enxerga nada…”
Segundo a cantora, no denso informativo do encarte, “só tive coragem de gravá-la por insistência do Tom, que gostava da música, ou pelo menos de um pedaço dela, que ele costumava repetir no bar, de braços abertos para o alto:
“de dia dela me esqueço, bebo chope, solto o riso,
converso com meus amigos, um certo descanso eu mereço…”
E ouvindo e re-ouvindo este novo projeto, bate aquela saudade do Tom, de um Brasil que ele tanto defendia e amava. Saudade da Pátria Minha, patriazinha de Vinícius. A vontade de ter um João que faça mais shows, e grave mais. Bate aquela saudade de um tempo que talvez muitos de nós não tenhamos vivido, mas que ânimas brasileiras, em constante atividade, chama e vulcão em plena fervura como Miúcha, lutam para manter vivas, rastreando pólvora e fogo em mil pentagramas de nossa cultura.

Egberto Gismonti em foco


Egberto Gismonti procurou, acima de tudo, ser livre para ter suas próprias idéias e não ter medo de sua própria música. A consequência disso é a sua disposição a repassá-la adiante, sem restrições, para quem quiser conhecê-la e ouvi-la.

Durante o III Festival Instrumental de Guarulhos, que se encerrou neste último fim de semana, uma das principais atrações entre os consagrados músicos convidados para fechar os encerramentos das eliminatórias, foi Egberto Amin Gismonti.

Compositor, multi-instrumentista e arranjador, vindo de uma família de músicos na pequena cidade interiorana do Carmo, no estado do Rio de Janeiro, filho de pai libanês e mãe italiana, é considerado no cenário musical internacional um dos maiores compositores brasileiros na ativa de música instrumental.

Das diversas fontes que bebeu e caracterizaram sua formação - do convívio com Nadia Boulanger a aos índios no Alto Xingu - Egberto Gismonti procurou, acima de tudo, ser livre para ter suas próprias idéias e não ter medo de sua própria música. A consequência disso é a sua disposição a repassá-la adiante, sem restrições, para quem quiser conhecê-la e ouvi-la.

HÉLIO DELMIRO NO JAZZ VILLAGE BISTRÔ

A programação musical de maio no Jazz Village Bistrô, em Penedo, Itatiaia, começa neste sábado, dia 02, com a apresentação do violonista e guitarrista Hélio Delmiro. Considerado um dos maiores músicos brasileiros, Delmiro faz show a partir das 21 horas, e promete encantar os apreciadores de música instrumental. Os ingressos custam R$ 40,00 e podem ser adquiridos antecipadamente pelo telefone (24) 3351-1275.

O refinamento técnico que proporcionou a Hélio Delmiro reconhecimento internacional como instrumentista nunca esteve dissociado de uma peculiar sensibilidade. Ao fazer a emoção brotar das cordas, é capaz de contaminar público e companheiros de palco. Dele, falou Elis Regina: "Esse bicho é um dos poucos músicos que faz segurar meus próprios impulsos de cantar. Às vezes me comove tanto com um solo, que chego a querer ficar em silêncio, para o público não perder da memória o que acabou de escutar".

Em 1978, na primeira edição do festival de jazz São Paulo- Montreux, Coryell foi às lágrimas durante a apresentação do trio de violões formado por ele, pelo parceiro Philip Catherine e por Delmiro, em participação especial. Na ocasião, Coryell alinhou o brasileiro ao lado de ícones da guitarra como Wes Montgomery, Joe Pass e Charlie Christian. A performance no festival valeu a Delmiro a inclusão naquele ano no ranking da prestigiada revista "Down Beat" como um dos cinco melhores do mundo em seu instrumento.

Toda a trajetória dos 48 anos de carreira profissional teve origem em 1952, quando aos 5 anos de idade, ganhou um cavaquinho do irmão mais velho, Juca, e começou a aprender a arte de dominar as cordas com o outro irmão, o violonista Carlos Delmiro. Profissionalmente, se inciou aos 14 anos, tocando em bailes do subúrbio carioca. Aos 18 anos, fundou o grupo Fórmula 7, presença freqüente nos programas de TV da época (Rio Jovem Guarda - Chacrinha – Jair de Taumaturgo), com um repertório inspirado no Soul norte-americano.

A maturidade musical, porém, chegou na segunda metade dos anos 60, após ingressar no quarteto do saxofonista Victor Assis Brasil, a convite do próprio, impressionado com o talento de Delmiro ao vê-lo tocar em uma boate na zona sul do Rio. Desde então, o prestigio conquistado no meio do jazz acelerou a trajetória ascendente do instrumentista, transformando-o num dos músicos de estúdio mais requisitados pelos principais nomes da MPB.

O show de Hélio Delmiro no Jazz Village Bistrô, que funciona no Hotel Pequena Suécia, abre a programação de maio da casa, que terá ainda apresentações de Zé Alexandre (dia 09); Ju Cassou (dia 16), lançando o CD "Live in Germany"; André Whately e o espetáculo "Vinísius de Moraes... É Demais!", (dia 23); e Victor Biglioni no dia 30.

Serviço
Jazz Village Bistrô
Hotel Pequena Suécia
Rua Toivo Suni, 33
Penedo – Itatiaia - RJ
Fone: (24) 3351-1275

Disco traz gravações históricas e inéditas de Dolores Duran

RIO - Dez gravações caseiras de Dolores Duran do final dos anos 50 chegam agora ao alcance dos fãs da artista, falecida aos 29 anos em outubro de 1959. São músicas que mostram a força da intérprete, mais conhecida como autora de clássicos como "A noite do meu bem", "Castigo" e "Por causa de você". No registro histórico, feito em um sarau na casa de Geraldo Casé entre 1958 e 1959, Dolores canta standards da música americana ("How high the moon" e "Crye me a river"), passeia pela canção francesa ("Hymne a l'amour") e desfia pérolas do samba-canção ("Neste mesmo lugar" e "Marca na parede"). Tudo em clima de jam session, com muito improviso instrumental.
Ao lado de Dolores estavam Baden Powell, Manoel da Conceição (o Mão de Vaca) e Chiquinho do Acordeom. O encontro foi documentado em fita analógica de rolo por Geraldo Casé, um dos pioneiros da televisão brasileira e amigo de Dolores na TV Rio, onde ele a dirigiu em "Visitando Dolores". A pesquisadora Ângela Almeida descobriu as gravações no fim dos anos 90 e, no início de 2000, teve ajuda para obter os direitos das músicas para transformar tudo em disco.
Agora, "Dolores Duran entre amigos" chega às lojas pela Biscoito Fino depois de 300 horas de transcrição e masterização dos fonogramas em estúdio.
"Uma oportunidade única de ouvir Dolores Duran no exercício pleno do instrumento que dominava como poucos: a voz", define a pesquisadora Ângela Almeida no encarte do disco.
O CD ainda traz três faixas-bônus captadas de outro sarau, promovido pelo casal Raul e Helenita Marques de Azevedo. São registros de "Body and soul", "Eu sem você" e "Praça Mauá" (as duas últimas compostas pelo então estudante de arquitetura Billy Blanco) feitos no início de 1949, antes de Dolores começar a cantar profissionalmente no palco da boate Vogue ou na Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Um tempo em que uma das maiores vozes brasileiras ainda era chamada pelo seu nome de batismo, Adélia.
Fonte:O Globo

Miriam Samorano

Miriam Samorano tem formação erudita _ piano_ mas é como cantora e violonista que esta paulistana se apresenta. O repertório é caprichado e perpassa uma variedade de ritimos e estilos, que vão da Bossa Nova ao contemporâneo, da moda de viola à clássica MPB. Estudou canto lírico com as sopranos Zaíra Salin e Ilda Sergl e canto e expressão da arte vocal com Consiglia Latorre e Vânia Lucas (cantora e gambista de Paulo Jobim). Inicia sua carreira em 95 em parceria com o músico e saxofonista Marcelo Molina onde interpreta Tom Jobim e a Bossa Nova. Em 97 forma sua primeira banda de Jazz e MPB. A partir de 2000 tem participações especiais nos shows do “Quarteto Bossa in Jazz” da cidade de Presidente Prudente – SP. Em fevereiro de 2006, retoma sua carreira solo e abre oficialmente o "1 º Café Musical" da Livraria Releitura em parceria com a UNESP de Presidente Prudente - SP. Passa a se apresentar em bares, restaurantes e FUNDACTE – Fundação de Ciências, Tecnologia e Ensino da UNESP de Presidente Prudente e UNESP de Assis– SP. Em outubro de 2007, estréia seu show “Tom Jobim e a Bossa Nova” no SESC Thermas de Presidente Prudente ao mesmo tempo em que recebe o primeiro convite para cantar na cidade de São Paulo no Sarau Lítero Musical Chama Poética de curadoria de Fernanda M Bueno de Almeida Prado e passa a se apresentar no SESC Ipiranga e Casa das Rosas - Espaço Cultural Haroldo de Campos de Poesia e Literatura, ambos em São Paulo. Desde então se apresenta com freqüência na capital paulista acompanhando o Chama Poética, que inclui em seu roteiro a partir de novembro de 2008 mais um importante espaço cultural da cidade de São Paulo, o Museu da Língua portuguesa. Em agosto de 2008 tem participação especial no lançamento do livro “Breve História da Bossa Nova” do músico, poeta e compositor Guca Domênico, na Casa das Rosas - SP, onde canta versões da Bossa Nova em inglês, dando a dimensão da internacionalização da música brasileira proporcionada pela bossa nova. Tem se apresentado também em espaços culturais importantes da cidade de Presidente Prudente, onde reside, como o Teatro Municipal Procópio Ferreira; Zeca – A Casa da Cultura e Centro Cultural Matarazzo. Recebeu recentemente convite para acompanhar o Sarau Chama Poética na cidade de Gênova, Itália onde irá representar a música brasileira.


Cachaças do Vale do Paraíba serão vendidas no exterior com selo de qualidade, graças ao Sebrae.


Os produtores de cachaça do Médio Paraíba, região com a maior produção do estado, preparam-se para romper as barreiras do Vale do Café e começar a vender seus produtos em outros países. A exportação da purinha é mais uma das metas do projeto Cachaça de Alambique do Médio Paraíba, desenvolvido pelo Sebrae. Este ano o Sebrae iniciou um processo para formalizar a fabricação e capacitar os empresários. (De 35 produções de cachaça de alambique, apenas 5 são formais.) O próximo passo é criar o selo Cachaça do vale do Paraíba para fortalecer a produção regional e criar identidade geográfica para o produto.

Origem da feijoada alimenta discussões.


Historiadores afirmam que prato copia a receita de portugueses e que escravos comiam farinha com água.

Depois de separar as carnes nobres, os senhores de engenho e das minas de ouro, além dos barões do café do século XVIII, davam aos escravos as sobras, como miúdos e pedaços de carne que não usariam. Os negros misturavam ao feijão para reforçar seu alimento. Com o tempo foram aperfeiçoando, até se tornar o prato mais popular da culinária brasileira.

Esta versão é contestada por historiadores, que dizem ser a feijoada uma criação inspirada no cozido português. Segundo os eles a comida de escravos era à base de farinha de mandioca ou milho com água, raramente comiam carne e em manuais do século XIX sobre alimentos dos escravos não se refere ao feijão. Os negros escravizados eram alimentados três vezes por dia para suportarem a carga de trabalho. E, que também, os miúdos já eram valorizados na época, contestando assim a história da criação da feijoada e alegando ser puro romance. Até hoje não se sabe ao certo a origem da feijoada. Mas, de fato é um prato brasileiro.

Fábrica de sucos chega à Conservatória.


No segundo semestre, Conservatória ganhará uma fábrica de sucos que, inicialmente, vais gerar 75 empregos diretos. O empresário Bento Pires, o Bentinho, de 61 anos, e o engenheiro industrial Carlos Roberto Afonso, de 58 anos, sócios no empreendimento, aguardam as licenças ambientais e da prefeitura para começar as obras. A previsão é que a obra comece em junho e a fábrica comece a operar no fim do ano.


Fonte: Jornal O Globo - Vale do Paraíba (domingo 26/04/2009)

Colaboração Angela Chaloub

VEJAM A DESCONTRAÇÃO DE TOM E CAYMMI NO ENSAIO NA CASA DO TOM NO JARDIM BOTÂNICO EM 1991.

Eles cantam Maracangalha e Saudades da Bahia, ambas de Caymmi, juntamente com o pessoal da Banda Nova.
Vemos portanto : Paulo Jobim ao Violão,Danilo Caymmi na flauta e voz,Sebatião Neto(Tião Neto) no baixo e mais Paula Morelenbaum,Ana Lontra Jobim,Maucha Adnet,Simone Caymmi (vozes)