RIO - Uma corrida de barcos movidos à energia solar. Essa é a proposta do primeiro Desafio Solar Brasil, que vai acontecer entre os dias 16 e 24 de outubro, na baía de Paraty, no litoral sul do estado. O evento, que está sendo organizado pelo Pólo Náutico da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), pretende estimular o desenvolvimento de tecnologias focadas em energias alternativas limpas e promover a aplicação dessas energias em embarcações de serviço, recreio e transporte de passageiros no Brasil.
Durante os nove dias do rali, 20 embarcações da classe A (com seis metros de comprimento) vão percorrer cerca de 240 quilômetros na baía de Paraty. Serão realizadas um total de oito etapas, que incluem uma prova técnica, um prólogo e seis provas - todas de 40 quilômetros em média.
A ideia de realizar o evento surgiu no ano passado, depois que uma equipe da UFRJ participou da última edição do Frisian Solar Challenge , competição realizada a cada dois anos na Holanda, que se constitui no principal evento europeu para embarcações solares. Neste evento, a UFRJ participou com uma embarcação própria projetada e construída no Pólo Náutico, a qual recebeu o nome de Copacabana e ficou na sétima colocação geral e na quarta na classe A, num total de 48 equipes européias.
De acordo com o coordenador-geral do Pólo Náutico da UFRJ e responsável pela criação da competição no Brasil, Fernando Amorim, a escolha da classe A para a corrida se deu porque ela requer menos investimentos por parte das equipes. Segundo ele, o objetivo é fazer com que os participantes usem a criatividade e o improviso para encontrar soluções eficientes e inovadoras.
"A utilização de fontes alternativas de energia deixou de ser ficção científica e passou a ser realidade. Em países como a Holanda e a Bélgica, mais de 30% da energia consumida são produzidas por meios alternativos. No Brasil, o potencial de fontes limpas ainda é muito mal aproveitado e, por isso, muita energia é desperdiçada", explica Amorim.
Além de equipes do Rio de Janeiro, o Desafio Solar vai contar com a participação de equipes de outros estados do Brasil e de uma equipe holandesa, que virá a convite da UFRJ. O objetivo é que a competição brasileira articule instituições e universidades da América Latina e, futuramente, seja incluída como uma das etapas do circuito internacional. Os organizadores do evento também esperam que ele atraia representantes de empresas do setor marítimo, de instituições educacionais e de centros de pesquisa do mundo inteiro, e que sirva para a troca de experiências e conhecimento sobre energia solar.
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