10.02.2009

2016: RIO SERÁ A SEDE OLÍMPICA


Lello Lopes
Depois de três tentativas fracassadas, o Brasil finalmente ganhou a disputa pela sede dos Jogos Olímpicos. Agora, o governo brasileiro pode se preparar para colocar a mão no bolso. O projeto brasileiro é estimado em R$ 25,9 bilhões, cifra sem precedentes na história do esporte nacional.
Dinheiro para isso, garantem as autoridades, existe. "Entre as dez maiores economias do mundo, só o Brasil nunca organizou os Jogos Olímpicos", disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Presidente do Banco Central, Henrique Meirelles também fez coro. "Nós temos a 10ª maior economia do mundo e o Banco Mundial prevê que seremos a quinta até 2016. Já somos o quinto maior mercado publicitário do mundo e ainda estamos crescendo. E graças ao descobrimento do maior campo petroleiro do mundo, temos também grande reserva de petróleo. Nossa força econômica traz a certeza que podemos ter os jogos olímpicos".
O Rio de Janeiro bateu nesta sexta-feira Madri na rodada final da disputa para conquistar o direito de organizar os Jogos de 2016. Com isso, encerra um sonho que começou em 1992 e que já custou mais de R$ 180 milhões só em candidaturas. Chicago e Tóquio também foram superadas pelos cariocas.
Com a vitória, o Rio se torna a primeira cidade sul-americana a ser sede de uma Olimpíada. Além disso, faz o Brasil repetir os feitos de México, Alemanha e Estados Unidos, que organizaram, com diferença de dois anos, os Jogos Olímpicos e a Copa do Mundo.
A caminhada brasileira rumo à sede da Olimpíada se iniciou em 1992, com a frágil campanha de Brasília para abrigar os Jogos de 2000. O Rio entrou na disputa duas vezes, para as Olimpíadas de 2004 e 2012, antes de sair finalmente vencedor.
A campanha Rio 2016 começou tímida. Na fase inicial da candidatura, o Rio de Janeiro ficou em quinto lugar na avaliação realizada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), atrás até mesmo de Doha, que não foi à fase final porque proprôs os Jogos em um período de extremo calor.
Com o tempo, a candidatura carioca entrou nos eixos. A campanha maciça feita pelo presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, frente aos membros do COI, aliada à influência do ex-presidente da Fifa João Havelange e o corpo a corpo realizado por Pelé fizeram com que o Rio conquistasse os votos decisivos da eleição.
A apresentação desta sexta-feira também influenciou no resultado. O Brasil se defendeu em quatro idiomas (inglês, francês, espanhol e português) e contou com discursos de Havelange, Nuzman, Sergio Cabral (governador do Rio), Eduardo Paes (prefeito da cidade), Henrique Meirelles (presidente do Banco Central), Isabel Swan (medalhista olímpica) e do presidente Lula, que pediu ao COI "vencer o desafio" de expandir os Jogos Olímpicos.
O discurso do presidente Lula e o projeto do Rio de Janeiro comoveram os membros do Comitê Olímpico Internacional. Na votação, a cidade de Chicago, que era apontada até como favorita, foi a primeira a ser eliminada. O resultado provocou reações de surpresa e festa no centro de imprensa do Bella Center, onde a eleição foi realizada.
Logo em seguida foi a vez de Tóquio ser eliminada, para a tristeza dos atletas japoneses que acompanharam a apuração ao lado dos jornalistas. Ficaram para a final Rio de Janeiro e Madri. E, após uma hora de espera, a cidade brasileira foi finalmente anunciada como sede dos Jogos Olímpicos de 2016.
Agora, com a vitória, o Rio de Janeiro precisa acabar com a desconfiança de que cometerá os mesmos erros do Pan. Para colocar os Jogos Pan-Americanos de 2007 de pé o Rio gastou bem mais do que estava previsto no orçamento e não entregou alguns pontos chaves do projeto, como a melhoria na rede de transporte.
O transporte, aliás, é um dos pontos fracos do projeto para 2016. O sistema de hotelaria da cidade também causa preocupação, uma vez que o Rio ainda não tem a garantia de que todos os quartos prometidos serão entregues.
Para resolver os problemas, o Rio de Janeiro apostou no maior orçamento entre as cidades finalistas. A Olimpíada de 2016 vai custar cerca de US$ 14 milhões, com os gastos divididos entre os governos federal, estadual e municipal e a iniciativa privada.
Enquanto isso, o clima é de festa. A expectativa é que 100 mil pessoas compareçam à praia de Copacabana para comemorar a vitória carioca.

Caetano Veloso faz show no Vivo Rio em benefício do projeto Pró Criança Cardíaca



RIO - O Vivo Rio será palco na próxima segunda-feira (05.10) do show beneficente "Caetano Veloso - Voz e violão", que celebra os 13 anos do projeto Pró Criança Cardíaca, idealizado e comandado pela cardiologista infantil Rosa Célia Pimentel. Para atiçar a curiosidade do público, Caetano manterá o repertório em segredo. Os ingressos para os camarotes, frisas e outros setores já estão à venda nas bilheterias do Vivo Rio e no site Ingresso Rápido . As entradas para a área VIP podem ser compradas no projeto Pró Criança pelo telefone 3239-4510.
O Pró Criança Cardíaca é um projeto social, sem fins lucrativos, que atende e examina cerca de 50 crianças por semana. Os pacientes recebem atendimento odontológico, para prevenir infecções cirúrgicas, além de cestas básicas, roupas e brinquedos. Em 13 anos, mais de 14.699 crianças carentes foram atendidas pela instituição.
Em 2009, Dra. Rosa Célia abraçou um novo projeto: a construção do Hospital Pró Criança, para cirurgias e internações dos pacientes com doenças coronarianas. O hospital terá 72 leitos e vai oferecer 30% da sua capacidade para tratamento cardiológico gratuito a crianças carentes. Fruto de doações da sociedade e de empresários, o Hospital Pró Criança tende a diminuir consideravelmente a fila para as cirurgias cardíacas. O objetivo é inaugurar a unidade em 2010.
'Caetano Veloso - Voz e violão'
Vivo Rio.
Av. Infante Dom Henrique 85, Parque do Flamengo.
Seg(05), 20h30m.
R$ 500 (área VIP), à venda somente através do telefone 3239-4500; R$ 200 (Camarote A); R$ 120 (Camarote B); R$ 140 (Setor 1); R$ 120 (Setor 2); R$ 100 (Setor 3); R$ 80 (Frisa)

UFRJ aposta em corrida de barcos para promover uso de energia solar


RIO - Uma corrida de barcos movidos à energia solar. Essa é a proposta do primeiro Desafio Solar Brasil, que vai acontecer entre os dias 16 e 24 de outubro, na baía de Paraty, no litoral sul do estado. O evento, que está sendo organizado pelo Pólo Náutico da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), pretende estimular o desenvolvimento de tecnologias focadas em energias alternativas limpas e promover a aplicação dessas energias em embarcações de serviço, recreio e transporte de passageiros no Brasil.
Durante os nove dias do rali, 20 embarcações da classe A (com seis metros de comprimento) vão percorrer cerca de 240 quilômetros na baía de Paraty. Serão realizadas um total de oito etapas, que incluem uma prova técnica, um prólogo e seis provas - todas de 40 quilômetros em média.
A ideia de realizar o evento surgiu no ano passado, depois que uma equipe da UFRJ participou da última edição do Frisian Solar Challenge , competição realizada a cada dois anos na Holanda, que se constitui no principal evento europeu para embarcações solares. Neste evento, a UFRJ participou com uma embarcação própria projetada e construída no Pólo Náutico, a qual recebeu o nome de Copacabana e ficou na sétima colocação geral e na quarta na classe A, num total de 48 equipes européias.
De acordo com o coordenador-geral do Pólo Náutico da UFRJ e responsável pela criação da competição no Brasil, Fernando Amorim, a escolha da classe A para a corrida se deu porque ela requer menos investimentos por parte das equipes. Segundo ele, o objetivo é fazer com que os participantes usem a criatividade e o improviso para encontrar soluções eficientes e inovadoras.
"A utilização de fontes alternativas de energia deixou de ser ficção científica e passou a ser realidade. Em países como a Holanda e a Bélgica, mais de 30% da energia consumida são produzidas por meios alternativos. No Brasil, o potencial de fontes limpas ainda é muito mal aproveitado e, por isso, muita energia é desperdiçada", explica Amorim.
Além de equipes do Rio de Janeiro, o Desafio Solar vai contar com a participação de equipes de outros estados do Brasil e de uma equipe holandesa, que virá a convite da UFRJ. O objetivo é que a competição brasileira articule instituições e universidades da América Latina e, futuramente, seja incluída como uma das etapas do circuito internacional. Os organizadores do evento também esperam que ele atraia representantes de empresas do setor marítimo, de instituições educacionais e de centros de pesquisa do mundo inteiro, e que sirva para a troca de experiências e conhecimento sobre energia solar.