Até bem pouco tempo, uma noite na Lapa era, invariavelmente, uma noite de samba. Revitalizado no início da década graças ao ritmo e às rodas que surgiram no rastro do Rio Scenarium, o bairro teve um boom de casas noturnas dedicadas ao gênero, que, não à toa, acabou por inspirar a expressão “samba da Lapa”. Mas o cenário está mudando. Apesar de o samba ainda ser maioria, alguns palcos se destacam oferecendo noites com outros perfis, que animam de um admirador de jazz ou bossa nova até um indie atrás de novidades.
Confira o roteiro das casas que atraem público que não busca apenas samba:
Lapa Café: O bar, que seria uma oficina, tem Land Rover no salão, exposição no segundo andar, 500 rótulos de cerveja e canto lírico.
Lapa Irish Pub: Colado aos Arcos da Lapa, o pub é um ícone das mudanças no bairro: cerveja Guiness, blues e rock nas caixas de som e pessoas que geralmente fogem do samba.
Multifoco: A editora abirga shows e festas de rock alternativo, como a Dínamo.
Plano B: Espaço para shows experimentais e ousadias estéticas
Rio Rock & Blues: A casa investe pesado na agenda musical.
Santo Scenarium: Dos mesmos sócios do Rio Scenarium (tendo à frente Plínio Fróes), casa tem imagens religiosas nas paredes e jazz instrumental no som.
Satisfaction Rock Bar: Ao lado do Rio Rock & Blues, bar compõe o quarteirão do rock, em plena Rua Riachuelo.
TribOz: Jazz e música instrumental diram as noites no local que tem até quinteto próprio.
Lapinha
A casa de shows dedicada à MPB tem no cardápio petiscos e drinques, no clima de piano-bar. O objetivo do local, de acordo com uma das sócias, a flautista e produtora Tereza Quaresma, é oferecer um ambiente íntimo, despojado e aberto à criação. A casa tem ainda como sócios o pesquisador e crítico musical Hugo Sukman, o produtor Luís Pimenta e o maestro Ruy Quaresma.
O quarteto escolheu o nome Lapinha por dois motivos: pela referência carinhosa ao bairro onde a casa está localizada e, principalmente, por causa da cantora lírica e atriz Joaquina Maria da Conceição Lapa, brasileira que fez muito sucesso em Lisboa no final do século XVIII, e ficou conhecida como Lapinha. É ela quem aparece na logomarca da casa, assinada pelo artista gráfico Mello Menezes.
http://rioshow.oglobo.globo.com//estabelecimentos/lapa-cafe-1199.aspx