10.03.2009

Um dos diretores do filme do Rio 2016, Fernando Meirelles vibra, mas espera que brasileiros fiscalizem autoridades


 Bianca Kleinpaul
RIO - Unindo a cultura da prática de esportes do carioca à natureza privilegiada da cidade, os filmes da campanha Rio 2016 contribuíram no apelo emotivo da apresentação da candidatura para sede das Olímpiadas. Um dos responsáveis pela realização dos três vídeos apresentados esta sexta-feira pelo comitê olímpico brasileiro em Copenhage, o cineasta Fernando Meirelles admite que "ali era hora de pegar pela emoção mesmo".
- Os argumentos racionais já haviam sido todos expostos durante o ano - justifica o diretor paulista, conhecido mundialmente por "Cidade de Deus", justamente um filme que levou às telas a realidade da violência com o tráfico de drogas nas favelas do Rio.
Meirelles diz que fazer filmes lindos sobre o Rio não é nada difícil: "A cidade é mesmo deslumbrante, basta abrir a câmera e pronto". Mas aproveita o clima de euforia para alertar a todos nós, cidadãos brasileiros. "Com forcinha do Ministério Público, devemos acompanhar passo a passo prazos e custos" com as obras para os Jogos Olímpicos.
- Com isso feito, essa poderá ser mesmo uma oportunidade única para a cidade, que merece ser mais bem tratada do quem tem sido nesses últimos anos de Garotinhos, Rosinhas e Cesar Maias - afirmou Meirelles em entrevista ao site do jornal O Globo, por email.
O diretor, que foi anunciado esta sexta-feira como um dos nomes para assinar um curta-metragem para o projeto 'Rio, eu te amo' , acompanhou do Rio de Janeiro a cerimônia em Copenhage, ao lado da equipe que fez, no total, sete filmes para o Comitê Olímpico. Inclusive com todos os outros que estavam na Dinamarca e em São Paulo, sede de sua produtora O2 Filmes. "Foram centenas de emails trocados esta manhã", diz ele, que espera um "boom esportivo no país" com esta vitória. Além de Meirelles participaram dos filmes Rio 2016 outros diretores, como César Charlone, Nando Olival, Renato Rossi, Rodrigo Meirelles e Paulo Caruso
 


Apostas para a reta final do Festival do Rio 2009

Enviado por Rodrigo Fonseca -
Mesmo com a esnobada de Quentin Tarantino, que cancelou sua vinda ao Brasil alegando fadiga, o Festival do Rio 2009 não vai perder sua pose na reta final. Até quinta-feira, dia 8 de outubro, quando saem os ganhadores do troféu Redentor na Première Brasil, a maratona de 310 filmes, vindos de 60 pátrias diferentes, vai emplacar iguarias inéditas.
Vai ter gente sofrendo com o “bode” de Gael García Bernal em “Corações em conflito”, de Lukas Moodyson, assim como vai ter espectador rindo das provocações do documentarista Nelson Hoineff em “Caro Francis”. Para paladares mais afeitos a dramas políticos, “London River” é uma produção anglo-africana a ser apreciada sem moderação. E para a patota da violência, rola sangue em “A batalha dos 3 reinos”, de John Woo.
Entre os filmes indicados no Rio Show passado, vale lembrar que é uma obrigação conferir Meryl Streep cozinhando e fazendo fofuras em “Julie & Julia” e as sangrentas matanças empreendidas por Brad Pitt em “Bastardos inglórios” — embora Tarantino não mereça.

'White material’: Embora Isabelle Huppert não venha para conferir a retrospectiva em sua homenagem, o Festival do Rio teve o carinho de incluir novos trabalhos da atriz francesa em diferentes seções, como a Panorama, que exibe esta produção inédita de Claire Denis. Indicado ao Leão de Ouro em Veneza, o filme arranca um belo desempenho de Isabelle no papel de Maria, dona de uma plantação de café numa província da África assolada por uma guerra civil. Na mostra Panorama.

‘Vida de balconista

- Ator e autor da divertidíssima peça “Os ruivos”, Pedro Monteiro divide com o cineasta judoca Cavi Borges a direção desta aula de cultura pop rodada em uma noite, tendo Matheus Solano, o galã da nova novela das oito, como protagonista. Incluída na mostra Novos Rumos, que já revelou pérolas como “A falta que nos move”, de Christiane Jatahy, a produção acompanha a jornada de loucuras de um atendente de videolocadora. Na mostra Première Brasil.

‘Tulpan’: Vencedor do prêmio principal da mostra Un Certain Regard do Festival de Cannes de 2008, esta comédia dramática de Sergei Dvortsevoy é o maior destaque de ficção da mostra Expectativa. O cineasta tira um raio X das tradições de sua pátria natal, o Casaquistão, ao acompanhar os esforços de um rapaz recém-saído do serviço militar para arranjar uma noiva e tornar-se senhor de seu próprio destino, vivendo como pastor. Na mostra Expectativa.

‘The burning plain’:
 Roteirista latino-americano de maior projeção internacional, o escritor mexicano Guillermo Arriaga, que escreveu “Babel” e “Amores brutos”, estreia na direção de longas narrando perdas e danos afetivos em um filme em que tramas paralelas se cruzam. Charlize Theron, gerente de um restaurante em Portland que descarta todos os homens com quem vai para a cama, é a pessoa mais triste entre cinco personagens à cata de redenção. Na mostra Panorama.

‘The time that remains’: Diretor do delicioso “Intervenção divina”, o palestino Elia Suleiman fez valer seu lema “Sou um estrangeiro em todos os lugares” neste drama de tons autobiográficos indicado à Palma de Ouro em Cannes. Revendo memórias de sua própria família, Suleiman trabalha também como ator numa história que resgata as discussões políticas em torno da criação do Estado de Israel e as consequências éticas de seu processo de formação. Na mostra Panorama.

‘London River’: Nascido em Mali, Sotigui Kouyaté ganhou o prêmio de melhor ator no Festival de Berlim por seu desempenho neste drama de Rachid Bouchareb. Kouyaté interpreta Ousmane, um muçulmano africano que vive na França. Ele tece uma delicada relação com Elizabeth (Brenda Blethyn), uma britânica há tempos longe da capital inglesa. Os dois têm filhos em Londres e se conhecem por lá depois de atentados terroristas na cidade, em 2005. Na mostra Panorama.

‘Corações em conflito’: Gael García Bernal injeta fôlego a este drama que rendeu ao sueco Lukas Moodysson, diretor de “Para sempre Lilya”, uma indicação ao Urso de Ouro no Festival de Berlim. O título original, “Mammoth”, faz referência ao peso paquidérmico que a indiferença gera sobre as relações humanas, como se um mamute sapateasse sobre o amor. Gael e Michelle Williams formam um casal que se fratura depois que ele viaja para a Tailândia. Na mostra Panorama.

‘Herbert de perto’:

Cinéfilo algum vai se sentir um gaiato no navio do rock brasileiro depois que conferir esta cinebiografia do vocalista do Paralamas do Sucesso, assinada por Pedro Bronz e Roberto Berliner. Ganhadora do prêmio de melhor direção em Paulínia, a produção passa em revista a trajetória musical de Herbert Vianna e o fatídico acidente que o deixou paraplégico em 2001. Os realizadores partem de Vianna para construir um retrato da superação. Na mostra Première Brasil.

‘A batalha dos 3 reinos’: Doze anos após a consagração nos EUA com “A outra face” (1997), John Woo desceu para o enésimo escalão dos cineastas estrangeiros com carreira em Hollywood. Por isso, o diretor retornou à China, onde estruturou este caríssimo épico orçado em US$ 80 milhões. No ano 208 d.C., o primeiro-ministro Cao Cao (Zhang Fengyi) articula uma estratégia para derrubar forças rebeldes de reinos rivais ao seu. Nas batalhas, a câmera lenta de Woo se farta. Na mostra Panorama.

Caro Francis’:
Ganhador do prêmio do júri popular no Festival de Paulínia, em agosto, esta cinebiografia documental do mais famoso jornalista de opinião do país, Paulo Francis (1930-1997), é o segundo trabalho do crítico e cineasta Nelson Hoineff no Festival do Rio. Após o furacão “Alô, alô, Terezinha”, Hoineff resgata as memórias do intelectual que fazia polêmica denunciando a falta de inteligência entre as classes dominantes do país. Na mostra Première Brasil.

So um milagre salva Mercedes Sosa


O estado de saúde da cantora argentina Mercedes Sosa se agravou nesta sexta-feira (2) e só um milagre poderá salvá-la, disse um sacerdote que a visitou para lhe ministrar o sacramento da extrema unção no hospital de Buenos Aires onde ela está internada.
Sosa é uma das intérpretes mais conhecidas da música regional latino-americana e a mais famosa artista argentina depois de Carlos Gardel e Astor Piazzolla. Ela foi internada semanas atrás depois de sofrer uma complicação renal, mas seu estado piorou nos últimos dias por causa de uma falha cardiorespiratória.