5.26.2009


Projeto Cultura Para Todos - Toda terça no Cine Nove de Abril.

As terças-feiras, que antes estavam vazias em opções em lazer, agora contam com um projeto patrocinado pela Prefeitura, que visa promover a cultura na cidade de Volta Redonda. Estímulo e valorização da arte e do cidadão.
Os ingressos numerados devem ser trocados na bilheteria do cinema por um litro de leite longa vida, na segunda e terça-feira, a partir de 10 horas.

Confira as próximas atrações:
26/05 – Gustavo França; 19 e 21h – Yamandú Costa
02/06 – Ballet da educação; 19 e 21h – Nelson Freitas e Você
09/06 - Ballet do Gacemss; 19 e 21h – João Bosco
16/06 –Serginho Brother e Joe Sany; 19 e 21h – Luiz Melodia
23/06 – Blue 3; 19 e 21h – The Fevers
30/06 – Grupo de dança da Casa da Cultura; 19 e 21h – Wando;
07/07 - Ciron Silva ; 19 e 21h – Pais Criados Trabalhos Dobrados
14/07 – Reis e Regional; 19 e 21h – The Original´s
21/07 – Humberto Nascimento; 19 e 21h – Renato Teixeira
28/07 – Mariângela Leal; 19 e 21h – Terapia do Riso

Um exemplo à ser seguido por Barra Mansa - RJ, onde a Secretaria de Cultura não se mobiliza há muito tempo. O povo desta cidade está carente de eventos culturais de qualidade. Pessoas que buscam fontes de cultura e lazer não encontram em Barra Mansa. Para quem pode, a saída é ir para outras cidades...



Para quem gosta de folclore: Festa Junina do SESC Barra Mansa - RJ

Tradicional festa com apresentações de músicas populares, xote, baião, forró, barracas com comidas típicas, apresentação de quadrilhas, parque de diversões, correio do amor, rádio caipira e feirinha de artesanato.

Programação das quadrilhas:
11/6 - Quadrilha de escolas. 12/6 - Quadrilha do Zé Raimundo. 13/6 - Quadrilha do Zé Buscapé. 14/6 - Quadrilha da Ciça.

Para maiores de 16 anos e menores acompanhados. 18h. R$ 1 (comerciários, estudantes, idosos), R$ 2. SESC Barra Mansa


Arnaldo Jabor, enfim, após 20 anos de afastamento, retorna ao set de filmagem nacional.

RIO - Arnaldo Jabor passa a mão sobre a camisa Lacoste azul, esticando-a para baixo, e diz que, não fosse o raio da barriga, estaria completamente feliz agora. Ele está sentado em uma cadeira de lona preta, daquelas típicas de diretores de cinema, e lê umas anotações escritas a caneta em um pedaço de papel. À sua volta, diversos assistentes (de direção, de fotografia, de figurino, de produção, do diabo a quatro) correm de um lado para o outro com seus fones enfiados nos ouvidos e fitas crepe penduradas nos bolsos das calças. Há alguns anos, Jabor não imaginaria que pudesse ser novamente feliz em um set de filmagem. "A suprema felicidade" é sua volta ao cinema brasileiro depois de 23 anos, desde que rodou "Eu sei que vou te amar", em 1986. De lá para cá, o diretor escreveu colunas em jornais, falou na televisão e no rádio, lançou três livros, teve um filho, criou polêmicas, definiu o que é amor e o que é sexo, xingou gente, elogiou gente, gerou ódios e paixões e criou um caminhão de novos amigos e inimigos - além da tal barriga escondida embaixo da camisa azul. Foi feliz a maior parte do tempo. Agora, quando tudo parecia estar definitivamente nos eixos, Jabor volta a colocar sua felicidade em risco.

- Felicidade para mim é criar, é isso que me deixa feliz. Sou um criador - diz o diretor

Fonte: Revista - O Globo


Woody Allen pretende filmar no Rio

Secretaria Estadual de Cultura do Rio de Janeiro confirmou o convite feito ao cineasta, afastado de Nova York devido ao alto custo de se filmar na cidade.

Após filmes na Espanha (Vicky Cristina Barcelona) e na Inglaterra (Ponto Final - Match Point, O Grande Furo e O Sonho de Cassandra), o cineasta norte-americano vai para a França, em 2010.

Woody Allen disse à imprensa brasileira:“Recebi uma proposta de fazer um filme no país. São conversas ainda preliminares. É claro que precisaria estudar um pouco sobre o país para ver um roteiro que se adapte bem por lá”.

Fonte: Revista - O Globo

Ganhador do festival de Cannes mostra crueza da sociedade alemã de pré-guerra

( AFP) - Filmado em preto e branco, com uma narrativa ascética e um rigor fotográfico que corresponde perfeitamente à aspereza da história contada, "A fita branca" nos transporta a um povoado do norte da Alemanha no ano que precede o início da Primeira Guerra Mundial.
Na pequena cidade, onde a vida é regida pelos rigorosos princípios morais do puritanismo protestante, autoritarismo e submissão formam o eixo de todas as relações: entre os nobres proprietários de terras e camponeses, entre homens e mulheres, entre pais e filhos.
É verão e época da colheita quando começam a acontecer no povoado uma série de agressões inexplicáveis, cujos autores nunca são descobertos: um cabo estendido quando passava o cavalo do médico local, duas crianças brutalmente espancadas, o incêndio de um celeiro e outros.
O mistério faz surgirem rumores - e, com eles, o medo.
Ao mesmo tempo, o professor do povoado vai percebendo comportamentos estranhos em seus alunos, as crianças da pequena cidade, educadas na reverência e na obediência cega aos pais e submetidas a castigos físicos e a humilhações públicas em reprimenda à mais leve falha, em famílias onde gestos de ternura não existem.
"A faixa branca" poderia também se chamar "O ovo da serpente", como a obra do mestre sueco Ingman Bergman, cuja sombra aparece projetada sobre muitas das cenas do filme.
No entanto, Bergman revisitado pela crueza de Haneke é uma mistura explosiva. A lucidez da pintura dessa sociedade, que anos depois produziria o nazismo, é assustadora.
O diretor austríaco, porém, declarou em Cannes que, apesar da história alemã, não quis que seu filme seja considerado uma obra sobre as origens do nazismo. "O que eu mostro poderia ser transportado para qualquer país", afirmou.
"Além da reconstituição de época, eu quis contar a história de um grupo de crianças que são a construção dos princípios de seus pais. (...) Quando alguém acredita possuir a verdade sobre tudo o que é justo, se torna rapidamente inumano: essa é a raíz de qualquer terrorismo político", estimou o diretor.

Rita Lee dá entrevista ao vivo pela primeira vez em 12 anos e fala sobre sexo, drogas e rock'n roll


Márcia Abos

SÃO PAULO - Rita Lee resolveu quebrar um jejum de 12 anos sem dar entrevistas pessoalmente. A deixa foi o lançamento do DVD "Multishowao vivo", pela gravadora Biscoito Fino. Apesar de estar com uma fortegripe, a compositora e cantora recebeu a reportagem do GLOBO no estúdio que tem anexo à sua casa em São Paulo.
Vestida com uma calça multicolorida, camiseta preta e, por cima, para se aquecer no frio paulistano, uma camisa larga de flanela, ela estava bem-disposta e teve paciência para responder a perguntas por mais de uma hora, sempre solícita. Falou de sexo, drogas e rock 'n' roll sem pudores e com seu peculiar senso de humor. Mas não deu sinais de pretender abandonar seu meio de comunicação favorito com a imprensa, o e-mail.

" Sou alcoólatra, então bebeu o primeiro, f... "

Como foi selecionado o repertório do DVD "Multishow ao vivo"?

RITA LEE: A gente estreou a turnê "Pic nic" em janeiro de 2008. De lá para cá, para não ficar aquela coisa retinha, certinha, começamos a tirar e a pôr músicas, também acompanhando pedidos do público. Para o especial, fizemos um esqueleto dos hits que todo mundo quer ouvir e que a gente não sai do palco sem tocar, como "Ovelha negra", "Doce vampiro", "Lança-perfume". As outras, a gente tirava e punha, como "Mutante" e "Cor de rosa choque", que fazia tempo que não cantava.

Uma das inéditas é "Insônia". Você sofre de insônia?

RITA: Sofria. Pastei demais. Na época do "Saia justa" (de 2002 a 2004, Rita foi uma das apresentadoras do programa do GNT) era uma coisa... Tentei de tudo, menos remédios, porque não posso tomar, acabo tomando a farmácia inteira, não sei quando parar. A mesma coisa com bebida, com tudo. Ou fico careta ou caio de boca. Na época da insônia eu já tava careta. Estou careta há três anos e meio, desde que nasceu minha neta. O nascimento dela foi um marco zero, pensei: "Onde estou? Esse filme, eu já vi muito". Mas a tomação tem um preço. Quando você para, é insônia total. Aí comecei a perceber que a insônia era uma namorada. Tinha um lado de rolar na cama, e ela está lá.
" No começo, tinha aquela coisa de ciúme, aquela trepação de coelhinho. Agora é menos quantidade e mais qualidade "

Você está totalmente careta, nem um vinho de vez em quando?

RITA: Não posso nada. Sou alcoólatra, então bebeu o primeiro, f... Meu pai e meu avô eram alcoólatras, minha irmã morreu de alcoolismo, overdose. Quando comecei a fazer a turnê do "Bossa 'n' roll", baixou um Vinicius de Moraes, e eu estava ali com um uisquinho. Álcool é a droga mais pesada que já experimentei. E tem essa hipocrisia de ser liberado, "Se beber, não dirija". Isso tudo é cínico. Ou libera tudo ou proíbe tudo. Quando nasceu minha neta, eu tava em um hospício. Porque rehab para mim é hospício, lugar de gente louca, que tem compulsão a tudo: comida, sexo, jogo, álcool, drogas. Mas não me arrependo de ter feito tudo o que fiz, de ter tomado tudo o que tomei, de ter passado pelas esquinas por onde andei. Não tenho discurso de madalena arrependida. Teve um lado bom de alcançar um arquivo que eu jamais alcançaria careta. Mas é perigoso. Você consegue coisas maravilhosas, música, letra, a ousadia. Mas você abre a guarda e, nessa, vem o outro lado da moeda, que é o escuro. Era uma coisa Luke Skywalker, agora é Darth Vader.

Como é trabalhar em família, com seu filho Beto Lee e o marido, Roberto de Carvalho?

RITA: É o pai, o filho e a espírita santa (risos). É muito bom. Antes de o Beto ser meu filho, ele é um grande guitarrista. Vê-lo ao meu lado é muito louco. Lembro-me do Beto na coxia em um show há anos, no Maracanãzinho, com uma guitarrinha de plástico. Ele atravessava o palco na maior. É normal ele estar do lado. Adoro os solos dele, fico babando, como mãe coruja e colega de trabalho que aprecia. E, do outro lado, o pai dele, nossa, é tão bom. Porque eles me dão uma segurança bacana, de "vamos nessa, mãe".

Em suas composições recentes "Tão", "Se manca" e "Insônia" há algo de reclamação, de resmungo. Você está numa fase reclamona?

RITA: É coisa de idade. Sabe velho rabugento? A gente fica reclamão, implicante pra caramba. Reclamo de sair da minha casa. Aí eu falo, "putz, vou pegar avião". Tenho medo, pavor. Quando eu enchia a cara, tudo bem. Mas agora, careta, tenho pânico, não acredito em avião. Acredito em disco voador, já vi, até. No hotel, olho para o travesseiro e falo: "Está cheio de ácaro de alguém, de outras pessoas, não os meus". O barulho da geladeira no hotel... Vou reclamando até pisar no palco. No palco, acaba tudo. É muito louco. Palco é realmente outro planeta.

Como é viver um casamento de 33 anos?

RITA: Não tem receita. Tem mudanças, fases. Como naqueles joguinhos em que a gente passa de uma fase para outra. No começo, tinha aquela coisa de ciúme, aquela trepação de coelhinho. Agora é menos quantidade e mais qualidade. É uma coisa mais sutil. Ele é muito romântico, manda flores toda semana. A gente combina. Eu escrevo uma letra, e ele vem com uma música. É uma aventura morar, compor, ter tido filhos com ele.

" Toma chocolate e no paga lo que debes. Porque chocolate é de graça agora "
E essa sua carioquice recente?


RITA: Meu amor pelo Rio vem desde criança. As primeiras lembranças que tenho, ainda vivas, são um filme em branco e preto. A calçada de Copacabana, a Guanabara, a Nara (Leão), que rima com Guanabara, a bossa nova, concurso de miss no Maracanãzinho, bailes de carnaval no Municipal, com aquelas estrelas de Hollywood, e, de repente, chegava Luz Del Fuego, abria o casaco, estava pelada e roubava a cena de todo mundo. Isso só acontecia no Rio quando era capital. Depois que a capital passou a ser Brasília, o Rio de Janeiro foi absolutamente abandonado. Isso é terrível. O Rio é o cartão-postal do Brasil, a capital do país de verdade. Tinha que voltar a ser capital federal, seria engraçado, leve, a cara do Brasil.

A relação com gravadoras é complicada?

RITA: Com a Biscoito Fino, não. Em gravadora sempre tem aquele produtor que tem um cunhado compositor, ele quer enfiar uma música dele no CD. É o fim da picada, mas eu sempre tirava isso de letra. Agora a Biscoito não é uma major, é uma coisa de amigo. São todos meio chegados, a gente pode dizer o que quer, e não se metem. Sempre fiz o que eu quis e briguei muito em gravadoras porque eram incompetentes. Não entendiam, não investiam nas pessoas certas, que mereciam. Depois, com o tempo, virou aquela clonagem. Ivete Sangalo deu certo, maravilhosa, vieram os clones. O mesmo com dupla sertaneja. Então as gravadoras ficaram clonando em vez de ver os alternativos, a meninada. Aí apareceu a internet, e eles se f...

O que você acha de pirataria, downloads na rede?

RITA: Adoro. Eu faço e pode fazer das minhas coisas tranquilo. É uma vitrine, tá ali. É assim que está, é muderno. Toma chocolate e no paga lo que debes. Porque chocolate é de graça agora. Acho simpático, democrático. Agora você ganha grana em show, porque disco não vende, é só baixar. Em show você ganha, porque não tem uma Rita Lee pirata cantando.

Quais são seus novos projetos?

RITA: Quero fazer um trabalho de inéditas e retomar aquela ideia de bossanoviar. Queria bossanoviar músicas de cinema brasileiro, italiano, americano. Isso é um projeto paralelo. Outro é fazer música instrumental, como é só isso que ouço, tenho vontade. Para o disco de inéditas, já temos o material, o negócio agora é parar entre um show e outro, garimpar as melhores e gravar.

A gravação do DVD, no Vivo Rio, apresentou um problema que tem sido rotina, da repetição de algumas músicas. O que você acha disso?

RITA: Isso é insuportável, brocha pra caramba. Mas não tem outro jeito. As pessoas que estão assistindo são avisadas de que é gravação, mas para nós, que estamos no palco, é uma brochada legal.

Há mais de dez anos você não fala pessoalmente com jornalistas. Por quê?

RITA: Faz 12 anos que não falo com repórteres. Falo por e-mail, acho tão mais confortável. É mais prático, é moderno, você não sai daí do seu lugar, eu não saio do meu, não tenho que passar batom, você não tem que enfrentar trânsito. Mas muita gente se queixa: "Ah, eu queria olhar cara a cara". Mas para que olhar cara a cara? Para ver minhas rugas? E eu olhar para você para quê? Para sentir o bafo? Não é legal, desconcentra. Escrevo muito melhor que que falo, e, se na primeira rodada de perguntas não deu, fazemos outras, até esgotar. Sua palavra não é distorcida. E eu odeio telefone.