6.03.2009

Hoje tem Parangolé

RIO - O estilo cabaré, que voltou com força total em algumas casas cariocas, chegou a um cantinho da Fundição Progresso. Todas as quintas, o grupo Teatro de Anônimo promove no local onde faz seus ensaios as "Noites de parangolé": uma mistura de circo, teatro e música, sempre com algum convidado diferente. Curiosa com o mix de atrações, fui conferir o espetáculo, e vi que cabaré também pode ser um "programa família". Por que não?
Como cheguei cedo - por volta das 19h, enquanto a apresentação estava marcada para as 20h - pude observar o público que chegava. Tinha uma galera jovem, alguns grupos de amigos, mas o que me chamou mesmo a atenção foram as crianças e até um casal de idosos. Quando fui atendida por uma "garçonete", que na verdade era um homem negro e alto vestido com saia e peruca loura, comecei a perceber qual era o clima do evento, e vi que o humor ia rolar solto.
O show começa com a banda "Bole-bole", que garante a trilha sonora do espetáculo. A tal garçonete, chamada pelo apresentador de "Mulate", sobe ao palco com os outros atores do grupo, primeiramente na simulação de um desastrado show de calouros. A partir de então eles intercalam esquetes de humor com as apresentações dos artistas convidados. Na quinta-feira passada (28.05) teve o show de contorcionismo da argentina radicada carioca Fernanda Ledesma, as acrobacias da dupla Raoni Morales e Paula Limia, e o equilibrista Felipe Farinha. Esse último foi o que mais gostei, já que ele conseguiu me deixar super tensa ao andar em uma corda quase por cima da plateia. Detalhe: ele fingia estar bêbado. Fiquei com pena do pobre espectador convidado a ajudá-lo na proeza de subir na corda bamba. Mas, confesso, foi engraçado.
O show também tem uma tentativa de strip de duas personagens do espetáculo. Digo tentativa, porque a falta de jeito intencional das mulheres é tamanha que uma delas encerra a apresentação com um belo "estabaco". No fim da noite, algumas pessoas se animaram a dançar com o chorinho da banda "Bole-bole".
Nesta quinta, o "Noites de parangolé" recebe o Circo Teatro Artetude, do Distrito Federal, e o Barracão Teatro, de São Paulo. O espetáculo tem direção musical de Ricardo Cotrim, integrante do Cordão do Boitatá.

'Noites de parangolé' - Espaço Teatro de Anônimo, Fundição Progresso. Rua dos Arcos, 24, Lapa. Tel: 2524-0930. Quin, 20h. R$ 20.

Mostra pernambucana reabre o Teatro Glauce Rocha

João Pimentel RIO - Após dois anos fechado para reformas do sistema de ar-condicionado, do piso, dos camarins e de adaptação à legislação de acessibilidade para cadeirantes, o Teatro Glauce Rocha reabre suas portas com sotaque nordestino. Um show de Antonio Nóbrega, nesta quarta-feira (03.06), às 18h30m, abre o projeto A Ribalta Pernambucana, uma mostra da cena teatral local. A programação inclui apresentação de seis grupos, oficina de dança, exposição, seminário, palestra e lançamento de livros, até 21 de junho, de quinta a domingo.
- Não foi uma reforma estrutural, já que o teatro estava em boas condições. Mas eram necessárias algumas adaptações. A grande modificação foi no sistema de ar-condicionado, que era ancestral - conta a coordenadora de teatro da Funarte, Heloisa Vinabé, ressaltando a entrada gratuita para a mostra pernambucana.
Nóbrega fará um show retrospectivo de seus 15 anos de carreira. Serão lembradas canções de discos como "Na pancada do ganzá", "Madeira que cupim não rói", "Pernambuco falando para o Mundo" e "Lunário perpétuo". Multiinstrumentista, ele cantará baiões, maracatus, frevos-canções, choros e marchas de blocos tocando rabeca, violino e bandolim.

A programação segue até o dia 21 de junho. Confira:

Quarta-feira (03.06):
18h30m - reabertura oficial do Teatro Glauce Rocha e estreia do projeto A Ribalta Pernambucana com show de Antonio Nóbrega
Quinta-feira (04.06):
18h - Abertura da exposição 'Memórias da cena pernambucana' e lançamento da coleção de quatro livros do jornalista e escritor pernambucano Leidson Ferraz.
19h - Espetáculo Angu de Sangue, do Coletivo Angu de Teatro (Recife/PE)
Sexta-feira (05.06):
9h às 18h - Exposição 'Memórias da cena pernambucana'
17h - Palestra sobre a cena teatral pernambucana com o jornalista Leidson Ferraz
19h - Espetáculo Angu de Sangue, do Coletivo Angu de Teatro (Recife/PE)
Sábado (06.06) e domingo (07.06):- Ato, do grupo Magiluth (Recife/PE)
Quinta-feira (11.06):
- A Paixão e a Sina de Mateus e Catirina, do grupo Tropa do Balacobaco (Arcoverde/PE)
Sexta-feira (12.06):
15h - Oficina de danças tradicionais nordestinas com o grupo Tropa do Balacobaco (Arcoverde/PE).
19h - A paixão e a sina de Mateus e Catirina, do grupo Tropa do Balacobaco (Arcoverde/PE)
Sábado (13.06) e domingo (14.06):
- Quando o sol vem à janela, da Trupe Cara e Coragem (Cabo de Santo Agostinho/PE)
Quinta-feira (18.06) e sexta (19.06):
- O Palhaço Jurema e os Peixinhos Dourados, da Cia. Construtores de Histórias (Recife/PE)
Sábado (20.06) e domingo (21.06):- Deus Danado, do grupo Arte em Cena (Caruaru/PE)

Projeto 'A ribalta pernambucana' - Teatro Glauce Rocha. Av. Rio Branco 179 - Centro. Tel: 2220-0259. Espetáculos teatrais: 19h; exposição: das 9h às 18h.
Colaboração Angela Chaloub

Filarmônica de Berlim toca Zequinha de Abreu / Aloysio de Oliveira

Quando Zequinha de Abreu e Aloysio de Oliveira poderiam supor que “Tico Tico no Fubá” fôsse tocado pela Filarmônica de Berlim!

"Tico-Tico no Fubá", choro composto por Zequinha de Abreu e Aloysio de Oliveira, é uma das músicas brasileiras mais conhecidas no mundo, especialmente por ter aparecido em cinco filmes americanos.

No vídeo anexo, "Tico-Tico no Fubá" é interpretado pela "Orquestra Filarmônica de Berlim",regida pelo maestro israelense/argentino Daniel Barenboim