5.13.2009

The Original Wailers e Dezarie agitam a semana da tribo do reggae

RIO - Dois shows agitam a programação da galera que faz parte da tribo do reggae esta semana. Nesta quinta-feira, a banda The Original Wailers resgata no palco do Canecão hits de Bob Marley. No sábado, a cantora Dezarie volta ao palco da Fundição Progresso.

Dezarie -

Liderada pelos guitarristas Al Anderson e Junior Marvin, que integraram a banda de Bob Marley, a banda jamaicana The Original Wailers passa pelo Rio na turnê que está fazendo este ano pela América Latina. No Canecão, eles prometem tocar hits como "Shot the sheriff", "Could you be love", "Get up, stand up", "Is this love" e "Redemption song".
Dezarie, a diva nascida nas Ilhas Virgens, apresenta o repertório de seu disco mais recente, "Eaze the pain" (2008). Na volta à Lapa dois anos após o show que lotou a Fundição, ela canta acompanhada pelo multiinstrumentista Ron Benjamin e pelo guitarrista Edmund, ambos integrantes da banda Midnite. A noite será aberta pelas bandas Bob Marley Cover e Monte Zion.

The original wailers -
Canecão: Av. Venceslau Brás 215, Botafogo. Tel: 2105-2000. Quin, 21h30m. R$ 90 (poltrona numerada), R$ 120 (frisa central), R$ 240 (camarotes), R$ 110 (balcão nobre), R$ 100 (mezzanino), R$ 80 (pista)

Dezarie - Fundição Progresso: Rua dos Arcos, 24, Lapa. Tel: 2220-5070. A partir de meia-noite. 1º lote: R$ 25 (meia) e R$ 50 (inteira) / 2º lote: R$ 30 (meia) R$ 60 (inteira) / 3º lote: R$ 35 (meia) R$ 70 (inteira)

Rapaz de bem

Ruy Castro

RIO DE JANEIRO - O pianista, compositor e cantor Johnny Alf fará 80 anos no dia 19 próximo. Se todos os artistas que ele influenciou se dessem as mãos, a corrente humana iria de Vila Isabel, na zona norte do Rio, onde nasceu, em 1929, a Santo André, no ABC paulista, onde mora há dois anos, numa casa de repouso, desde que se submeteu a uma cirurgia e a um longo tratamento.
Exceto por alguns shows promovidos por seus fãs -Leny Andrade, Alayde Costa, Emilio Santiago, Cibele Codonho-, não se sabe de homenagens à altura da sua importância. Neste aniversário, ele mereceria um ciclo inteiro de espetáculos reunindo músicos de sua turma (ainda há muitos na praça) e das gerações mais novas, reconstruindo sua obra em vários contextos: orquestra, pequeno conjunto, piano solo, vozes, gafieira, jam session.
Os museus da Imagem e do Som do Rio e de São Paulo promoveriam palestras e debates sobre o estado de coisas na música popular quando ele apareceu ao piano de uma boate carioca em 1952 e de como, pouco depois, tivemos a bossa nova. O próprio Johnny gravaria um extenso depoimento para esses museus. Uma TV produziria um especial a seu respeito. Uma editora lançaria seu songbook. E seus discos, sempre difíceis de encontrar, seriam relançados. Mas não há nada disso programado.
Johnny não tem aposentadoria nem plano de saúde. Vive de uma pequena poupança e dos caraminguás de seus direitos autorais -e olhe que ele é o autor dos sambas "Rapaz de Bem" e "Fim de Semana em Eldorado", do baião "Céu e Mar", dos sambas-canção "O Que é Amar" e "Eu e a Brisa" e de muitos outros standards da música brasileira. Os 80 anos de Johnny começam daqui a alguns dias e levarão um ano para se completar. Ainda há tempo para homenageá-lo. De preferência, com ele ao piano. Aqui fica a homenagem do "Botecos do Vale do Café".

Homenagem do 'Botecos do Vale do Café' no Centenário de Ataulfo Alves

MEUS TEMPOS DE CRIANÇA
(Composição: Ataulfo Alves)

Eu daria tudo que eu tivesse
Pra voltar aos dias de criança
Eu não sei pra que que a gente cresce
Se não sai da gente essa lembrança

Aos domingos, missa na matriz
Da cidadezinha onde eu nasci
Ai, meu Deus, eu era tão feliz
No meu pequenino Miraí

Que saudade da professorinha
Que me ensinou o beabá
Onde andará Mariazinha
Meu primeiro amor, onde andará?

Eu igual a toda meninada
Quanta travessura que eu fazia
Jogo de botões sobre a calçada
Eu era feliz e não sabia


ATAULPHO ALVES JUNIOR MEUS TEMPOS DE CRIANÇA COMPOSIÇÃO ATAULFO ALVES
Uma das poucas imagens do compositor na televisão brasileira.