Mauro Ferreira
Não foi exatamente uma refestança, apesar da presença simbólica de Gilberto Gil nos vocais e na guitarra. Mas, além de merecida, a bela homenagem prestada a Rita Lee na 16ª edição do Prêmio Multishow - realizada na noite de terça-feira, 16 de agosto de 2009, no Citibank Hall do Rio de Janeiro (RJ) - reforçou o tom jovial e pop da premiação, que mudou de casa por conta das obras no já centenário Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Com a habitual presença de espírito, Rita Lee - vista acima em foto de Marcelo Bruno, da Agência MT - recebeu o prêmio da neta, Isabella, e brincou ao fazer o discurso de agradecimento: "Cá entre nós, Isa, vovó preferia receber o prêmio em dinheiro. Que é para inteirar as despesas da cirurgia que vai consertar minha asinha quebrada. Mas minha conta nas Ilhas Cayman é a mesma da Igreja Universal. Aleluia!!! Joguemos os dízimos!!!", ironizou a eterna Ovelha Negra. Pena que o número musical - feito por superbanda que tinha à frente Pitty e Gilberto Gil (em foto de Murillo Tinoco, da Agência MT) - não esteve à altura da obra pioneira de Rita Lee, referência para todas as mulheres que fazem música pop no Brasil, como, aliás, enfatizou Marisa Monte ao apresentar o justo tributo
8.19.2009
Gávea ganha espaço de fotografia e consolida um roteiro das artes visuais no Rio
Suzana Velasco
RIO - Uma porta de metal no alto da Gávea esconde um pequeno polo de criação cultural que, atrás da produtora Copacabana Filmes, de Carla Camurati, inaugura nesta quarta-feira (19.08) a Galeria da Gávea, um misto de escritório de arte e espaço de exposições. Descendo a Rua Marquês de São Vicente - que, poucos metros acima, abriga o Instituto Moreira Salles -, há outras cinco galerias de arte, que, mais ou menos escondidas, aproveitam o charme do bairro. O circuito ainda ganhará, no início do ano que vem, a Silvia Cintra + BOX 4, num casarão da Rua das Acácias, firmando a Gávea como o bairro das galerias no Rio.
O espaço que será inaugurado nesta quarta já era usado por quatro fotógrafos como um estúdio, que continuará funcionando. Trabalhando ali há quase quatro anos, e percebendo um embrião do mercado de fotografia, Bruno Veiga, Ana Stewart, Alexandre Sant'anna e Ricardo Fasanello chamaram a curadora Isabel Amado e, juntos, criaram a Galeria da Gávea. Na primeira exposição, "Convergência", são expostas 18 obras, de 18 fotógrafos, incluindo os quatro sócios. A seleção foi feita por Isabel, que quis mostrar um recorte da fotografia contemporânea, incluindo fotógrafos que ela insere num "núcleo maduro", como Luiz Braga e Walter Carvalho, e nomes menos conhecidos, como Murillo Meirelles e Julio Bittencourt.
- O Rio tem qualidade de fotografia, mas ainda não está inserido no mercado como São Paulo. Pretendemos ter uma comissão de curadores e organizar encontros com pessoas do meio fotográfico - diz Isabel, que reconhece que o espaço é mais comercial do que cultural. - Nosso foco são os colecionadores. Em Nova York, há muitos espaços assim, escondidos, que você toca uma campainha e descobre.
No caso da Galeria da Gávea, não dá para tocar a campainha. Todo atendimento será com hora marcada, porque os fotógrafos continuarão trabalhando ali. Mas qualquer pessoa pode ligar e agendar a visita (2274-5200), de segunda a sexta, das 10h às 19h. Além das fotos da primeira exposição, aberta até 16 de outubro, outras 32 obras, de diferentes fotógrafos, já estão no acervo da galeria.
Galeria da Gávea -
Rua Marquês de São Vicente 431, Lj A, Gávea. Tel: 2274-5200. Atendimento com hora marcada.
RIO - Uma porta de metal no alto da Gávea esconde um pequeno polo de criação cultural que, atrás da produtora Copacabana Filmes, de Carla Camurati, inaugura nesta quarta-feira (19.08) a Galeria da Gávea, um misto de escritório de arte e espaço de exposições. Descendo a Rua Marquês de São Vicente - que, poucos metros acima, abriga o Instituto Moreira Salles -, há outras cinco galerias de arte, que, mais ou menos escondidas, aproveitam o charme do bairro. O circuito ainda ganhará, no início do ano que vem, a Silvia Cintra + BOX 4, num casarão da Rua das Acácias, firmando a Gávea como o bairro das galerias no Rio.
O espaço que será inaugurado nesta quarta já era usado por quatro fotógrafos como um estúdio, que continuará funcionando. Trabalhando ali há quase quatro anos, e percebendo um embrião do mercado de fotografia, Bruno Veiga, Ana Stewart, Alexandre Sant'anna e Ricardo Fasanello chamaram a curadora Isabel Amado e, juntos, criaram a Galeria da Gávea. Na primeira exposição, "Convergência", são expostas 18 obras, de 18 fotógrafos, incluindo os quatro sócios. A seleção foi feita por Isabel, que quis mostrar um recorte da fotografia contemporânea, incluindo fotógrafos que ela insere num "núcleo maduro", como Luiz Braga e Walter Carvalho, e nomes menos conhecidos, como Murillo Meirelles e Julio Bittencourt.
- O Rio tem qualidade de fotografia, mas ainda não está inserido no mercado como São Paulo. Pretendemos ter uma comissão de curadores e organizar encontros com pessoas do meio fotográfico - diz Isabel, que reconhece que o espaço é mais comercial do que cultural. - Nosso foco são os colecionadores. Em Nova York, há muitos espaços assim, escondidos, que você toca uma campainha e descobre.
No caso da Galeria da Gávea, não dá para tocar a campainha. Todo atendimento será com hora marcada, porque os fotógrafos continuarão trabalhando ali. Mas qualquer pessoa pode ligar e agendar a visita (2274-5200), de segunda a sexta, das 10h às 19h. Além das fotos da primeira exposição, aberta até 16 de outubro, outras 32 obras, de diferentes fotógrafos, já estão no acervo da galeria.
Galeria da Gávea -
Rua Marquês de São Vicente 431, Lj A, Gávea. Tel: 2274-5200. Atendimento com hora marcada.
Descontraído, Prêmio Multishow consagra bandas da geração internet em sua 16ª edição
Ricadro Calazans*
RIO - Aparentemente, a 16ª edição do Prêmio Multishow não teve nenhum grande vencedor. Os já veteranos Marisa Monte e Skank voltaram para casa com dois troféus debaixo do braço, mas não ficaram acima, no que diz respeito à empatia com os fãs/espectadores, dos (bem) mais jovens Fresno, NX Zero ou Banda Cine, outros premiados da festa. E foi para o público que dialoga com os grupos da "geração internet" que o roteiro do evento parece ter sido direcionado, repleto de referências a redes sociais, interatividade e comunidades virtuais. O encerramento, com uma emocionante homenagem a Rita Lee, deu um toque ainda mais jovial à noite.
A reforma no Theatro Municipal fez bem ao prêmio. Desabrigado de seu habitual palco - fechado para reformas no ano de seu centenário - o principal evento do Multishow transferiu-se do Centro do Rio para a amplidão do Citibank Hall, na Barra da Tijuca, e ficou mais descontraído. Embalada num vestido de couro vermelho assinado por Reinaldo Lourenço e apresentada como "gata e gostosa", a atriz Fernanda Torres, anfitriã da noite, aprovou a mudança de ares.
- Casa nova, cara nova e corpinho de 16 anos. E o melhor é que quem ganhar agora pode agradecer olhando para baixo. Antigamente, a gente só olhava para cima, parecia que estava rezando para Deus - comparou Fernanda, debochada, recordando as vertiginosas galerias do Municipal.
No palco mais democrático da Barra, Marcelo D2 deu início à farra pouco depois das 22h, na companhia de Seu Jorge e das cantoras Maria Gadú, Roberta Sá e Nina Becker. Juntos, cantaram "Pode acreditar", do último disco do rapper. Concorrente em cinco categorias, D2 voltou para casa de mãos vazias, assim como os mineiros do Jota Quest, também indicados para cinco prêmios. Já seus conterrâneos do Skank adoraram a vitória na categoria melhor clipe, pelo vídeo de "Ainda gosto dela".
- Estava com saudade de subir aqui - disse o vocalista Samuel Rosa.
Pouco depois, eles voltaram ao palco para receber o prêmio "Iniciativa" das mãos de Regina Casé. Uma das novidades do ano, a categoria premiou quem mais se destacou ao inovar na distribuição e divulgação de música na web. Samuel fez o segundo agradecimento da noite.
- A web é isso, a gente está cada vez mais próximos de vocês - festejou Samuel.
A essa altura, Fernanda Torres já fizera brincadeiras com o Twitter - vários dos convidados, como Pitty e Rogério Flausino, do Jota Quest, "tuitavam" ao longo do evento - e alertara para o poder da audiência.
- [O prêmio Multishow] é um adolescente que quer saber de tudo a seu tempo: agora - resumiu a apresentadora.
Outro dos novos prêmios da noite, a categoria TVZé deveria escolher paródias dos espectadores de clipes de sucesso. Venceu a versão do (adolescente) Kadu Gauer, de Jundiaí (SP), para "Dalila", de Ivete Sangalo.
Ivete, grávida de sete meses, rivalizou barriga a barriga com Zeca Pagodinho no palco, na simpática dobradinha "Falsa baiana" e "Deixa a vida me levar", um dos bons números da noite. Ana Cãnas levou sua banda para cantar "Como vovó já dizia", de Raul Seixas, ao lado de Arnaldo Antunes e na companhia de PJ, baixista do Jota Quest, numa execução cheia de peso.
E o Little Joy, projeto transnacional de Rodrigo Amarante e do "stroke" Fabrizio Moretti, apresentou "Keep me in mind" assessorado por um grupo de jovens anêmicos nas palmas - nada que intimidasse a recepção calorosa da plateia.
Já o trio NX Zero, Fresno e Strike não foi unânime em sua versão nada sutil do clássico oitentista "Inútil", do Ultraje a Rigor. Ainda assim, fracassos de crítica, mostraram seu poder de mobilização ao faturarem os prêmios de melhor CD (NX Zero, pelo disco "Agora") e grupo (Fresno) do ano.
Da mesma estirpe, a Banda Cine foi eleita a revelação do ano e Debora Teicher, baterista do Scracho, a melhor instrumentista. Todos, invariavelmente, agradeceram aos pais, às famílias e fãs pelos prêmios, depois da bagunça de praxe ao serem anunciados vencedores.
- [Queria agradecer à] minha família, pô, meu namorado - nossos fãs, cara... Se eu ficar aqui vou falar demais, beijo! - agradeceu Debora.
Caetano Veloso, escalado para anunciar o melhor grupo do ano ao lado do filho Moreno, foi na onda.
- Então, aí, cheguei por último porque vamos apresentar algo muito importante - avisou.
Ao cantar o nome do Fresno, porém, ficou com a mão estendida no vácuo, enquanto o primeiro dos gaúchos a subir ao palco se agarrava ao microfone para um sonoro "uhuuuu!". Falta de educação tremenda, assim como a deselegância da plateia ao receber Mallu Magalhães, singela num vestidinho preto, para anunciar (com D2) o prêmio de melhor cantora para Marisa Monte.
- A gente faz música, essa não é uma atividade competitiva, fico feliz de estar aqui entre os melhores - contemporizou Marisa, que já havia faturado o prêmio de melhor DVD pelo documentário "Infinito ao meu redor".
No fim, o guitarrista (e apresentador do Multishow) Beto Lee apresentou uma derramada declaração à mãe, Rita Lee, num vídeo com boas chance de virar hit no YouTube, antes de apresentar três músicas em homenagem à roqueira decana. "Ovelha negra", "Mania de você" e "Lança perfume" foram tocadas por um time dos sonhos: Gilberto Gil, Dadi, Donatinho, João Barone, Bem Gil, Beto Lee e Liminha. Os vocais de Pitty ficaram aquém da homenagem, mas a própria Rita compensou isso com sua frase de agradecimento, à altura de seus momentos mais iconoclastas:
- Cá pra nós, Isa (a netinha Isabela, agarrada à sua perna no palco), vovó preferia esse prêmio em dinheiro. O número da minha conta nas Ilhas Cayman é igual ao da Igreja Universal.
Palmas e gritos. Rock'n'roll é isso.
Confira a lista dos vencedores:
Melhor DVD - Marisa Monte, por "Infinito ao meu redor"
Melhor instrumentista - Deborah Teicher, da Banda Scracho
Melhor show - "Multishow ao vivo", Capital Inicial
Revelação - Banda Cine
Melhor música - "Amado", de Vanessa da Mata
Melhor cantora - Marisa Monte
Melhor CD - "Agora", Nx Zero
Prêmio iniciativa - Skank
Melhor cantor - Seu Jorge
Melhor clipe - "Ainda gosto dela", Skank
Melhor grupo - Fresno
Categoria TV Zé (vídeos da audiência) - "Dalila", de Ivete Sangalo, por Kadu Gauer
*Colaborou Rafael Oliveira
ADRIANA PEIXOTO NO TEATRO RIVAL
peixotoSobrinha de Cauby Peixoto, a cantora exibe ao vivo seu disco de estreia. Na árvore genealógica da moça há outros músicos ilustres: ela é filha do pistonista Araken Peixoto e sobrinha-neta do compositor e pianista Nonô. A herança musical Adriana explora a partir da mistura de ritmos escolhidos para o trabalho: de samba-canção a samba-rock, passando por suaves baladas. De Sueli Costa, ela entoa Outra Vez, Nunca Mais. Do repertório de Elis Regina, pinçou Saudosa Maloca, de Adoniran Barbosa. Samba acelerado, De Cabeça pra Baixo é outra canção a compor o espetáculo, que conta ainda com Retalhos de Cetim, de Benito de Paula. Teatro Rival Petrobras (472 lugares). Rua Álvaro Alvim, 33, Cinelândia, 2240-4469, Metrô Cinelândia. Quarta (19), 19h30. R$ 30,00. Bilheteria: 13h30/19h30 (seg. a qua.). TT. www.rivalbr.com.br.
ATAULPHO ALVES JR
Enquanto prepara novo disco em homenagem ao pai, o cantor aproveita para homenageá-lo no palco, com repertório recheado de composições clássicas de Ataulfo Alves. No show, a nostalgia é garantida a partir de canções como Ai, que Saudades da Amélia, Você Passa, Eu Acho Graça e Na Cadência do Samba. Livre. Centro Municipal de Referência da Música Carioca (156 lugares). Rua Conde de Bonfim, 824, Tijuca, 3238-3831. Sexta (21) e sábado (22), 19h. Bilheteria: 10h às 18h (ter. a qui.); a partir das 10h (sex. e sáb.). R$ 5,00 a R$ 10,00.
BANDA BIFE E CONVIDADOS
Plínio Profeta, Nepal e Fabio Santanna recebem convidados especiais em Botafogo. As cantoras Tiê e Kátia B se juntam a Edu Krieger e ao compositor Sérgio Ricardo em noite de improvisações, jam session e canções do CD do trio, Groove Gostoso, inspirado no soul dos anos 60 e 70, em fase de finalização. Cinematheque Música Contemporânea (240 lugares). Rua Voluntários da Pátria, 53, Botafogo, 2286-5731, Metrô Botafogo. Sábado (22), 23h. R$ 20,00. Cc.: todos. Cd.: todos. www.matrizonline.com.br.
BANDA CALYPSO
Joelma e Chimbinha, casal à frente da popular banda paraense, fazem sua primeira apresentação na Lapa, com abertura do Trio Nordestino e parte da animação aos cuidados da festa Dancing Cheetah. Ao som de sucessos como Dançando Calypso, a banda comemora dez anos de carreira e aproveita para mostrar as músicas do seu mais recente trabalho, o 13º disco da carreira, intitulado Amor sem Fim. Nos intervalos entre os shows, os DJs Chico Dub, Pedro Seiler e João Brasil disparam sets embalados por cumbia, technobrega, funk, lambada e reggaeton. Fundição Progresso (5?000 pessoas). Rua dos Arcos, 24, Lapa, 2220-5070. Sexta (21), 0h. R$ 20,00 (1º lote, com 1 quilo de alimento não perecível) a R$ 70,00. Bilheteria: 10h/ 13h30 e 14h/18h (seg. a qui.); a partir das 12h (sex.). www.fundicaoprogresso.com.br.
BULLDOG
Depois de prestar tributo ao célebre disco dos Beatles Abbey Road, os integrantes do Bulldog mergulham no mais famoso trabalho do Pink Floyd, com direito a projeções e efeitos especiais. O show que traz todas as músicas do disco The Dark Side of the Moon reúne Heitor Pitombo (baixo e voz), Nino Grandi (guitarra e voz), Maurício Borioni (bateria e vocal) e Lourival Franco (teclados). Baixista do Barão Vermelho, Rodrigo Santos faz participação especial. Estrela da Lapa (400 pessoas). Avenida Mem de Sá, 69, Lapa, 2507-6866. Quinta (20), 22h. R$ 30,00. www.estreladalapa.blogspot.com.
DANIELA MERCURY
Depois de passar três anos viajando com duas turnês na bagagem, a do show Balé Mulato e a dos quinze anos de lançamento do disco O Canto da Cidade, a cantora aposta em novo espetáculo. No repertório, mistura Michael Jackson e Legião Urbana às canções inéditas de seu novo disco, Canibália, que batiza o show. No caldeirão musical da baiana, rap, hip hop, funk, salsa e rock se unem, lado a lado com o samba-reggae, sua marca registrada. De Jackson, ela entoa Black or White. Raízes africanas também se fazem presentes, em batidas e danças no palco cruzadas com música eletrônica, caso de Oyá por Nós, composição de Daniela e Margareth Menezes, que une o som do candomblé ao do drum'n'bass. Grinco Cárdia cuidou da criação do cenário. 15 anos. Canecão (2 000 lugares). Avenida Venceslau Brás, 215, Botafogo, 2105-2000. Sexta (21) e sábado (22), 22h. Domingo (23), 20h30. R$ 60,00 a R$ 120,00. Bilheteria: 12h/21h20 (seg. a qui.); a partir das 12h (sex. a dom.). Cd.: todos. IC e TT. www.canecao.com.br.
FREJAT E VANGUART
Duas gerações do rock nacional se encontram na Lapa em noite que recebe Frejat, com o repertório de Intimidade entre Estranhos, e os rapazes do Vanguart, para exibir as músicas do recente Multishow Registro Vanguart. O folk-rock da banda de Cuiabá tem conquistado fãs a cada dia e abre os trabalhos. Com Helio Flanders nos vocais, baixo de Reginaldo Lincoln, David Dafré na guitarra, Douglas Godoy na bateria e o tecladista Luiz Lazzaroto, o grupo, conhecido pelas performances contagiantes, dispara canções como Semáforo e Entre Eles e Você. As inéditas do terceiro trabalho-solo de Frejat tomam conta da lona em seguida, mas também há espaço para as mais antigas, caso de Amor pra Recomeçar e Sobre Nós Dois e o Resto do Mundo. Circo Voador (2?500 pessoas). Arcos da Lapa, s/nº, Lapa, 2533-0354. Sábado (22), 23h. R$ 40,00. Bilheteria: 12h/18h (seg. a sex.); a partir das 20h (sáb.). IC. www.circovoador.com.br.
GUILHERME ARANTES
Colecionador de sucessos, o cantor e compositor desfia ao vivo faixas de dois trabalhos recentes: o CD de inéditas Lótus e o CD e DVD Intimidade, recheado de hits da longeva carreira. Das atuais, destacam-se duas parcerias: Verão de 59, feita com Nelson Motta; e Disque Sim, com Max Viana. Relidas, Cheia de Charme e Planeta Água também marcam presença. Varanda do Vivo Rio (1 000 lugares). Rua Infante Dom Henrique, 85, Aterro do Flamengo, 2272-2900. Sexta (21), 20h30. R$ 40,00. Bilheteria: 12h/21h (seg. a qui.); partir das 12h (sex.). Cc.: M e V. Cd.: R e V. IR. Estac. c/manobr. (R$ 12,00). www.vivorio.com.br.
MARIA GADU
Aposta da gravadora Som Livre, que lançou seu disco de estreia, a cantora e compositora paulistana de voz levemente rouca apresenta ao público canções como Shimbalaiê, sucesso nas rádios que ela criou aos 10 anos. Boa parte do programa é autoral, mas também estão previstas versões para Ne Me Quitte Pas, de Jacques Brel, e A História de Lily Braun, de Chico e Edu. Do CD, uma candidata a hit é a versão blues para Baba, Baby, de Kelly Key. 18 anos. Posto 8 (386 pessoas). Avenida Rainha Elizabeth, 769, Ipanema, 2523-1703. Quinta (20), 21h30. R$ 30,00. Bilheteria: 16h/22h (ter. e qua.); a partir das 16h (qui.)
MOSKA
O cantor e compositor reedita o projeto Tem Moska no Samba, em que alterna composições de sua autoria, a exemplo de Procurando por Mim, com sambas de Paulinho da Viola (Foi um Rio que Passou em Minha Vida) e Martinho da Vila (Brasil Mulato), entre outros bambas. A acompanhá-lo, o saxofonista e arranjador Eduardo Neves, do grupo Pagode Jazz Sardinha's Club, também contribui para o repertório, que investe ainda em clássicos insuspeitados como Luiza, de Tom Jobim, e Juízo Final, de Nelson Cavaquinho. 16 anos. Varanda do Vivo Rio (1 000 lugares). Rua Infante Dom Henrique, 85, Aterro do Flamengo, 2272-2900. Sábado (22), 21h30. R$ 30,00. Bilheteria: 12h/21h (seg. a sex.); a partir das 12h (sáb.). Cc.: M e V. Cd.: R e V. IR. Estac. c/manobr. (R$ 12,00). www.vivorio.com.br.
NATIRUTS
Em casa, na Lapa, após um hiato de mais de um ano, a banda de reggae lança o CD Raçaman. Dub, ska e MPB se misturam em novidades como Glamour Tropical e Groove Bom. Das antigas, está previsto o hit Liberdade pra Dentro da Cabeça. Alexandre Carlo (voz e guitarra), Juninho (bateria) e Luis Mauricio (baixo e vocal) têm como cenário chapas de madeira pintadas a mão com motivos bem brasileiros. A abertura da noite fica a cargo do DJ Jam, que comanda set de hip hop. 18 anos. Fundição Progresso (5 000 pessoas). Rua dos Arcos, 24, Lapa, 2220-5070. Sábado (22), 0h. R$ 25,00 (1º lote, com 1 quilo de alimento não perecível) a R$ 80,00. Bilheteria: 10h/13h30 e 14h/18h (seg. a sex.); a partir das 12h (sáb.). www.fundicaoprogresso.com.br.
PAULA FAOUR
Pianista e arranjadora, Paula Faour uniu no mesmo disco canções de Marcos Valle e Burt Bacharach, disposta a buscar um diálogo entre a obra dos dois grandes compositores. Na apresentação dedicada ao álbum, ela exibe arranjos especiais para clássicos como Do You Know the Way to San Jose e Samba de Verão, passando por sucessos como What the World Needs Now Is Love e Um Novo Tempo. A acompanhá-la estarão Sergio Barrozo (contrabaixo), Cesar Machado (bateria) e Jeferson Victor (trompete). Espaço Cultural Maurice Valansi (70 pessoas). Rua Martins Ferreira, 48, Botafogo, 2527-4044. Quarta (19), 20h30. R$ 20,00.
VERÔNICA FERRIANI
Paulistana, mas à vontade no Rio, a cantora recebe convidados. Desta vez, divide o palco com Áurea Martins e Moyséis Marques, acompanhada por Rogério Caetano (violão de sete cordas) e Alessandro Cardozo (cavaquinho). No programa, sambas clássicos, como Fez Bobagem, de Assis Valente, e Perder e Ganhar, de Paulinho da Viola. Outras canções do primeiro CD, Com Mais de 30, lançado no início do ano, também integram o repertório, caso da música que batiza o disco, composta por Cassiano. Centro Cultural Carioca (200 lugares). Rua do Teatro, 37, Centro, 2252-6468, Metrô Carioca. Quarta (20), 21h30. R$ 20,00. Cd.: R e V. Bilheteria: a partir de 20h (qua.).
IVAN LINS E CLAUDIO LINS
Pai e filho encerram a temporada de duas semanas do show 1+1, em que mostram o repertório de seus últimos discos: Ivan Lins e Metropole Orchestra e Cara, respectivamente. Os dois se sentam ao piano cantando as músicas um do outro. No espetáculo, antigos sucessos como Lua Soberana e Lembra de Mim se misturam ao samba Sou Eu - parceria de Ivan com Chico Buarque, gravada por Diogo Nogueira - e a novas composições de Claudio, a exemplo de Bala Meia-Volta e Dois Voando. 16 anos. Teatro Rival Petrobras (472 lugares). Rua Álvaro Alvim, 33, Cinelândia, 2240-4469, Metrô Cinelândia. Quinta (20) a sábado (22), 19h30. R$ 60,00 a R$ 70,00. Bilheteria: 13h30/19h30 (seg. a sáb.). TT. www.rivalbr.com.br.
Agenda Teatro Rival Petrobras
19/08 - Adriana Peixoto
No show de lançamento do CD “Adriana Peixoto”
25/08 - D`Black
“Cantando o melhor da black music brasileira”
26/08 - Joyce
No show de lançamento do CD “Slow Music”
27/08 - Da Ghama
No show de lançamento do CD “Violas & Canções”
29/08 - Feijoada da Tia Surica - às 13h
Part. Esp. Teresa Cristina e o Grupo Semente
28 e 29/08 - "Raul Fora da Lei - A História de Raul Seixas"
Com Roberto Bomtempo
02/09 - André Leonno
Lançamento do CD “Coração Sem Abrigo"
03 a 05/09 - “É Samba na veia, É Candeia”
Um musical sobre Candeia, no ano em que se completam 31 anos de sua morte
18 e 19/09 - Daniel Boaventura
No show de lançamento do CD “Songs 4 U”
25 a 27/09 - Marisa Orth
No show de lançamento do CD “Romance Volume II”
As atrações e/ou informações sobre eventos que constam nesta coluna estão sujeitas a mudanças e alterações sem aviso prévio. Evite surpresas telefonando antes de visitar as atrações ou eventos.
e-mail para esta coluna botecosdovaledocafe@gmail.com
O Sarney lobista passa ao largo
Enviado por Carlos Tautz -
A pizza armada para salvar Sarney e o tucano Arthur Virgílio leva o tempero da complacência misturada com a omissão. De seu lado, a base aliada do governo o sustenta porque vê no presidente do Senado um de seus grandes aliados e operadores financeiros em 2010. E as maiores empresas de comunicação do Brasil, que denunciam histericamente o empreguismo praticado pelo ex-Presidente da República, não investigam de forma contundente as cinco décadas de poder de Sarney, o maior lobbista dos setores de energia e de mineração do Brasil, cuja responsabilidade verdadeira vai passando ao largo.
Embora sempre apareçam notícias descontextualizadas sobre esse poder subterrâneo, nunca a imprensa brasileira desvendou as articulações que há dezenas de anos o senador usa para controlar o setor de energia no governo brasileiro, independetemente da força política que ocupe o Palácio do Planalto. Sarney exerce com tal desenvoltura e naturalidade o poder nos setores de energia e mineração que independe do partido ao qual esteja filiado, seja a Arena, o PFL ou o PMDB, ou ainda o DEM e o PV, onde seus filhos estão alocados.
Nomeia aliados e demite desafetos com a mesma facilidade com que comete atos secretos. Opera sem constrangimentos à vista de todos, sempre reafirmando um modelo econômico de base extrativista e exportador, o que dificulta a transparência e a implementação do princípio constitucional da ampla publicidade na utilização de bens públicos – como são o minério e a energia.
Por estas razões se reveste de enorme gravidade que Sarney também tenha nomeado o atual Ministro das Minas e Energia, senador Edison Lobão (PMDB-MA), e o presidente da Eletrobrás, José Antônio Muniz Lopes. Muniz foi presidente por cerca de 20 anos da Eletronorte, onde a Camargo Corrêa viceja nas melhores obras. Na Eletronorte e agora na Eletrobrás, seu mais árduo trabalho tem sido a viabilização política da megahidrelétrica Kararaô, no rio Xingu, hoje rebatizada Belo Monte numa estratégia para escapar das polêmicas que a cercam.
Seja no Maranhão, terra de origem, seja no Amapá, domicílio eleitoral extemporâneo, Sarney opera sem ser incomodado como defensor desses interesses econômicos. Como governador, Presidente ou senador, à vista de todos, inclusive do Ministério Público, usa a exposição pública para desviar a atenção de outros interesses, em estratégia semelhante à dos bicheiros que bancavam o Carnaval e futebol carioca e angariar leniência social com seus atos secretos.
No Amapá, Sarney tem ciceroneado com desenvoltura Eike Batista, empresário que em setembro de 2008 foi alvo da Operação Toque de Midas da Polícia Federal. Eike, que negocia a entrada das grandes mineradoras chinesas no Brasil em 2010, é da mesma cepa que o pai, Eliezer Batista. Este, na Vale do Rio Doce, inventou um esquema econômico e de logística para exportar minério de ferro – leia-se, produto in natura e sem valor agregado - para o Japão, pelo que foi condecorado pelas autoridades japonesas.
A investigação sobre a mobilidade de Sarney nos setores energético, siderúrgico e minerador seria de particular interesse no momento em que estão sendo criados os novos marcos legais que vão reger a exploração das enormes reservas de petróleo na camada pré-sal. Este momento exige cuidado e atenção com tudo que cerca o setor petróleo, dadas as consequências que já no médio prazo advirão das opções que o Brasil tomar agora.
A limitação das investigações sobre Sarney ao campo moral, sem avançar sobre as motivações econômicas e políticas, cheira a rede de proteção. Ir a fundo nessa matéria certamente destamparia algumas Caixas de Pandora. Mas, em algum momento isto terá de ser feito - ou a nossa República não merecerá mais este nome.
Carlos Tautz é jornalista
Valle e Celso escrevem boa página instrumental
Mauro Ferreira
O exuberante tema instrumental que abre e inspira o título do primeiro CD feito por Marcos Valle com Celso Fonseca, Página Central, faz supor um trabalho grandioso, até mesmo antológico. Não chega a tanto, como mostram os onze temas seguintes, mas o álbum lançado pela gravadora Biscoito Fino escreve boa página da música brasileira embebida na fusão de samba, bossa nova e canção pop. Juntos pela primeira vez em disco, após dividirem palcos no exterior, Valle e Celso apresentam 12 parcerias inéditas de clima variados. Os cânones da bossa cinquentenária regem canções como Ela É Aquela (cantada pelos dois com adição da voz de Patrícia Alvi) e Azul Cristal (entoada por Celso). O samba comanda o ritmo em Vim Dizer que Vim. Tudo sobre uma cama harmoniosa armada a partir da interação dos teclados fender rhodes e do piano de Valle com a guitarra e o violão de Celso. Os climas são variados, a ponto de Página Central fechar em tom camerístico com canção, Curvas do Tempo, envolvida em cordas. Contudo, é fato que as melhores páginas são os turbinados temas instrumentais. A faixa-título se confirma insuperável até o fim do disco, mas vale destacar também Voo Livre e Faz de Conta, este com intervenções do Azymuth - trio, aliás, hábil no estilo de som desenvolvido pela (antenada) dupla Marcos Valle e Celso Fonseca.
Resenha de CD
Título: Marcos Valle & Celso Fonseca Apresentam Página Central
Artista: Marcos Valle & Celso Fonseca
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * *
O exuberante tema instrumental que abre e inspira o título do primeiro CD feito por Marcos Valle com Celso Fonseca, Página Central, faz supor um trabalho grandioso, até mesmo antológico. Não chega a tanto, como mostram os onze temas seguintes, mas o álbum lançado pela gravadora Biscoito Fino escreve boa página da música brasileira embebida na fusão de samba, bossa nova e canção pop. Juntos pela primeira vez em disco, após dividirem palcos no exterior, Valle e Celso apresentam 12 parcerias inéditas de clima variados. Os cânones da bossa cinquentenária regem canções como Ela É Aquela (cantada pelos dois com adição da voz de Patrícia Alvi) e Azul Cristal (entoada por Celso). O samba comanda o ritmo em Vim Dizer que Vim. Tudo sobre uma cama harmoniosa armada a partir da interação dos teclados fender rhodes e do piano de Valle com a guitarra e o violão de Celso. Os climas são variados, a ponto de Página Central fechar em tom camerístico com canção, Curvas do Tempo, envolvida em cordas. Contudo, é fato que as melhores páginas são os turbinados temas instrumentais. A faixa-título se confirma insuperável até o fim do disco, mas vale destacar também Voo Livre e Faz de Conta, este com intervenções do Azymuth - trio, aliás, hábil no estilo de som desenvolvido pela (antenada) dupla Marcos Valle e Celso Fonseca.
Resenha de CD
Título: Marcos Valle & Celso Fonseca Apresentam Página Central
Artista: Marcos Valle & Celso Fonseca
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * *
Projeto Espaço Fino apresenta Kelce Moraes
Sábado 22 de agosto, 21h.
Cantora, compositora e intérprete, sua verdadeira paixão pela música a faz passear pelas grandes letras e canções da música popular brasileira, e seus maiores autores e autoras, com um requinte, charme, simplicidade e sutileza, interpreta também uma das maiores riquezas características do povo brasileiro, "O Samba".
Bela compositora, com extrema sensibilidade em suas canções ao lado de seu ilustre parceiro e músico que a acompanha, Roberto Lempé, ex secos e molhados, traduzem em suas obras, letras e canções, intensas paixões e o esplendor na descrição pelo país, pela natureza, num sonho com você que em uma poesia noturna viajaria em um pássaro amarelo pelo Brasil no tom ou em qualquer nota de sutil simplicidade que pelo avesso frágil de uma flor exuberante, um espinho seu ainda que lhe ferisse, diria ela, Tô na Lona; Kelce! Formação: Kelce Moraes – Voz | Roberto Lempé - Violão. Produção: Alberto Dias. Contato: (21) 7868-6532 amtj@oi.com.br
Lona Cultural Terra (200 lugares)
Rua Marcos de Macedo, s/n - Guadalupe. Informações 3424-0976.
Sábado 22 de agosto, 21h. R$ 20,00 e R$ 10,00. (estudante e maiores de 60 anos).
Censura 18. Duração 1h40
Produção: Alberto Dias