11.05.2009


Dinho emite carta endereçada aos fãs

O vocalista Dinho Ouro Preto, do Capital Inicial, publicou uma carta no site oficial da banda comentando sobre seu estado de saúde e agradecendo aos fãs pelo apoio nesse momento delicado.
Dinho continua internado em observação na Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e não tem previsão de alta. O cantor caiu do palco de uma altura de três metros em um show na noite de sábado, 31, em Patos de Minas/MG.
Segundo a assessoria da banda, Dinho escreveu a carta de um smartphone e ele mesmo a publicou na internet.

Segue abaixo o texto:

Caros amigos, em primeiro lugar, agradeço a consternação e preocupação pelo meu estado de saúde.
Gostaria de dizer que todo dia me sinto um pouco melhor, no entanto, estou na UTI e continuarei aqui até sábado em observação.
O que aconteceu foi grave, mas tenho plena consciência de que poderia ter sido muito pior. Cai de um palco de 3 metros de altura e só não morri porque fui amparado pelos fãs. Voluntariamente ou não. Quebrei três costelas, trinquei seis vértebras, levei cinco pontos no queixo, machuquei meus rins, minha cabeça e meus dentes. Tenho dificuldade de me concentrar, de abrir os olhos – a luz me incomoda. Portanto, não posso receber visitas de todos que comparecem ao hospital.
Por fim, quero reiterar o agradecimento à solidariedade e às mensagens que vêm dos quatro cantos do País. Isso não para de me lembrar qual o propósito da minha vida: nossos fãs.
Muito obrigado,
Amo vocês e estarei logo melhor
Pensamento positivo!
Dinho

Beach Boys traz a Surf Music ao Brasil

A veterana banda Beach Boys anunciou um único show em território nacional. A apresentação está marcada para o dia 02 de dezembro e será realizada no palco do Credicard Hall, em São Paulo. Os ingressos já estão à venda para clientes Citibank, Credicard e Diners. A venda para o público em geral começa no dia 11.
O grupo vem ao Brasil tendo à frente o vocalista Mike Love, único integrante da clássica formação original que contava com os irmãos Brian, Carl e Dennis Wilson, além de Al Jardine. A atual formação tem os músicos Bruce Christian Love (guitarra), Randell Kirsch (baixo), Tim Bonhomme (teclado), John Cowsill (percussão) Scott Totten (guitarra) e Johnston (teclado), além de Mike Love.
Dois integrantes do quinteto original são falecidos. Dennis Wilson morreu afogado em 1983, e Carl Wilson morreu em 1998 devido a um câncer. Al Jardine continua na estrada com a banda Endless Summer e Brian Wilson segue em carreira solo.
02/12/2009 - São Paulo/SP
Credicard Hall - Av. das Nações Unidas, 17.955
Classificação etária: Não será permitida a entrada de menores de 14 anos; 14 e 15 anos permitida a entrada acompanhados dos pais ou responsáveis legais; 16 anos em diante livre.
Horário: 21h30
Informações: 11 2846-6010 / www.credicardhall.com.br
Ingressos:
Camarotes No Setor I - R$ 340,00
Camarotes No Setor II - R$ 300,00
Cadeiras Do Setor Vip - R$ 340,00
Cadeiras Do Setor I - R$ 320,00
Cadeiras Do Setor II - R$ 300,00
Poltronas No Setor I - R$ 250,00
Poltronas No Setor II - R$ 220,00
Platéia Superior Setor I - R$ 100,00
Platéia Superior Setor II - R$ 100,00
Platéia Superior Setor III - R$ 80,00

"O Brasil sente Saudades"

Citei Lévi-Strauss nominalmente em “O estrangeiro”. Era a famosa frase depreciativa da Baía de Guanabara. Em “Tristes trópicos”, ele diz que ela “parece uma boca desdentada”. Citei-o também, indiretamente, em “Um índio” (“num claro instante”), “Tem que ser você” (“o amor-mentira” é a tradução que ele fez do modo como os nambiquaras se referem ao homossexualismo masculino praticado pelos jovens da tribo), “Fora da ordem” (“aqui tudo parece que ainda é construção mas já é ruína”) e no filme “O cinema falado”: a frase em que Luiz Zerbini diz “Picasso não é um bom pintor; por causa dele se negligenciou toda uma tradição de adestramento nos ateliês” é tirada de uma entrevista que ele deu sobre arte moderna. As outras citações vêm todas de “Tristes trópicos”, um livro extraordinário, que ficou sempre todo vivo na minha lembrança: eu o li em 1967 e até hoje não preciso nem olhá-lo para lembrar cada trecho, cada ideia.
Li também outros livros dele depois. Sempre com grande admiração. O caleidoscópio de mitos em “O cru e o cozido” é uma maravilha, mas a introdução sobre a música me marcou mais. Ele não gostava de cultura pop e não gostaria de ser citado por um cantor brasileiro, mas eu me senti sempre atraído pelo seu pensamento e seu estilo. Modestamente, me refiro a ele com familiaridade. Eu gostava também de ele ser longevo. E do jeito de ele falar, como um judeu sábio e irônico. Mas me agastava com as reações dele contra a arte de vanguarda. Embora não ache seus argumentos nesse campo propriamente desprezíveis.
Meu analista, MD Magno, diz que todo o papo de linha entre natureza e cultura traçada pela proibição do incesto é furado. Me convence. Mas Lévi-Strauss foi uma das mentes mais lúcidas e um dos estilos mais elegantes com que tomei contato em minha vida adulta. Em “Saudades do Brasil” ele fala com carinho das possibilidades de grandeza de civilizações amazônicas pré-cabralinas. Agora eu sinto que o Brasil sente saudades dele (que foi um crítico duríssimo da nossa vida “civilizada”).
CAETANO VELOSO é músico e escritor

Festival Villa-Lobos traz os 17 quartetos de cordas do compositor

Eduardo Fradkin

RIO - Começa nesta sexta-feira (06.11) a 47ª edição do Festival Villa-Lobos, com uma programação em homenagem ao cinquentenário de morte do compositor. O evento promovido anualmente pelo Museu Villa-Lobos ocorrerá simultaneamente com um ciclo temático idealizado pela Sala Cecília Meireles, e os dois acabaram se fundindo. Em meio a obras sinfônicas, pianísticas e violonísticas, o destaque serão os 17 quartetos de cordas, executados na íntegra pela primeira vez ao vivo no Brasil.
As qualidades das obras para piano e violão de Villa foram reconhecidas graças a intérpretes famosos que as apadrinharam, como Arthur Rubinstein e Andrés Segovia. Mas, no campo dos quartetos, ele sempre ficou na sombra de Béla Bartók e Dmitri Shostakovich, que dominaram o gênero no século XX.
Os quartetos do brasileiro, porém, têm grandes qualidades: contêm várias ideias originais, exploram harmonias inusitadas, por vezes reprocessam melodias de caráter popular (o que Bartók também fez) e abrangem quatro décadas.
CONFIRA OS DESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO:
PARIS DE VILLA-LOBOS:

O ciclo temático programado pela Sala Cecília Meireles se une ao festival e proporciona o seu concerto de abertura, nesta sexta-feira (06.11), às 20h. No programa, as "Bachianas brasileiras nº 3" e a "Élégie" de Villa-Lobos e a sinfonia n 3 de Prokofiev, com a Orquestra Petrobras Sinfônica e o pianista Eduardo Monteiro. Os demais concertos do ciclo serão dias 7, 8, 18, 19, 20 e 21.
QUARTETOS DE CORDAS:
A integral, a cargo do Quarteto Radamés Gnattali, começa na próxima terça-feira (10.11), às 20h, com os quartetos nº 1, nº 8 e nº 15. Os concertos seguintes serão dias 13, 16, 18, 21, 24 e 28. Os dois primeiros da série acontecerão no Museu Villa-Lobos, em Botafogo, os do dia 16 ao dia 21 serão no Auditório Guiomar Novaes (anexo à Sala Cecília Meireles), e os dois últimos voltarão a ser abrigados no museu.
INTEGRAL PARA VIOLÃO:
No dia 17, às 18h30m, o músico Paulo Pedrassoli tocará todas as obras para violão solo de Villa-Lobos no Auditório Guiomar Novaes.
TRIOS DE CORDAS:
O Trio Aquarius toca as quatro obras dias 16 e 17, no Auditório Guiomar Novaes.
Museu Villa-Lobos - Rua Sorocaba 200, Botafogo. Tel: 2246-8364 / 2266-1024. Grátis
Sala Cecília Meireles - Largo da Lapa 47, Centro. Tel: 2332-9160 / 2332-9176. R$ 5
Auditório Guiomar Novaes (Anexo à Sala Cecília Meireles) - Rua Teotônio Regadas s/n. Tel: 2332-9160 / 2332-9176. R$ 5