5.25.2009

LENINE - Canta no Jardim Botânico

LENINE

Na próxima quinta (28), o Teatro Tom Jobim recebe o cantor Lenine como parte do projeto Concertos de Outono, que traz um grande nome da MPB a cada semana. O músico pernambucano, em voz e violão, apresenta sucessos e seu mais recente trabalho, Labiata.

O repertório é centrado nas canções de Labiata, que ganham uma sonoridade própria quando formatadas ao vivo. Lenine interpreta músicas de sua carreira e novidades como Magra, Martelo Bigorna, Samba e Leveza, Lá Vem a Cidade e É Fogo. Sucessos como O Homem dos Olhos de Raio-X, A Rede, O Atirador e Hoje Eu Quero Sair Só também estão presentes no setlist.

Teatro Espaço Tom Jobim - Rua Jardim Botânico, 1008, Jardim Botânico, tel.: 2274-7012. Quinta (28), 20h30.
Bilheteria: 14h/18h (seg. a qua.); a partir das 14h (qui.). R$ 50,00. Estac. grátis a partir das 17h.

Colaboração Angela Chaloub

Um trecho do show PHONO 73 realizado no Anhembi, em São Paulo. A música Cálice foi considerada subversiva pelos orgãos da ditadura militar. Mas mesmo sendo cantada com a letra modificada, o microfone do Chico Buarque foi desligado.

Cálice

*Composição: Chico Buarque/Gilberto Gil

.Pai, afasta de mim este cálice
Pai, afasta de mim este cálice
De vinho tinto de sangue

Como beber dessa bebida amarga?
Tragar a dor engolir a labuta?
Mesma calada a boca resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa?
Melhor seria ser filho da outra

Outra realidade menos morta
Tanta mentira tanta força bruta
Pai, afasta de mim este cálice
Pai, afasta de mim este cálice
De vinho tinto de sangue

Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa

Pai, afasta de mim este cálice
Pai, afasta de mim este cálice
De vinho tinto de sangue
De muito gorda a porca já não anda
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, pai, abrir a porta
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade
Mesmo calado o peito resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade

Pai, afasta de mim este cálice
Pai, afasta de mim este cálice
De vinho tinto de sangue

Talvez o mundo não seja pequeno
Nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar o meu próprio pecado
Quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça
Minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar fumaça de óleo diesel
Me embriagar até que alguém me esqueça

Festival Multiplicidade completa cinco anos e volta à cena com sua fórmula de reunir músicos, cineastas, DJs e artistas


Fátima Sá

RIO - Batman Zavareze tinha mil ideias na cabeça e um Fiat Uno na garagem quando foi convidado a ocupar o palco do Oi Futuro (na época Centro Cultural Telemar). Designer, videomaker, egresso da MTV e da Fabrica - o laboratório de criação da Benetton na Itália -, Batman deveria bolar um espetáculo misturando arte e tecnologia. Fez mais. Vendeu o carro, tirou as ideias da cabeça e criou o festival Multiplicidade, um espaço para encontros únicos e experimentais entre músicos e artistas. O que era uma aventura cresceu, ganhou moral, teve até o cineasta inglês Peter Greenaway como atração, e volta agora à cena com mais uma rodada de experiências. Na próxima quinta-feira, o Multiplicidade inaugura sua quinta edição com um encontro de mineiros: o cineasta e artista plástico Cao Guimarães, que já foi visto na Tate Modern, no MoMA e em Cannes, e o grupo instrumental O Grivo, que expôs suas instalações sonoras na Bienal de São Paulo. Juntos, eles farão um espetáculo multisensorial de 40 minutos no Oi Futuro, misturando filmes de Cao com a trilha sonora do Grivo, executada ao vivo em copos de cristal, latas velhas e outros "instrumentos".
Assista a trechos das apresentações com Chelpa Ferro & Jaques Morelenbaum, Peter Greenaway, entre outros
- Normalmente, quando nos reunimos com os artistas e os músicos, eles vêm com uma pergunta viciada: "O que você me oferece?" E eu inverto a pergunta: "O que você quer?". A ideia não é a atração se adaptar ao festival, mas o contrário. A gente espera dar os meios para que eles inventem, façam coisas que nunca fizeram, arrisquem - explica Batman, que além de idealizador é o curador do Multiplicidade.

Agora, é bem verdade, ficou mais fácil. Com o sucesso da experiência, no ano passado mil projetos bateram à porta do curador. Mas no primeiro ano do festival, foi preciso correr atrás das atrações, explicar muito bem do que se tratava. Quando falaram de música, arte e tecnologia com Tom Zé, por exemplo, o compositor baiano devolveu:
- Enceradeira é tecnologia?
No Multiplicidade é. E Tom Zé fez um show antológico em 2006. Tanto quanto Peter Greenaway e sua interface de alta definição touch screen, que ele usou para finalizar seu filme na hora, fazendo o que chama de "cinema vivo", ano passado.
Assista a trechos das apresentações de Duplexx, Arnaldo Antunes, Tato Taborda, entre outros
- Talvez nosso grande diferencial seja a capacidade de produzir uma coisa única para cada artista - lembra Batman. - É esse espírito de laboratório que a gente procura manter.
De agora até o fim do ano estão previstas dez atrações - sete no Oi Futuro e três no Oi Casa Grande (duas delas ainda não confirmadas). No Oi Futuro, além de Cao e O Grivo, tem o designer Muti Randolph se apresentando com a mãe, a pianista Clara Sverner, no dia 25 de junho. Um mês depois, no dia 23 de julho, tem Cine Macalé, uma parceria entre Jards Macalé e o videoartista Samir Abujamra.
- Ainda estamos pensando no que fazer, mas a ideia é ter o Macalé tocando e várias projeções de Super 8, misturadas a suportes modernos - conta Samir. - O Macalé tem um arquivo sensacional de filmes que ele fez em Londres, um clima de nostalgia legal.

Em setembro, haverá duas apresentações do Multiplicidade. No dia 3, a equipe por trás da festa Moo vai inventar uma experiência sensorial especialmente para o festival. E, no dia 24, será a vez da dupla Nina & Nuno, com a cantora-estilista Nina Becker e o artista-compositor Nuno Ramos.
- Foi o Raul Mourão (atração do Multiplicidade em 2006) quem sugeriu o encontro. Adorei. Sempre me interessei pelo trabalho dele - lembra Nina, que já gravou músicas de Nuno.
As duas últimas noites no Oi Futuro terão o percussionista pernambucano Jam da Silva e o coletivo carioca de designers OEstudio, juntos, no dia 29 de outubro, e o guitarrista Arto Lindsay, em 26 de novembro. Já o Oi Casa Grande recebe, no dia 13 de outubro, o Blind Date, dupla formada pelo percussionista Naná Vasconcelos e pelo DJ Dolores, que nunca tocaram juntos no Rio. O resto é suspense.

uma balada pra lá de romântica...,


Enviado por Antônio Carlos Miguel

"O melhor do amor", está entre as surpresas de "Não se apague esta noite", DVD de Flávio Venturini que aguardava na fila e, hoje, finalmente rodou no iMac (com problemas, monitor acometido por aquelas linhas verticais, ou dead lines, como a própria Apple assume mas não banca). A música, do cantor e tecladista com Ronaldo Bastos, rodou bem, ao lado de outras belas provas da musicalidade de Venturini: "Pierrot", sambalada dele com Murilo Antunes, aqui em dueto com Mart'nália; mais duas da parceria com Ronaldo, "Noites com sol", com Marina Machado, e "Recomeçar", esta até então inédita. Já " O melhor do amor", como o autor das palavras me contou, fora gravada em disco recente de Venturini, "Porque não tínhamos bicicleta", em 2003, mas eu tinha passado batido, em parte por ali estar algo encoberta pela roupagem loungeletro.
há momentos nos quais o pop progressivo (ecos de Terço e 14 Bis) me incomodam - incluindo, como também fiquei sabendo no telefonema, mais uma nova que não me capturou, "Mantra da criação" - mas Venturini é um melodista de pegada.
entre as faixas bônus, outra que pretendo ter mais doses, a instrumental com vocalises de forte sabor "Clube da Esquina", aquela onda bossa pop: "Morro branco" (com participação de um músico que eu desconhecia, Nando Lauria).
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no momento, ao fundo, segue bem "Tea for the tillerman live", em 1971, num estúdio em Los Angeles com platéia de convidados - de relance, em "On the road to find out", identifiquei o hoje esquecido Arlo Guthrie. Cat Stevens estava então em seu auge criativo, ele que largou a música na virada para os anos 1980, quando adotou o islamismo e o nome Yusuf Islam, para só retornar no século XXI.
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antes, finalmente assisti ao de Vanessa da Mata, gravado em Paraty (e retocado em estúdio), que tem seus momentos, mas passa aquela frieza habitual.

NUTRIÇÃO E MENOPAUSA

A menopausa é um evento natural, que toda mulher, após certa idade, experimentará. Tem como característica principal a parada das menstruações e o aparecimento dos sintomas vasomotores, como os fogachos ou ondas de calor definido como uma sensação súbita e breve de calor, que se espalha pela região do tórax, do pescoço e da face, de intensidade e freqüência variáveis. Pode acontecer após palpitação, sensação de pressão na cabeça e ansiedade. São acompanhados, por vezes, de suores e sensação de frio. Por diminuição da produção de hormônios femininos pelos ovários.

Devido a isso, alimentos ricos em beta caroteno (Cenoura, abóbora, folhas verde escuras), (peixes e carnes vermelhas magras), vitamina C ( Frutas cítricas), Vitamina E (Nozes, castanhas e óleos vegetais), Zinco (leite e cereais interais), Manganês (nozes, castanhas, amêndoas), selênio ( Peixes, frutos do mar, cereais integrais), Cálcio (leite e derivados) devem ser inseridos no cardápio e ajudam a mulher passa por essa fase tranquilamente. Como também, a soja por ser rica em isoflavona.
A isoflavona é um composto da soja, também chamado de fitoestrogênio, que atua na prevenção de doenças crônico-degenerativas, como o câncer de mama, de colo de útero e de próstata. Sua estrutura química é semelhante ao estrógeno (hormônio feminino) e, por isso, é uma substância capaz de aliviar os efeitos da menopausa.

A isoflavona da soja constitui-se uma alternativa para a mulher com sintomas da menopausa. Seu uso não altera o peso corporal ou a pressão arterial. Não se observam efeitos sobre a mama ou o útero, não provoca sangramentos.

A isoflavona da soja apresenta boa tolerabilidade, com poucos efeitos adversos. Entretanto, deve ser evitada por mulheres que apresentam contra-indicações ao uso de hormônios, por tratar-se de um fitohormônio. É importante também conhecer a procedência do produto, que deve apresentar aprovação pela ANVISA.

Bebidas alcoólicas, refrigerantes, doces, frituras, cafeína, enlatados, devem ser evitados para diminuir as chances de gordura abdominal e os riscos de doenças cardiovasculares.

Exercícios físicos, abolição do tabagismo, e claro! Alimentação saudável são os segredos para envelhecer com qualidade e respeito pelo corpo e com muita saúde!

Sandra Helena Mathias Motta
Nutricionista
Centro – 3322-3715
Vila Nova – 3326-5487
Celular – 8813-4072
sandranutti@yahoo.com.br

Johnny Alf comemora no palco seus 80 anos


Márcia Abos

SÃO PAULO - Um encontro de velhos amigos. Este foi o clima do ensaio de Johnny Alf, Alaíde Costa e Emílio Santiango no Sesc Pinheiros em São Paulo na tarde desta sexta-feira. O trio se preparava para os shows deste fim de semana no mesmo teatro em comemoração aos 80 anos de vida de Johnny, completados em 19 de maio.
A emoção deu o tom do ensaio, abrilhantado pela recuperação de Johnny, que tocou piano, cantou e se locomeveu sem cadeira de rodas, com o apoio carinhoso de Emílio, que ao chegar no ensaio abraçou e beijou o amigo. É o segundo show que o pianista, cantor e compositor faz desde sua recuperação. O primeiro foi em janeiro, também na companhia de Alaíde Costa e de Leny Andrade. Johnny passou dois anos recluso, tratando-se de um câncer de próstata.
" A mudança da música brasileira não começou na bossa nova, começou com Johnny Alf "
- Estava louco para ver ele voltar. Acompanhei-o no reestabelecimento. Conheço Johnny desde que comecei a cantar nos anos 70. Ele é um irmão mais velho que eu, Alaíne e Leny temos. A volta dele é como se a gente tivesse também se recuperando - declarou Emílio Santiago, deixando rolar uma lágrima.
Johnny estava entusiasmado, mas poupou forças para o show. Brincou com Alaíde Costa e Emílio Santiago, ameaçando mudar na hora o repertório previsto, que inclui "Eu e a brisa", "Rapaz de bem", "Olhos negros", "Ilusão à toa" e "Céu de estrelas".
- Músicos da noite não têm essa, eles conseguem acompanhar qualquer coisa - disse Johnny, que para se aquecer no ensaio tocou no piano "Ligia" (Tom Jobim/Chico Buarque), canção que não está no repertório.
Disse que faria Alaíde cantar todas a músicas que gravou de Vinicius de Moraes.
- De repente ele muda todo o roteiro previsto. A gente combina um repertório, na hora ele faz a introdução e só olha pra mim. Ele gosta de inventar - diz Alaíde.
Emílio Santiago respondeu, zombeteiro:
- Desse jeito, vamos fazer um show de três horas.
Alaíde lembrou que foi uma das primeiras cantoras a cantar as composições de Johnny.
- Fui a segunda cantora a cantar Johnny. A primeira foi Mary Gonçalves. Tinha uns 16 anos, cantava ainda em programas de calouros, quando tomei conhecimento das canções de Johnny Alf. Fiquei apaixonada. Ele já fazia uma música completamente diferente de tudo que existia na época e isso era tudo o que eu queria pra mim. Ao longo da minha carreira, da minha vida, ele esteve presente sempre - lembrou Alaíde.
Junto com Johnny, uma das canções que Alaíde vai cantar é "Meu sonho".
- Um dia Johnny chegou com uma letra em um papelzinho dobrado e pôs na minha mão. Eu abri, li, e falei: "Johnny, que linda!". Aí ele falou: "É para você musicar". Respondi: "eu musicar pra você?". Não tinha título e eu chamei de "Meu sonho" - contou com orgulho a cantora.
Johnny Alf foi esquecido pelas comemorações dos 80 anos da bossa nova. Emílio Santiago espera que seja feita justiça à importância do compositor para música brasileira.
- A mudança da música brasileira não começou na bossa nova, começou com Johnny Alf em Copacabana, na boate Plaza, onde ele cantava suas músicas e onde todos iam chupar um pouco das harmonias e composições dele. Aí foram para o Carnegie Hall e esqueceram ele aí. Johnny tem uma obra belíssima, que vamos cantar até morrer - conclui Emílio.

Johnny Alf, Alaíde Costa e Emílio Santiago
Sábado 21h, e domingo 18h,
Sesc Pinheiros.
Rua Paes Leme, 195, Pinheiros.
Tel: 11 3095-9400 .
INGRESSO:R$ 30