6.30.2009

CineCufa exibe filmes e promove debates sobre produção audiovisual no CCBB

RIO - Começa nesta terça-feira (30.06) no Centro Cultural Banco do Brasil o CineCufa - Festival Internacional de Filmes de Periferia. Em sua terceira edição, a mostra apresenta até 09 de julho 161 produções de moradores e representantes de comunidades do Brasil e outros países, como França, Itália, Estados Unidos, México, Argentina, Uruguai, Paraguai e Colômbia.
(Assista a trechos do curta 'Engano')
(Confira parte do curta 'Minha área')
O CineCufa segue este ano como mostra competitiva e, ao final do festival, serão anunciados os vencedores eleitos pelo "voto popular" e "júri especializado".

Confira a programação completa da mostra:

SESSÕES:
De terça a sexta: 12h30m, 14h, 16h e 18h
Sábados: 16h, 18h e 19h30m
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DEBATES (terças e quartas, após a última sessão):

- Terça (30.06): Cinema na era digital
Convidados: César Coelho, do festival Anima Mundi; Sá Leitão (presidente da Rio Filmes); Marcos Altberg (diretor do festival Cel.U.Cine / cineasta); Emanuel de Jesus (cineasta formado na Kabum RJ e pela Escola de Cinema Darcy Ribeiro)
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- Quarta (01.07): A mulher na produção audiovisual
Convidados: Jana Guinond (representante da Ong. Estimativa - Projeto Cinemina); Regina Brizio (cineasta formada pelo curso de audiovisual CUFA/ Ministério do Turismo); Tereza Gonzalez (produtora da Luz Mágica)
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- Terça (07.07): Leis de incentivo à cultura para o audiovisual
Convidados: Fernanda Borrielo (coord. de projetos da CUFA); Gustavo Mello (cineasta do Nós do Morro); Ana Gomes (diretora e produtora de cinema)
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- Qua (08.07): Acessibilidade a produtos audiovisuais: closed caption, libras e audiodescrição
Convidados: Graciela Pozzobon (audiodescritora do programa "Assim Vivemos" da TV Brasil); Julio Pecly ( cineasta formado pelo curso de audiovisual da Cufa e Cinemaneiro); Moira Braga (apresentadora do programa "Assim Vivemos" da TV Brasil e Audiodescritora - deficiente visual); Marcelo Couto
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PALESTRAS SOBRE EMPREENDEDORISMO

Dias: 02 e 09 de Julho / Das 11h30m às 13h30m.
Exibição de filmes da parceria da Cufa com o Ministério do Turismo: das 14h às 15h
Palestra 1 - Quinta (02.07): Luciano Huck - Apresentador de TV , empresário
Palestra 2 - Quinta (09.07): Adriana Rattes - Secretária estadual de Cultura e produtora
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WORKSHOPS
Dias: 03, 04 e 05 de julho / Das 13h às 18h. Auditório 4º andar (inscrições pelo site: www.cinecufa.com.br). Informações no tel: 3015-7113. Evento gratuito sem taxa de inscrição
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- Workshop 1 - Sexta (03.07): Telinha de cinema de Tocantins.
- Workshop 2 - Sábado (04.07): Cel.U.Cine sobre conteúdo para celular.
Workshop 3 - Domingo (05.07): A Vida e o território como capital social e estético
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MOSTRA ITINERANTE
Terça (30.06): Nova Iguaçu na Escola de Música Eletrônica (sessões: 19h e 20h30m)
Sexta (03.07): Madureira , Espaço Cultural e Esportivo Cufa (sessões: 19h e 21h )
Sábado (04.07): Vila Kennedy - Teatro Mario Lago (sessões: 15h e 17h)
Domingo (05.07) e terça (07.07): Cidade de Deus (núcleo da Cufa, sessões: 15h e 17h)
Domingo (07.07): Complexo do Alemão (núcleo da Cufa , sessões: 10h e 14h)
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ENCERRAMENTO
Quinta (09.07): Entrega de prêmio "Governo do Rio na tela da favela"

CineCufa - Sala de cinema do Centro Cultural Banco do Brasil. Rua 1º de março, Centro. Tel: 3808-2000. Grátis

Começa a FLIP em Paraty


A cidade de Paraty sedia entre os dias 1º e 5 de julho a sétima edição da Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip, que, este ano, homenageia o escritor pernambucano Manuel Bandeira. O festival, que já se tornou tradição na cidade no mês de julho e é considerado o mais importante evento literário da América do Sul, tem o apoio da Secretaria de Estado de Cultura. Entre 20 mil e 30 mil pessoas, entre leitores, escritores e turistas, em busca de efervescência cultural, devem circular pelas ruas de pedra do centro histórico nos cinco dias de programação.

Entre os autores estrangeiros aguardados, estão confirmados o americano Gay Talese, um dos fundadores do new journalism, modalidade que utiliza técnicas da literatura no jornalismo, e a francesa Catherine Millet, que ganhou notoriedade em 2001, com o relato autobiográfico A vida sexual de Catherine M. Entre os brasileiros, Arnaldo Bloch, Zuenir Ventura, Cristóvão Tezza e Chico Buarque estarão presentes.

Vários outros eventos simultâneos fazem parte da programação. A Oficina Literária, destinada a jovens aspirantes a escritor, é realizada por autores nacionais e internacionais. Há também uma programação exclusiva para as crianças, a Flipinha. O sucesso da festa também estimulou o desenvolvimento de uma programação de leituras, shows e lançamentos de livros, batizada de Off-Flip. O show de abertura, na quarta-feira, dia 1º, fica por conta de Adriana Calcanhoto, às 21h30. Na sexta-feira, dia 3, Francis e Olivia Hime se apresentam.

Esse ano, o festival ganhou uma novidade: a criação da FlipZona, a versão adolescente da Flipinha. A FlipZona terá oficinas de produção e edição de áudio e vídeo, caracterização teatral, produção de texto, animação, videogame, fotografia e debates com escritores e profissionais, entre outras atividades.

DUO GISBRANCO CONVIDA CHICO CÉSAR

Única apresentação no Espaço Rio Carioca. Quinta 2 de julho às 20h.

Chico César que concorre em três categorias ao Prêmio de Música Brasileira aproveita a estadia no Rio para participar do show das amigas Bianca Gismonti e Claudia Castelo Branco no espaço Rio Carioca.

Quem ainda não viu estas duas moças em ação, não pode perder esta oportunidade. As pianistas Bianca Gismonti e Claudia Castelo Branco que formam o duo Gisbranco convidam o cantor e compositor Chico César para uma única apresentação no Espaço Rio Carioca. Parceiros em uma bem sucedida apresentação no Auditório do Ibirapuera (São Paulo), Gisbranco e Chico César apresentam juntos, temas do compositor como “Duvida Cruel”, “Templo”, “Sinal” e a instrumental e instigante “Por Causa de um ingresso do festival matou roqueira de 15 anos” em arranjos inéditos criados pelas pianistas.

Com um repertório único para dois pianos, Bianca e Claudia desenvolvem um trabalho inovador, explorando ao máximo a sonoridade do instrumento, resultando em uma linguagem singular e pessoal. No repertório, músicas de Moacir Santos, Egberto Gismonti, Hermeto Pascoal, Villa-Lobos, Ernesto Nazareth, Edu Lobo, composições próprias e de autores novos como Leandro Braga, Délia Fischer e André Mehmari.

Selecionadas pelo Instituto Itaú Cultural para o Projeto Rumos Música 2008, Bianca Gismonti e Claudia Castelo Branco integram a nova geração de artistas que renovam o cenário musical brasileiro com criatividade e bom gosto. Vale conferir!

Bianca Gismonti e Claudia Castelo Branco (pianos)
Participação: Chico César (voz, violão e percussão)
ESPAÇO RIO CARIOCA – ANEXO DAS CASAS CASADAS
Rua das Laranjeiras, 307 - Tel: 2225-7332
Dia 02 de Julho – quinta-feira – 20h00 Ingressos: R$ 20,00
mais informações com imprensa@deliramusica.com

Tetris, o jogo que pode curar


Por María Jesús Ribas / EFE

Quando o analista de informática russo Alexey Pajitnov desenvolveu o popular Tetris, que completa 25 anos e teve vendidas dezenas de milhões de cópias originais, não se imaginava o sucesso mundial que esse simples passatempo viria a ter.
Muito menos se acreditava que esse videogame, que por sua simplicidade é adorado por milhões de pessoas de todas as idades, condições sociais, países e sexos, não só seria uma agradável ferramenta contra o tédio, mas também um valioso recurso terapêutico, possível instrumento de psiquiatras e psicólogos.
Segundo um estudo de pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, esse simples videogame, no qual o jogador deve colocar figuras de cores em fileiras em uma tela de computador, poderia ajudar a aliviar o impacto na mente de situações traumáticas, como acidentes de trânsito, atentados terroristas ou catástrofes naturais.
Os especialistas comprovaram que jogar Tetris imediatamente após passar por um incidente traumático poderia reduzir as lembranças prejudiciais ou os chamados flashbacks que atingem os pacientes vítimas do transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).
A descoberta poderia levar a progressos no desenvolvimento de novos tratamentos para prevenir ou evitar que na cabeça das pessoas sejam geradas lembranças nocivas, como explica a pesquisadora Emily Holmes, responsável pelo estudo, para quem "é um primeiro passo que ajuda a estudar uma nova abordagem para o TEPT".
Os sintomas do transtorno de estresse pós-traumático vão, desde a irritação e a ira, até problemas de insônia, dificuldades para se concentrar e respostas exageradas a determinadas situações. Os afetados também podem sofrer com a lembrança persistente e repetitiva do acontecimento que gerou o trauma.
"Jogando" contra o trauma
A equipe de pesquisadores liderada pela doutora Holmes trabalhou com 40 pessoas saudáveis, que tiveram que assistir a vídeos com imagens de lesões traumáticas extraídas de diversas fontes, incluindo anúncios públicos que alertam sobre os perigos de dirigir alcoolizado.
Após meia hora, a metade dos participantes jogou Tetris durante dez minutos, enquanto a outra metade se afastou do grupo. Uma semana mais tarde, os 20 voluntários que tinham optado pelo game apresentavam uma quantidade muito menor de lembranças do filme que haviam visto.
Os pesquisadores britânicos acreditam que o reconhecimento das formas e as cores dos blocos que formam o Tetris competem com as visões dos diferentes traumas que se mantêm armazenados na parte sensorial do cérebro.
O fenômeno poderia interferir no mecanismo sensorial das lembranças que se formam no lapso imediatamente posterior ao trauma vivido e reduzir o número de flashbacks geralmente experimentado durante as semanas seguintes.
Agora, os pesquisadores preveem aproveitar esses achados para desenvolver um método que permita reduzir os sintomas do TEPT ainda antes de se manifestarem.
Para Catherine Deeprose, pesquisadora da Universidade de Oxford, "existe um período de até seis horas no qual podemos influir sobre certos tipos de memória. Com essa pesquisa, foi demonstrado que os voluntários saudáveis que jogam Tetris durante esse lapso podem reduzir de forma significativa suas lembranças nocivas, sem perder os sentidos do que viveram".
Apesar de supostamente ter a capacidade de interferir na lembrança das experiências visuais, o Tetris não interfere nas lembranças do contexto que cercavam o evento e o significado do que ocorreu.
História do jogo que virou febre
O Tetris surgiu como resultado dos experimentos de um grupo de pesquisadores e programadores da União Soviética, que se reuniam para experimentar diversas aplicações e compartilhar afinidades, usando grandes equipamentos informáticos (mainframes) e computadores pessoais formados por peças usadas de países socialistas.
Foi no dia 6 de junho de 1984 que, após duas semanas de trabalho, Pajitnov completou a primeira versão do Tetris, embora sua real difusão tenha começado em 1985, quando foi adaptado para poder ser usado em computadores pessoais, passando depois aos videogames.
A ideia de criar o videogame surgiu como resultado da afeição por outro jogo, chamado Pentamino. O game tinha em seu criador um dos integrantes do grupo de jovens analistas informáticos que mantinha laços com o Centro de Computação da Academia Russa de Ciências.
O Pentamino é um passatempo muito simples e consiste em um retângulo que contém diversas figuras geométricas que devem encaixar perfeitamente e que tem certa relação com o dominó.
O nome do Tetris é uma combinação entre as palavras Tetramino (um variante do Pentamino) e tênis.
Os jovens começaram a distribuir cópias do Tetris entre seus amigos e, depois, o jogo começou a ser comercializado até se transformar em um dos mais populares de todo o planeta.
Na atualidade, é jogado em mais de 50 países e foi traduzido para dezenas de línguas. Foram vendidas também cerca de 65 milhões de versões para celulares e, segundo o "Guinness", o livro dos recordes, é o segundo game mais popular da história.


SLIM JIM PHANTOM

Slim é o baterista original da banda Stray Cats, que, ao lado de Brian Setzer e Lee Rocker, foi o responsável por difundir em todo o planeta o movimento neo-rockabilly no começo dos anos 80. Depois de mais de 25 anos de estrada com o Stray Cats e alguns milhões de discos vendidos, Phantom continua inspirando e entusiasmando fãs pelo mundo afora com o mesmo som, estilo e imagem que o consagraram. O baterista retorna ao país depois de quase vinte anos e toca ao lado do guitarrista Jimmy Rip e do baixista Nicxxx. No repertório, estão clássicos do rockabilly, além de inéditas. 18 anos. Estrela da Lapa (400 pessoas). Avenida Mem de Sá, 69, Lapa, 2507-6866. Quinta (2), 23h. Bilheteria: 21h/23h (qui.). R$ 60,00. www.estreladalapa.com.br.


RAIZ DO SANA NA LAPA

O RAIZ DO SANA traz da região serrana do Rio elementos da música brasileira em um show variado e empolgante. Formado no Vale do Sana, distrito de Macaé, o grupo, que este ano completa dez anos de carreira, toca forró pé-de-serra - combinando os baiões, xotes e xaxados com elementos de outros estilos, como rock, salsa, samba, soul e maracatu. A partir dessa mistura, a banda desenvolveu uma sonoridade própria e inconfundível. O RAIZ DO SANA, que completa 10 anos em 2008, já possui três CDs lançados e acaba de gravar um DVD comemorativo na FUNDIÇÃO PROGRESSO, com participações de Elba Ramalho e Marcelo D2.
RAIZ DO SANA é Tati Veras (voz), Elysio (baixo), Rodrigo Ramalho (sanfona), Léo Oliveira (cavaquinho), Frank Furtado (zabumba), Phinha (percussão) e Rodrigo Bucair (percussão). Rua do Riachuelo, 97, Lapa, 3970-1329/ 1334. Quinta (2), 21h. R$ 15,00 (mulheres até 0h) e R$ 25,00 (homens até 0h). R$ 20,00 e R$ 30,00

ARLINDO CRUZ TEATRO RIVAL

Pela participação na roda de samba do Cacique de Ramos na década de 80, o cantor e cavaquinista foi convidado para substituir Jorge Aragão no grupo Fundo de Quintal. Cruz está em turnê com o disco MTV Ao Vivo mostrando o samba de partido-alto que conquistou o reconhecimento de artistas da nova geração como Maria Rita e Marcelo D2. O repertório traz sucessos dos trinta anos de carreira. Entre as mais conhecidas estão Malandro Sou Eu, Camarão que Dorme a Onda Leva, SPC e Bagaço da Laranja. O repertório tem uma inédita, Vê Se Não Demora, resultado de uma parceria com Zeca Pagodinho. 16 anos. Teatro Rival Petrobras (450 lugares). Rua Álvaro Alvim, 33, Cinelândia, 2240-4469, Metrô Cinelândia. Quinta (2) 19h30. R$ 40,00. Bilheteria: 13h30/19h30 (seg. a sex.); a partir das 15h (sáb.). TT. www.rivalbr.com.br.

THE AUSTRALIAN BEE GEES

Apesar de ingleses de nascimento, os Bee Gees originais começaram a carreira na Austrália. O auge do sucesso da banda foi na década de 70, já de volta à terra natal. Mesmo assim, as baladas dos irmãos Gibbs deixaram fãs na antiga possessão inglesa, e a maior prova disso são a The Australian Bee Gees, uma das bandas de cover mais bem-sucedidas do mundo. O conjunto faz turnês por todo o mundo recriando a atmosfera disco dos 70 e leva fãs saudosos ao êxtase com sucessos da trilha sonora de Embalos de Sábado à Noite, como Stayin' Alive, How Deep Is Your Love? e Night Fever. 15 anos. Canecão (2 000 lugares). Avenida Venceslau Brás, 215, Botafogo, 2105-2000. Quinta (2). R$ 70,00 a R$ 140,00. Bilheteria: 12h/21h20. www.canecao.com.br.

CAMARA TRIO

No show Afro-Samba e Outros Gueri-Gueris, o conjunto formado pelo violino de Karin Verthein, o violão de Tomaz Lemos e o pandeiro de Thiago Aquino apresenta arranjos inusitados para sucessos da música brasileira. Além de composições de Baden Powell e Vinicius de Moraes, estão no repertório afoxés e baiões com arranjos surpreendentes, que resultam em sonoridade sofisticada. Livre. Centro de Referência de Música Carioca (200 pessoas). Rua Conde de Bonfim, 824, Tijuca, 3238-3831. Quinta (2), 19h. R$ 10,00.

DANILO CAYMMI

Prestes a lançar seu primeiro DVD, Danilo Caymmi e Amigos, o cantor e compositor apresenta alguns de seus maiores sucessos, como Andança, Casaco Marrom e O Bem e O Mal. Livre. Livraria Saraiva (50 lugares). Rua Lauro Muller, 116, loja 113-C (Shopping RioSul), Botafogo, 2543-7002. Sexta (3), 19h. Grátis. Estac. (R$ 5,00 as três primeiras horas).

RITA RIBEIRO NO VIVO RIO

Depois de quatro discos, a maranhense grava seu primeiro DVD que tem como base o repertório do álbum Tecnomacumba. O nome é uma tentativa de sintetizar numa palavra o som resultante da mistura da batida eletrônica com pontos e rezas das religiões afro-brasileiras. A temática se reflete na escolha do repertório, que inclui Domingo 23, Babá Alapalá, Coisa da Antiga e Rainha do Mar. O ponto alto da noite é a participação de Maria Bethânia. Rita e a banda Cavaleiros de Aruanda também recebem o grupo de tambor de crioula As Três Marias e os bailarinos Kiussan de Oliveira e Cridemar Aquino. 16 anos. Vivo Rio (2 000 lugares). Rua Infante Dom Henrique, 85, Aterro do Flamengo, 2272-2900. Sexta (3), 22h. R$ 60,00 a R$ 80,00. Estac. c/ manobr. (R$ 12,00). IR


WAGNER TISO E VICTOR BIGLIONE

Depois de uma série de produções fonográficas com orquestras sinfônicas e quartetos de violoncelos, o maestro Wagner Tiso retorna à linha jazzística no espetáculo Tocar – A Poética do Som. O piano de Tiso terá a companhia do violão de Victor Biglione em leituras sofisticadas de consagradas composições da música popular. O repertório tem Na Cadência do Samba, de Ataulfo Alves, Sonho de um Carnaval, de Chico Buarque, Cravo e Canela, de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, e Samba de uma Nota Só, de Tom Jobim e Newton Mendonça. Também há espaço para Nave Cigana e Sete Tempos, do próprio Tiso. Livre. Auditório do BNDES (300 lugares). Avenida Chile, 100, Centro, 2172-7757, Metrô Carioca. Quinta (2), 19h. Grátis. Distribuição de senhas duas horas antes.

WORKSHOP DE BATERIA

No próximo sábado, dia 4, no Sesc em Barra Mansa, será realizado um workshow instrumental promovido pelo Instituto Marcelo Biffe. Participarão do evento, além do Baterista Biffe, os também bateristas Erick Leal e Luciano, o guitarrista Cristiano Silveira , o baixista Magno Souza e o saxofonista Júlio Henrique. O objetivo é divulgar a música instrumental em suas mais variadas vertentes e o trabalho dos instrumentistas em temas de difícil execução. Serão sete peças e mais um tema de abertura de autoria de Marcelo Biffe, onde o baterista explora compassos mistos e depois realiza uma demonstração com dez levadas (idéias rítmicas) com as quais vem trabalhando a alguns anos. Não perca.
Ingressos: R$10,00 - Estudantes e Idosos : R$5,00 - Comerciário : R$2,00 - Sesc Barra Mansa, Rua Tenente José Eduardo,560 - Ano Bom - Tel 24 33242807

6.29.2009

Moraes Moreira canta ao lado do filho no Teatro Carlos Gomes e no Teatro Rival


RIO - O cantor e compositor Moraes Moreira abre a semana em dose dupla, com dois shows em palcos cariocas. Nesta segunda (29.06), ele apresenta as canções de seu mais novo trabalho, o CD e DVD "A história dos novos baianos e outros versos", no projeto Palco MPB, no Teatro Rival Petrobras. Já nesta terça (30.06), o artista canta junto com seu filho, David Moraes, no palco do 7 em Ponto, no Carlos Gomes.
Pai e Filho dedicam o show aos Novos Baianos, relembrando sucessos como "Acabou chorare" e "Bilhete para Didi". O repertório ressalta o lado instrumental dos dois artistas, com Moraes no violão e Davi no bandolim. A apresentação promete emocionar com o clássico "Eu sou o caso dele", música que trata poeticamente da relação pai e filho. O show termina com os sucessos de Moraes, como "Eu também quero beijar", "Bloco do prazer" e "Preta pretinha".
David Moraes é conhecido por já ter tocado com grandes nomes da atualidade como Marisa Monte, Caetano Veloso, Carlinhos Brown, entre outros. Lançou seu disco solo "Papo Macaco" em 2002 e "Orixá mutante" em 2004 pela Universal Music. Em 2005 participou do projeto "Tresloucados" ao lado de Preta Gil e Lan Lan. Também dirigiu a trilha musical do Filme "Ó paí ó" e o bloco com o mesmo nome.


Palco MPB - Teatro Rival Petrobras.
Rua Álvaro Alvim 33 - Cinelândia. Seg, 19h. Somente as cem primeiras pessoas entram de graça. Tel: 3223-6600

Projeto 7 em Ponto - Teatro Carlos Gomes.
Praça Tiradentes s/n - Centro. Tel: 2232-8701. Ter, 19h. R$ 10

Fonte O Globo


Roger Franco realiza workshop de guitarra em Volta Redonda e Barra Mansa

O guitarrista Roger Franco realiza um workshop nos dias 20 e 21 de julho, em Volta Redonda e Barra Mansa. A expectativa é que o evento atraia 600 admiradores da música, nos dois dias.

O músico, que já participou de um show do David Quinlan e fez um workshop em abril do ano passado, em Volta Redonda, retorna à região para o evento que deve durar cerca de duas horas. De acordo com a produção, vários brindes musicais serão sorteados para os admiradores do trabalho do guitarrista.

Em Volta Redonda, o workshop acontece no dia 20, na Metodista Nova Beira Rio, às 20h, e em Barra Mansa, a apresentação será feita IPV Barra Mansa, no dia 21, também às 20h.

Os ingressos antecipados custam R$ 5,00 e estão a venda na Casa da Música de Volta Redonda e Barra Mansa. No momento do workshop, os ingressos serão vendidos a R$ 10,00.

Boca de Cena

- Em Três Rios, tem o projeto do Sesc-Rio, até o dia 25 de julho. São seis peças de teatro, oficinas, palestras com atores sobre o universo das artes cênicas e bate-papo com diretores após os espetáculos. Os espetáculos serão encenados às 20 horas, no Teatro Celso Peçanha, na Praça São Sebastião, no Centro. Os eventos são de graça. Dia 4 de julho, "Quiprocó"; dia 18 de julho, "Eros e Psique"; e dia 25 de julho, "Mau Humor".


Festival Sesi de Música em Volta Redonda

- As inscrições terminam no dia 10 de julho. A fase semifinal chega a Volta Redonda, no Teatro Sesi-Centro, no dia 14 de agosto, às 15 horas. Os primeiros colocados de cada categoria da etapa estadual irão participar da fase nacional, em Brasília, de 16 a 20 de novembro. O evento é uma promoção do Sistema Firjan, por meio do Sesi-RJ. Mais informações nas unidades do Sesi. Ou: www.firjan.org.br

* Canta Quatis -

Encontro de Talentos - Às 20 horas, com cantores regionais. O evento será realizado toda primeira e terceira sexta-feira do mês. As apresentações são na Praça dos Expedicionários, no Centro da cidade.

Conheça Fernando Grostein Andrade, diretor de documentário intimista sobre Caetano Veloso

Karla Monteiro


RIO - Caetano nu fazendo a barba no banheiro de um hotel. Caetano andando pelas ruas de Nova York contando como se sentiu um subdesenvolvido ao dar uma entrevista em inglês mal falado. Caetano fazendo troça num templo budista no Japão, diante de um doce cor-de-rosa. Caetano discorrendo sobre o cinema de Michelangelo Antonioni. Caetano contando piada. Caetano gargalhando. Caetano dando uma de Caê. O filme "Coração vagabundo", que estreia no dia 24 de julho em circuito nacional, é isso: documentado e documentarista trocando uma ideia, na maior intimidade. O documentado dispensa apresentação. O cara é o cara, um dos nossos maiores artistas, reconhecido e respeitado aqui e lá fora. O documentarista é um menino paulistano de 28 anos, com rostinho e corpinho de 15, chamado Fernando Grostein Andrade, filho do jornalista Mário de Andrade, editor da revista "Playboy" nos anos 80, e meio-irmão de Luciano Huck. Como o menino chegou a Caê? Aí é uma outra história.
Encontramos o Fê, como o próprio se apresenta, na sede da sua recém-inaugurada produtora de publicidade e cinema, a Spray Filmes, localizada em um prédio moderno no bairro do Itaim-Bibi, em São Paulo. O rapazote parece ocupado, uma reunião atrás da outra, uma série de projetos rolando, clientes estrelados como Natura, Santander, Volkswagen, GreenPeace, Governo do Estado de São Paulo batendo à sua porta. Fê conta que sua trajetória com Caetano Veloso começou numa festa, onde foi apresentado por um amigo a Paula Lavigne, ex-mulher e empresária do cantor e compositor baiano. O primeiro encontro foi rápido. Na época, início dos anos 2000, Fê estava terminando administração de empresas na Fundação Getúlio Vargas e paquerava o cinema. Nas férias, ele se mandava para os Estados Unidos para fazer cursos na área e seu projeto de conclusão da faculdade era sobre direção e produção de um curta-metragem. Quando o curta - "De morango", segundo ele o primeiro feito em digital no Brasil, com Fernanda Rodrigues e Daniel Dantas - ficou pronto, Fê resolveu mandar uma cópia do DVD para várias pessoas. Entre elas, Paula Lavigne.
- A Paula foi uma das poucas pessoas que me responderam. Ela disse que achou engraçado, que tinha dado muita risada assistindo ao filme - lembra. - Então ela me chamou para dirigir o clipe de "Lisbela e o prisioneiro". Foi uma puta oportunidade. Era o Caetano cantando, com roteiro do Guel Arraes. Meus dois ídolos.
Fê mandou bem, tanto que, em 2003, Paula o convocou novamente. Dessa vez para fazer o DVD "A foreign sound". A missão era filmar dois shows de Caetano no bar Baretto, em São Paulo.
O menino era inexperiente, mas não era burro. Percebeu nesse momento a disponibilidade de Paula e Caetano no sentido de permitir que sua câmera chegasse bem perto. Daí em diante, Fê acompanhou o ídolo numa temporada de shows no Carnegie Hall, em Nova York, e, depois, numa turnê no Japão. Ao todo, foram 57 horas de material bruto. Nos Estados Unidos, o inesperado ajudou novamente. O Sindicato dos Trabalhadores do Carnegie Hall estava cobrando US$ 10 mil por minuto filmado. Sem patrocínio, o projeto de filmar os shows ficou inviável. Como não poderia registrar Caetano no palco, Fê passou a filmar suas conversas com ele.

Vídeo:
Trailer do documentário Coração Vagabundo de Fernando Grostein Andrade, produzido por Paula Lavigne e Raul Dórea. O filme mostra a intimidade do cantor e compositor Caetano Veloso durante turnê do disco "A Foreing Sound", quando o cantor fazia shows por São Paulo, Nova York, Tokyo e Kyoto.


MAÇÃ

Originária do sudeste europeu e do sudoeste asiático, há mais de 1500 variedades de maçã. Graças à dominação romana, o cultivo da maçã se difundiu em grande parte da Europa, até a Inglaterra e Alemanha. Na época do descobrimento da América, já eram conhecidas muitas centenas de variedades de maçãs. Os primeiros colonizadores trouxeram consigo sementes e plantas das melhores variedades, razão pela qual, a cultura desta fruta se difundiu na América com muita rapidez. O mesmo aconteceu com o leste Asiático.

É bem antiga a introdução do plantio de maçãs no Brasil. Santa Catarina destaca-se por apresentar clima mais adequado.
As variedades mais conhecidas são a Gala, a Fuji, Granny Smith, Golden Delicious e Red Delicious.

NUTRIÇÃO

Calorias cada 100g têm em média 63 calorias. As maçãs médias pesam cerca de 150g, com um total de 95 calorias.
Contém vitaminas B1, B2, A, além de fósforo, ferro e potássio. É rica em fibras e ajuda no processo digestivo.
Rica em pectina, substância que protege a mucosa do aparelho digestivo e que ajuda a dar ponto em geléias. A pectina é uma das melhores fibras de alimentos para controlar os teores de colesterol. Ela também torna a absorção de glicose menos eficiente, fazendo com que o açúcar penetre no sangue mais lentamente. Isto é bom para os diabéticos, evitando desta maneira que não ocorra aumento da glicemia, em pico da insulina.
Tem substâncias fitoquímicas como o ácido elágico que pode ajudar a prevenir alguns tipos de câncer e o octacosanol que ajuda a prevenir a doença de Parkinson.
O ácido málico ajuda a tirar as impurezas do sangue e também é ótima para o cérebro, pois contém ácido fosfórico numa forma facilmente digerível.
Contribui para um sono tranqüilo, principalmente consumindo o chá da casca da maçã.
Impede a formação de cálculos.
O ideal é consumi-la ao natural com casca, pois assim você vai aproveitar mais suas vitaminas e os sais minerais.
A maçã é recomendada para pessoas com problemas de intestino, obesidade , reumatismo, gota, diabetes. A sua casca seca é empregada como chá para purificar o sangue e como diurético.

Para melhor aproveitamento das suas vitaminas, o ideal é consumi-la ao natural com casca, pois é junto dela que estão a maior parte das suas vitaminas e os sais minerais.

Na hora de comprar, escolha as de casca de cor acentuada e brilhante, polpa firme, pesadas, sem partes moles, furos ou rachaduras. Nessas condições ela se conserva até um mês na geladeira.

Seu período de safra vai de janeiro a abril.

Sandra Helena Mathias Motta
Nutricionista
Centro - (24) 3322-3715
Vila Nova - (24) 3326-5487
Celular - (24) 8813-4072
sandranutti@yahoo.com.br
Colaboração Angela Chaloub

"Manhã de Carnaval"(1959) de Luis Bonfé e Antonio Maria interpretada por Earl Klugh, George Benson & Chet Atkins em 1978 (versão instrumental)

6.28.2009

DVD Eric Clapton e Steve Winwood: ecos dos anos 1960 que ainda duram


Antônio Carlos Miguel

RIO - A homenagem a Jimi Hendrix, numa longa e intensa versão de "Voodoo Chile", perto do fim do show, já vale por esse "Live from Madison Square Garden", editado em DVD e CD pela Warner. Mas o encontro dos sexagenários Eric Clapton (64 anos) e Stevie Winwood (61 anos) rendeu muito mais, grande música, atemporal e sem ranço nostálgico, de duas figuras fundamentais para o rock.
Clique aqui e confira a música 'Can't find my way home', do DVD
Agora é a vez de 'Voodoo Chile'
Na verdade, trata-se de mais um reencontro de dois velhos amigos, desde 1964, quando o então garoto de 15 anos Winwood despontou como cantor e tecladista do Spencer Davis Group, e Clapton brilhava como guitarrista dos Yardbirds. O segundo conta, numa entrevista do DVD, que o projeto de um trabalho junto começou a se delinear em 2007, após Winwood participar da segunda edição do Crossroads Guitar Festival.
O concerto no Madison Square Garden aconteceu em fevereiro de 2008, mas, curiosamente, essa informação é omitida nos créditos do DVD e nas capas e nos encartes de CD e DVD, com arte gráfica que remete aos psicodélicos anos 1960. Sem cenário algum, vestidos com roupas que usam no cotidiano e acompanhados por Willie Weeks (baixo), Ian Thomas (bateria) e Chris Stainton (teclados), no repertório, Clapton (guitarra e voz) e Winwood (teclados, guitarra e voz) também investem no período. Entre os petiscos estão cinco das seis canções do único disco do lendário e efêmero Blind Faith, supergrupo que os dois formaram - com Ginger Baker (bateria) e Rick Grech (baixo e violino) - em 1969: "Had to cry today", "Sleeping in the ground", "Presence of the Lord", "Well all right" e "Can't find my way home". Na época, Clapton acabara de sair do trio Cream, enquanto Winwood dava um tempo no Traffic (que voltou em meados dos anos 1970).
Ainda no repertório, mais uma de Hendrix, "Little wing" - que Clapton incorporara ao seu repertório no disco "Derek and the Dominoes"; enquanto entre os motivos para a inclusão de "Voodoo Chile" está o fato de Winwood também ter tocado órgão na gravação original, no álbum "Electric Ladyland", de Jimi Hendrix -; e outra homenagem, em "Them changes" (do baterista Buddy Miles, que morrera em 26 de fevereiro de 2008, na semana do concerto de Clapton e Winwood); e muitos temas das carreiras individuais dos dois. O trajeto de Winwood no Traffic (grupo hoje pouco lembrado, mas que em sua música passou por rock, folk e jazz) está representado em "Glad", "Pearly queen", "No face, no name, no number" e "Dear Mr. Fantasy" - e solo, acompanhando-se no órgão, ele também faz uma visceral "Georgia on my mind", calcada na interpretação de Ray Charles. Enquanto da inconstante trajetória de Clapton - que formou e saiu de diversos grupos, até, a partir de meados dos anos 1970, investir num trabalho solo irregular - foi privilegiada a sua associação com o blues, através de "Double trouble" (Otis Rush), "Rambling on my mind" (Robert Johnson) e, como bônus, mais dois clássicos de Johnson, "Kind hearted woman" e "Crossroads".
Contundentes exemplos de que a grande música de Clapton e Winwood não tem data de vencimento.

A contradição de João Gilberto


Débora Costa e Silva

“Quando a gente fala de bossa nova, fala do João Gilberto, mas já existe uma contradição aí, porque bossa nova é João Gilberto, mas João Gilberto não é bossa nova.” A frase do músico e jornalista Walter Garcia faz sentido. Associa-se muito o nome do violonista ao movimento musical da década de 60, mesmo que sua obra tenha mudado ao longo dos anos. Garcia escreveu sobre isso em sua tese de mestrado, que deu origem ao livro Bim Bom – A contradição sem conflitos de João Gilberto, onde explica a relação entre a obra do cantor e a convivência social, baseada na cordialidade do brasileiro.

Ele analisou tudo isso também no último dia 18, em uma das aulas do curso de MPB promovido pelo Espaço da Revista Cult. Dá início a palestra pedindo a todos que o questionem caso tenham alguma dúvida, pois, segundo ele, para explicar um artista que conhece bem a linguagem musical, é preciso explicar muitas coisas específicas de música. “Quero traduzir tudo na linguagem do dia-a-dia”. E para facilitar a compreensão, o jornalista levou um violão para que os alunos pudessem ver e ouvir o que João Gilberto faz.

A contradição sem conflitos de João Gilberto a que Garcia se refere sintetiza o conceito da cordialidade do brasileiro, tema abordado por Sérgio Buarque de Hollanda em Raízes do Brasil. Para exemplificar essa idéia, ele começou mostrando aos alunos passo a passo (acorde a acorde) a origem da batida da bossa nova. O cantor baiano se inspirou na linha rítmica de dois instrumentos que se destacam nos batuques do samba, o surdo e o tamborim, e adaptou o ritmo à batida do violão. “Ele saiu da batida do samba, criou uma batida nova, mas nas variações que faz ao tocar, se aproximou de novo do samba. Então o que ele faz é samba e não é”, conta.

Essa é apenas uma das contradições existentes em seu trabalho. No entanto, o jornalista acredita que essa contradição não apresenta conflitos, pois os elementos musicais não entram em choque um com outro. “Há uma linha tênue entre um ritmo e outro. Quando você percebe que ele está saindo da base que criou [com as variações da batida], ele volta à base novamente. É uma contradição que se dá harmoniosamente”, conclui.

Outro aspecto contraditório do compositor é o momento do show, onde acontece o encontro entre público e ídolo. O fato de ele interpretar as canções num volume muito baixo causa um certo desconforto na platéia. “A cada movimento que as pessoas fazem durante o show interfere no silêncio da platéia e cria aquele pânico: todo mundo fica com medo de atrapalhar e as pessoas têm que ficar totalmente entregues a música dele.” Quando o jornalista fala de contradição sem conflitos quer dizer que é uma ação sempre recoberta por uma harmonia, que faz com que tudo aquilo que possa gerar violência seja atenuado. “Tudo é recoberto por uma afetividade”, analisa. Na opinião de Garcia, essa sensação de harmonia é superficial, pois no fundo há uma contenção de emoção. No caso de um show de João Gilberto, a contenção da voz, dos movimentos e da manifestação da emoção do público. “A obra dele é lírica e trabalha com emoção, ao mesmo tempo que causa um distanciamento dela”, sintetiza.

6.27.2009

Moraes Moreira no Teatro Rival Petrobras

Apenas as cem primeiras pessoas entram gratuitamente.
As senhas serão distribuídas a partir das 13h.>.
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No show do Palco MPB, Moraes Moreira mostra o álbum gravado ao vivo na Feira de São Cristóvão, no Rio, que retrata 40 anos de bons serviços prestados à cultura popular brasileira. Entre Novos Baianos e a carreira solo, são quarenta discos
e quase quinhentas músicas gravadas. Moraes é considerado, pelos pioneiros Dodô e Osmar, o responsável pela implantação da voz no som do Trio Elétrico.

Canções como “Ferro na Boneca”, “Colégio de Aplicação”, “A Menina Dança”,“Acabou Chorare”, “Brasil Pandeiro”, “Preta Pretinha”, “Lá vem o Brasil Descendoa Ladeira” e muitas outras estarão presentes no repertório deste show.
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O “Palco MPB” é um projeto da rádio MPB FM e tem um formato que favorece o encontro do artista com seus fãs. O diferencial deste projeto é que além de ser totalmente gratuito, ele transfere para os dias atuais a aura dos programas de auditório da “Época de Ouro do Rádio”. O projeto acontece
sempre às segundas-feiras, no Teatro Rival Petrobras e quem perder a gravação do show, pode ouvi-la às terças-feiras, às 16h, nos 90,3 MHz. Só este ano,já passaram pelo projeto: Marcelo D2, Marina Machado, Alceu Valença,
BossaCucaNova, Milton Nascimento e muitos outros artistas.

.Palco MPB com Moraes Moreira
:: Dia: 29 de junho (segunda-feira)
:: Local: Teatro Rival Petrobras, Rua Álvaro Alvim, 33 – Cinelândia - Rio de Janeiro
:: Horário: 19h
:: Somente as 100 (cem) primeiras pessoas entram de graça.
:: Mais Informações: (21) 3223-6600 .

6.26.2009

A MÚSICA DE LUTO

Foto:Jornal ATARDE

Michael Jackson - They Don’t Care About Us - Gravação de videoclipe com o Olodum, em 1995. Pelourinho - Salvador Bahia

Peça 'In on it' prorroga temporada no Oi Futuro


Joana Dale

RIO - Depois do sucesso de crítica e público, o espetáculo "In on it", que ficaria em cartaz até domingo, prorrogou sua temporada no Oi Futuro por mais três semanas, até 19 de julho. Desde a estreia, em 26 de março, a montagem da peça do canadense Daniel MacIvor, com direção de Enrique Diaz, foi vista por 3.600 pessoas na intimista sala com capacidade para 80 pessoas. No meio de maio, no entanto, os ingressos se esgotaram até o fim da temporada. Por isso, a partir da próxima semana, a produção da peça mudou de estratégia: terça-feira os ingressos para o fim de semana seguinte começam a ser vendidos.

- Quem quiser ver mesmo é legal ir comprar na própria terça - aconselha Diaz.
Os atores Emilio de Mello e Fernando Eiras vivem "Esse Aqui" e "Aquele Ali", respectivamente, na peça que possui três planos dramáticos e fala sobre perdas e criação artística. O diretor Enrique Diaz garante que o importante não é entender os mínimos detalhes da narrativa e, sim, imergir no jogo de cena.

- O bacana foi que todas as matérias e críticas publicadas nos jornais não revelaram do que se tratava realmente a peça. Até hoje só sabe quem assistiu - comemora o diretor.
No dia 23 de julho, a peça viaja para o Festival Internacional de Teatro, em São José do Rio Preto, São Paulo. Em agosto, "In on it" começa nova temporada, de quinta-feira a domingo, no Teatro Maria Clara Machado, no Planetário.
- Tivemos propostas de estrear em São Paulo, mas escolhemos ficar mais tempo no Rio, na casa da gente. Estamos felizes com a relação que criamos com o público carioca - conclui Diaz.

'In on it' -
Oi Futuro: Rua Dois de Dezembro 63, Flamengo. Tel: 3131-3060. Sex a dom, às 19h30m. R$ 15. Até 19 de julho.
Colaboração Angela Chaloub

Canto de Ossanha - Documentario Vinícius de Moraes.

Canto de Ossanha
Composição: Vinicius de Moraes / Baden Powell

-"O canto da mais difícil
E mais misteriosa das deusas
Do candomblé baiano
Aquela que sabe tudo
Sobre as ervas
Sobre a alquimia do amor"

Deaaá! Deeerê! Deaaá!

O homem que diz "dou"
Não dá!
Porque quem dá mesmo
Não diz!
O homem que diz "vou"
Não vai!
Porque quando foi
Já não quis!
O homem que diz "sou"
Não é!
Porque quem é mesmo "é"
Não sou!
O homem que diz "tou"
Não tá
Porque ninguém tá
Quando quer
Coitado do homem que cai
No canto de Ossanha
Traidor!
Coitado do homem que vai
Atrás de mandinga de amor...

Vai! Vai! Vai! Vai!
Não Vou!
Vai! Vai! Vai! Vai!
Não Vou!
Vai! Vai! Vai! Vai!
Não Vou!
Vai! Vai! Vai! Vai!
Não Vou!...

Que eu não sou ninguém de ir
Em conversa de esquecer
A tristeza de um amor
Que passou
Não!
Eu só vou se for prá ver
Uma estrela aparecer
Na manhã de um novo amor...

Amigo sinhô
Saravá
Xangô me mandou lhe dizer
Se é canto de Ossanha
Não vá!
Que muito vai se arrepender
Pergunte pr'o seu Orixá
O amor só é bom se doer
Pergunte pr'o seu Orixá
O amor só é bom se doer...

Vai! Vai! Vai! Vai!
Amar!
Vai! Vai! Vai! Vai!
Sofrer!
Vai! Vai! Vai! Vai!
Chorar!
Vai! Vai! Vai! Vai!
Dizer!...

Que eu não sou ninguém de ir
Em conversa de esquecer
A tristeza de um amor
Que passou
Não!
Eu só vou se for prá ver
Uma estrela aparecer
Na manhã de um novo amor...

Vai! Vai! Vai! Vai!
Amar!
Vai! Vai! Vai! Vai!
Sofrer!
Vai! Vai! Vai! Vai!
Chorar!
Vai! Vai! Vai! Vai!
Dizer!...

Sexo conta como atividade física?

Dr. Alessandro Loiola

(BR Press) - A atividade sexual é um dos muitos parâmetros utilizados para aferir o nível global de saúde de um adulto. Em teoria - e respeitados os devidos limites de carga, velocidade e decibéis do seu bairro -, quanto maior a quantidade e a qualidade do sexo que você pratica, mais saudável você está.
Entenda isto como uma conseqüência fisiológica das coisas: o objetivo de sua programação genética é que você procrie, principalmente se estiver com saúde. E para tanto você deve se envolver em relações sexuais. A importância da atividade sexual em nossas vidas é inquestionável (não estaríamos aqui se não fosse por ela), tornando o tema um verdadeiro campeão de bilheterias do lado de cá da Via Láctea.
Por isso, não me surpreendi quando, recentemente, recebi o e-mail de um leitor com algumas dúvidas sobre o assunto. A mais curiosa era a seguinte: será que o sexo pode lhe ajudar a ficar em forma? Em outras palavras: a atividade sexual, como forma de esporte, pode ser útil para queimar calorias? Afinal de contas, nada como otimizar seu tempo unindo o útil ao agradável...
A mesma curiosidade que matou o gato terminou me obrigando a comprar um bilhete da Hellmann's Airlines - aquela em que você viaja na maionese -, e fui pesquisar durante alguns dias. Antes que você fique imaginando coisas impróprias para o horário (pesquisar? Como assim, "pesquisar"?), vamos aos resultados.
Dez minutos de relação sexual consomem cerca de 45 calorias, quase a mesma quantidade de energia que você gasta para ficar de pé, dormir, estudar ou falar ao telefone por meia hora. Mas os especialistas afirmam que o prazer destas atividades pode não ser tão intenso, justificando tranqüilamente sua escolha pela primeira alternativa.
Se extrapolarmos a contabilidade para a fase de aquecimento dos motores, e considerarmos que seus 10 minutos de sexo foram precedidos por 10 minutos de preliminares, o gasto mal atinge 70 calorias - menos do que o necessário para arrumar os móveis da sala.
Sarado?
Fazer compras, buscar as crianças na escola, preparar a janta e colocá-las para dormir é uma rotina capaz de consumir mais de 200 calorias. Em valores totais, seria algo como manter cinco relações sexuais completas no intervalo de poucas horas. Não surpreende que ao final do dia você sinta toda aquela fadiga - e nem pense em culpar o trânsito!
Deixando de lado a vida doméstica e partindo para a academia, para uma pessoa média atingir um estágio "sarado" será necessária pelo menos uma hora de malhação, quatro vezes por semana, durante um ano. Isso significa um investimento de 70.000 calorias, o equivalente a 1.600 relações sexuais ou cerca de 260 horas de sexo ininterrupto. Fique à vontade para tentar e relatar aos amigos sua experiência. Ah, sim: e não se esqueça de comunicar o feito inédito ao Guinness, o livro dos recordes.
Equacionadas as variáveis pertinentes, ficou fácil perceber que o atletismo sexual não deveria sequer constar na lista das 100 melhores práticas desportivas de todos os tempos, pelo menos não do ponto de vista de gasto energético ou de condicionamento cardiopulmonar.
A explicação para o resultado desta pesquisa é bem simples: quando lidamos com sexo, não estamos falando de controle da obesidade, queima de calorias ou reengenharia de músculos, mas da celebração máxima da cumplicidade afetuosa entre dois seres humanos. Isso, sim, é o que verdadeiramente importa. O resto não passa de conversa calórica para boi dormir.


*Dr. Alessandro Loiola é médico, escritor e palestrante. Autor de, entre outros livros, "Para Além da Juventude - Guia para uma Maturidade Saudável" (Editora Leitura). Fale com ele pelo e-mail aloiola@brpress.net

6.25.2009

Michael Jackson sofre parada cardíaca e morre em Los Angeles aos 50 anos


O cantor e compositor Michael Jackson, 50, morreu na tarde desta quinta-feira (25), após sofrer uma parada cardíaca em sua casa, em Los Angeles. Segundo o jornal "Los Angeles Times", os médicos do hospital da Universidade da Califórnia confirmaram a morte do cantor, que teria chegado ao local em coma profundo.

De acordo com o jornal, Jackson não estava respirando quando os paramédicos chegaram a sua residência, em Holmby Hills, por volta das 12h20 (horário local). Michael recebeu uma massagem cardiopulmonar ainda na ambulância e seguiu direto ao hospital da Universidade da Califórnia, que fica a dois minutos da casa do cantor. O cantor estava preparando sua volta aos palcos para uma série de 50 shows em Londres, a partir do dia 13 de julho, com ingressos esgotados.

Michael Joseph Jackson nasceu em 29 de agosto de 1958 em Gary, Indiana. Quinto filho do metalúrgico Joe Jackson, Michael mostrou seu talento para a música e para a dança muito cedo. Ele começou sua carreira nos anos 60, aos cinco anos, com o grupo Jackson 5, formado também pelos seus quatro irmãos mais velhos. Desde a pré-adolescência, quando a banda lançou os primeiros discos, o cantor se tornou uma das figuras mais conhecidas e adoradas da música norte-americana.

O estouro solo veio em 1979, com o quinto disco dele, "Off The Wall", que, graças a uma empolgante e original mistura de disco, funk e pop, abriu caminho para o que o cantor viria a se transformar nos anos seguintes.

Na década de 1980 lançou dois de seus melhores discos, "Thriller", de 1982, e "Bad", de 1987, e consolidou a posição de superastro. Foi aí também que surgiu a imagem de um artista de hábitos e atitudes cada vez mais estranhos. É o exemplo perfeito de criança-prodígio que, cada vez mais famosa e idolatrada, acaba por criar um mundo próprio distante da realidade.

Ao mesmo tempo em que batia recordes de vendas com "Thriller" --que segundo o livro "Guiness" vendeu entre 55 milhões (segundo a gravadora Sony e a associação de gravadoras dos EUA) e mais de 100 milhões de cópias (de acordo com empresários do cantor)--, colocava sucesso atrás de sucesso nos primeiros lugares das paradas e lançava moda entre os adolescentes de todo o mundo com suas roupas e coreografias, em especial o "moonwalk".

Mas Michael era motivo de especulações pela sua postura infantilóide, modificações profundas em seu rosto e branqueamento de sua pele. Nos anos 80, dizia-se até que o cantor dormia em uma câmara hiperbárica para retardar o envelhecimento.

A partir do início dos anos 90, os fatos sobre sua vida particular já chamavam muito mais atenção do que sua música --que, diga-se, nunca mais repetiu a genialidade da trilogia "Off The Wall", Thriller" e "Bad". Por mais que lançasse discos de modo superlativo, como o fez com "Dangerous", em 1991, o que atraía o público eram as histórias sobre o megalômano rancho Neverland, na Califórnia, e a preferência do cantor por estar sempre acompanhado de crianças, entre elas o então ator mirim Macaulay Culkin, astro do filme "Esqueceram de Mim".

Foi na década de 90 que surgiu o caso que abalaria a carreira e a vida de Jackson. Em 1993, o cantor foi acusado de ter molestado sexualmente um menor de idade. Segundo relatos da época, Jackson fez um acordo milionário com a família da suposta vítima fora dos tribunais em 1995. Nos anos seguintes, se casaria com a filha de Elvis Presley, Lisa Marie, e com a enfermeira Debbie Rowe, mãe de dois de seus três filhos. O cantor se apresentou ao vivo no Brasil em 1993 e voltou ao país em 1996 para gravar o clipe da canção "They Don't Care About Us" no Rio de Janeiro e na Bahia com o grupo Olodum.

Sem lançar disco desde 2001, quando gravou "Invincible", nos últimos anos Jackson foi notícia graças ao julgamento pelo qual passou entre 2004 e 2005, também acusado de ter molestado um menor em 2003. Absolvido das dez acusações, logo após o julgamento o cantor passou por uma temporada de exílio no Barein, como convidado da família real do país. Em reconhecimento a sua carreira, em 2002 foi eleito o artista do século pela premiação American Music Awards.

Michael reeditou em 2008 o clássico "Thriller", que traz a participações de nomes atuais como Will.i.am e Akon, e colocou uma nova compilação nas lojas, "King of Pop". Em março de 2009, anunciou sua volta aos palcos com uma temporada de 50 shows em Londres, que começaria em 13 de julho e seguiria até fevereiro de 2010.

A demanda pelos shows foi tão grande que dezenas de apresentações extras foram acrescentadas, ao mesmo tempo em que centenas de ingressos surgiram em sites de leilão online como o eBay, em meio a críticas à maneira como as vendas estão sendo feitas. Segundo cálculos da Billboard, o cantor poderia levar para casa mais de 50 milhões de dólares com os shows.

Em maio deste ano, surgiu também um boato de que Jackson estaria sofrendo câncer de pele. Segundo o The Sun, os médicos haviam diagnosticado sinais da doença em seu corpo e células que poderiam provocar câncer de pele no rosto, mas a notícia foi desmentida logo em seguida.

Uma produtora de shows norte-americana queria proibir que Michael Jackson voltasse aos palcos e ameaçava seu retorno. A AllGood Entertainment Inc, de Nova Jersey, alegava que tinha contrato com o cantor para que ele não se apresentasse até 2010. Os assessores do artista, no entanto, não se preocuparam com a possibilidade de uma ação judicial que criasse obstáculos aos shows.

Jackson ainda é o "Rei do Pop" para sua legião de fãs, apesar de seu comportamento e de sua aparência por vezes bizarros nos últimos anos. Ele já vendeu em torno de 750 milhões de discos, ganhou 13 Grammy e é visto como um dos maiores artistas pop de todos os tempos.

TRAJETOS NA FAZENDA DA POSSE



Criar fronteiras entre razão e imaginação, entre dedução e intuição...




Josiélio de Paula Nascimento, 27 anos, deficiente auditivo, é de Piraí, trabalha na firma “Cobra Tecnologia” em meio expediente e completa carga horária em seu atelier no Condomínio da Arte, onde desenvolve suas esculturas.

Dono de uma sensibilidade enorme, jamais ouviu um único som e, da mesma forma, jamais alguém ouviu sequer um balbucio de sua boca.

Comunica-se pelo olhar, da mais absoluta expressividade, e pelo sorriso contagiante. Suas mãos falam por ele. Suas figuras esculpidas com naturalidade e destreza, remetem ao sagrado e/ou ao que nos transcende.

Estudou na APAE de Piraí, onde aprendeu a ler e escrever, embora se comunique dessa forma, com alguma dificuldade. Hoje é aluno da 7ª série da Escola Municipal Lúcio de Mendonça.

Sua energia mental mantém o alto estado de concentração e sua deficiência o move para outras questões ligadas também à inclusão social.

É autor da série “Contemplação” com participação em duas exposições coletivas em Piraí.

Ultrapassar seu conflito existencial e investir na criação de esculturas representativas, tiradas da imaginação mas decalcadas na realidade, todo um conjunto de personagens atormentadas e sublimes, em número infinito, como ocorre na vida nossa de todo dia.

É no Condomínio da Arte que se sente feliz e em seu atelier, com as mãos no barro, ele nos revela que para a ARTE não existe deficiência ou eficiência...

“A ARTE SIMPLESMENTE É.

Abertura: 26 de junho de 2009 às 20h
Duração: 27 de junho a 26 de julho de 2009
Visitação: de 4ª a domingo, de 11h às 17h


Centro de Cultura Fazenda da Posse
R. Dário Aragão nº 02 – Centro – Barra Mansa – RJ


O Centro de Cultura Fazenda da Posse: funciona de Quarta a Domingo, das 11h às 17h, exceto feriados.

Começa temporada de festivais de inverno nas cidades serranas


Eduardo Fradkin

RIO - Atemporada cultural da estação mais fria do ano começa, nas cidades serranas, nesta sexta-feira (26.06), com a abertura do 9º Festival de Inverno de Petrópolis, realizado pela Dell'Arte. O evento inaugural será uma missa de ação de graças na Catedral São Pedro de Alcântara, em Petrópolis, às 8h. No dia seguinte, às 20h, no mesmo local, o maestro Carlos Prazeres regerá o oratório "O messias", de Händel, obra favorita de seu falecido pai, Armando Prazeres, fundador da Orquestra Petrobras Sinfônica. Um conjunto chamado Sinfonieta Dell'Arte será formado para esse concerto.
Entre os demais 37 eventos do festival, os destaques serão um recital de Chopin do pianista Arthur Moreira Lima, no dia 2 de julho, e uma tradicional série de recitais à luz de velas no Museu Imperial, dias 3, 4 e 11. Haverá ainda shows de música popular - Byafra, Flávio Venturini, Golden Boys e outros estão escalados - e de dança e exibição de filmes. A programação vai até o dia 12.
Em Friburgo, a mesma produtora fará, entre 16 e 26 de julho, seu 8º festival de inverno na cidade. Muitas atrações serão compartilhadas com o de Petrópolis, como "O messias" e Arthur Moreira Lima. Em negociação, estão as cantoras Maria Rita e Vanessa da Mata, embora nenhuma das duas esteja confirmada ainda. Nessa seara, de música popular, Jorge Aragão é uma certeza, no dia 24. Na área clássica, um destaque será a cantata "Carmina burana", de Carl Orff, dia 19, com a orquestra e o coro do Teatro Municipal do Rio.
Shlomo Mintz sola concerto em Campos do Jordão
No mesmo dia em que começará a programação da Dell'Arte em Friburgo, a rede Sesc dará início à oitava edição de seu festival de inverno em Petrópolis e Teresópolis. A extensa programação incluirá 11 peças teatrais de sucesso - como "Ensina-me a viver" (com Glória Menezes), dias 18 e 19, e "O estrangeiro", dias 28 e 29 -, quatro musicais - entre eles, "Piaf", com Bibi Ferreira, dias 17 e 26 -, dez apresentações de música popular - com nomes como Alcione, dias 16 e 17, Toni Garrido com Thalma de Freitas, dias 16 e 26, e Marisa Orth, dias 24 e 25 -, seis espetáculos de dança - o "4 por 4" da Cia. Deborah Colker, dias 13 (pré-abertura do festival) e 23, e "As quatro estações", com Ana Botafogo e a pianista Lilian Barreto, dias 28 e 29, são os principais -, seis palestras literárias, 11 peças infantis, exposições (de Franz Weissmann, Oscar Niemeyer, Ziraldo e fotos da MPB) e oficinas.
Do dia 17 ao 26, o Festival Vale do Café levará 12 apresentações de música clássica e popular a fazendas históricas de Valença, Vassouras e arredores. A visitação a esses locais é um atrativo à parte.
Os aficionados por música clássica têm no Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão um bom motivo para pegar a estrada. Vai do dia 4 ao 26, com ênfase em música francesa. A abertura ficará a cargo da Osesp, regida por Victor Pablo Pérez. Entre os nomes de peso, aparecem Nelson Freire, em recital dia 17, e o violinista israelense Shlomo Mintz, que solará o concerto de Beethoven com a Filarmônica de Minas Gerais, dia 11

Escutatória

Rubem Alves

Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória.
Todo mundo quer aprender a falar... Ninguém quer aprender a ouvir.
Pensei em oferecer um curso de escutatória, mas acho que ninguém vai se matricular.
Escutar é complicado e sutil.
Diz Alberto Caeiro que... Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas.
Para se ver, é preciso que a cabeça esteja vazia.
Parafraseio o Alberto Caeiro:
Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito.
É preciso também que haja silêncio dentro da alma.
Daí a dificuldade:
A gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor...
Sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer.
Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração...
E precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor.
Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil de nossa arrogância e vaidade.
No fundo, somos os mais bonitos....
Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos estimulado pela revolução de 64.
Contou-me de sua experiência com os índios: Reunidos os participantes, ninguém fala.
Há um longo, longo silêncio.
Vejam a semelhança...
Os pianistas, por exemplo, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio...
Abrindo vazios de silêncio... Expulsando todas as idéias estranhas.
Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala.
Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio.
Falar logo em seguida seria um grande desrespeito, pois o outro falou os seus pensamentos...
Pensamentos que ele julgava essenciais.
São-me estranhos. É preciso tempo para entender o que o outro falou.
Se eu falar logo a seguir... São duas as possibilidades.
Primeira: Fiquei em silêncio só por delicadeza..
Na verdade, não ouvi o que você falou.
Enquanto você falava, eu pensava nas coisas que iria falar quando você terminasse sua (tola) fala.
Falo como se você não tivesse falado.
Segunda: Ouvi o que você falou.. Mas, isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo.
É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou.
Em ambos os casos, estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada.
O longo silêncio quer dizer: Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou.
E, assim vai a reunião.
Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos.
E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia.
Eu comecei a ouvir.
Fernando Pessoa conhecia a experiência...
E, se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras... No lugar onde não há palavras.
A música acontece no silêncio. A alma é uma catedral submersa.
No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos.
Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia...
Que de tão linda nos faz chorar.
Para mim, Deus é isto: A beleza que se ouve no silêncio.
Daí a importância de saber ouvir os outros: A beleza mora lá também.
Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto.

6.24.2009

Sinfônica de Barra Mansa participa de Encontro de Orquestras em Campos

A Orquestra Sinfônica de Barra Mansa (OSBM) vai participar entre sexta-feira (26) e domingo (28), do 1º Encontro de Orquestras - Sudeste Brasileiro, em Campos dos Goytacazes. O evento é resultado de uma parceria do Centro de Cultura Musical de Campos e da ONG Orquestrando a Vida, com diversas orquestras de cidades da Região Sudeste.

Com apresentações no Teatro Municipal Trianon e na Praça do Santíssimo Salvador, o encontro terá entrada franca em todos os concertos. Mais de 500 músicos irão se apresentar. Entre as orquestras participantes, a Orquestra Sinfônica de Barra Mansa, composta por cerca de 105 músicos, entre professores e monitores do Projeto Música nas Escolas, terá destaque em duas apresentações durante o evento, sob a regência do maestro Vantoil de Souza Júnior. A primeira será na sexta-feira (26), às 19h, no Teatro Trianon, e no sábado (27), por volta das 12h, no mesmo local.

No primeiro concerto a OSBM terá no repertório obras como: "Carmen Suíte nº. 1", de Bzet, "Sinfonia nº5", de Beethoven, "Suíte a Bela Adormecida", de Tchaikovsky e "Força do Destino", de Verdi. No outro dia a orquestra apresenta as seguintes peças: "Mestres Cantores de Nuremberg", de Richard Wagner, "Bachianas Brasileiras nº. 4", de Vila-Lobo e "Brazilian Festival", de Howard Cable

GRUPO SERESTA MODERNA


“A História da Discografia da MPB de 1916 Aos Dias de Hoje”

O espetáculo traça o caminho dos grandes sucessos da nossa música com seus maiores clássicos. História e estórias deliciosamente contadas e cantadas pelo grupo Seresta Moderna. O roteiro começa em 1916 com o primeiro samba oficialmente gravado no país de autoria de Donga e Mauro de Almeida. Passa por Carinhoso de Pixinguinha e Braguinha, relata o surgimento de Carmem Miranda em 1930 e exalta a riqueza da composição brasileira naquela década com grandes sucessos de Assis Valente, Zequinha de Abreu, Almirante, Noel Rosa e Ari Barroso, os anos 40 com Dorival Caymmi, Ataulfo Alves e a chegada ao sudeste de Luis Gonzaga, os anos 50 do maestro Villa Lobos, Monsueto, a Bossa Nova de Tom Jobim e Vinícius de Morais, e segue década em década até os dias de hoje.

Formação: João Francisco Neves, Voz, violão e direção geral.
Manu Santos, Voz | Juli Mariano, Voz | João Gabriel, Piano | Tiago Oliveira, Percussão e voz

C.M.R.M.C (Centro Municipal de Referência da música Carioca) (146 lugares).
Rua Conde de Bonfim, 824 – Tijuca/RJ. Contato: Tel.: 3238-3880.
Sex. 26 e Sáb 27 de junho, 19h. R$ 10,00 5,00.
Bilheteria: a partir de 17h (estudantes e maiores de 60 anos).
Censura livre. Duração 1h20.

FotoRio 2009 mostra a favela

Entre os dias 30 de junho e 2 de agosto, acontece no Centro Cultural dos Correios a exposição “Moro na Favela”. A mostra vai reunir imagens dos fotógrafos Deise Lane, Nando Dias, Rodrigues Moura, Tony Barros, Walter Mesquita, Kita Pedroza e Sandra Delgado sob Curadoria da equipe Viva Favela e de Peter Lucas.

"Moro na Favela" traz uma seleção de imagens produzidas de 2001 a 2006 pela equipe de fotógrafos do portal Viva Favela e pelas antigas editoras de fotografia da página, Kita Pedroza e Sandra Delgado. A mostra apresenta favelas vivas, de forma humana e espontânea, abrindo espaço para abordar problemas, mas sem intensificar o contexto miséria-violência, tão explorado pela mídia em geral.

Imagem comentada
Também como parte dos eventos do FotoRio 2009, João Roberto Ripper, que realiza sua primeira exposição individual até o dia 12 de agosto na Caixa Cultural, promove o debate Imagens Humanas, no dia 24 de junho às 19h. Algumas fotos expostas foram selecionadas e através delas será proposto uma reflexão sobre aspectos artísticos e sociais da obra de Ripper. Farão parte do debate o fotógrafo Milton Guran, o curador da mostra Dante Gastaldoni e a coordenadora da vertente Direitos Humanos do Observatório de Favelas Raquel Willadino. O debate será apresentado por Mariana Marinho, produtora da exposição.

Exposição Moro na Favela
Quando: 30/06 a 02/12
Onde: Centro Cultural dos Correios - Rua Visconde de Itaboraí, 20 ¤ Centro, Corredor Cultural

STF terá de decidir se é crime pagar por sexo com menores de idade

Fabiana Parajara, O Globo

SÃO PAULO - Caberá ao Supremo Tribunal Federal decidir se é crime pagar por sexo com menores de idade que se prostituem. Porém, apesar da gravidade do tema, não há qualquer previsão de prazo para o julgamento dos dois réus inocentados da acusação de exploração sexual contra duas adolescentes do Mato Grosso do Sul. Os dois réus foram inocentados pelo Tribunal de Justiça do Estado e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) porque os magistrados entenderam que cliente ou usuário de serviço oferecido por prostituta não se enquadra no crime previsto no artigo 244-A do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A decisão revoltou magistrados, promotores e defensores dos direitos da Criança e do Adolescente.
A Procuradoria-Geral de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul já recorreu da decisão do STJ. Segundo o processo, os dois réus, que não tiveram os nomes revelados, contrataram os serviços de três garotas de programa que estavam em um ponto de ônibus, mediante o pagamento de R$ 80 para duas adolescentes, que na época tinham 12 e 13 anos, e R$ 60 para uma mulher. O programa foi realizado em um motel, em 2006. O Tribunal de Mato Grosso do Sul absolveu os dois por considerar que as adolescentes já eram prostitutas reconhecidas, mas ressaltou que a responsabilidade penal dos apelantes seria grave caso eles tivessem iniciado as vítimas na prostituição. Para especialistas em Direito da Criança e do Adolescente, a decisão abre um precedente perigoso.
Na semana passada, o ministro Arnaldo Esteves Lima, relator do caso, e os demais ministros da Quinta Turma do STJ, mantiveram a decisão do Tribunal de Justiça.
- É uma aberração, uma interpretação equivocada e absurda do Estatuto da Criança e do Adolescente. O estatuto é claro ao afirmar que a exploração de menores é um crime permanente. Não importa quem iniciou o processo, mas todos aqueles que se utilizam ou participam do esquema têm de ser punidos - afirma Ariel de Castro Alves, membro do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda).
Para a procuradora Ariadne Cantú Silva, que, na época foi promotora do processo, os tribunais desconsideraram que as duas menores já tinham sofrido.
- O processo deixou muito claro que as meninas não tinham qualquer domínio de sua liberdade sexual. Não era uma opção. Elas entraram na prostituição por viverem em situação de risco. A decisão levou em conta apenas um Código Penal ultrapassado e desprezou o ECA, que é uma legislação moderna e mundialmente reconhecida - afirma Ariadne.
Segundo a procuradora, não há qualquer esperança de que o caso seja julgado rapidamente pelo Supremo. Ela explica que processos deste tipo podem ser arrastar por anos dentro da instituição

VERGONHA NACIONAL




ORQUESTRA CONTEMPORÂNEA DE OLINDA

Esta big band pernambucana segue com a turnê de lançamento do elogiado disco de estreia, batizado com o nome do conjunto. Idealizada pelo percussionista Gilú, a orquestra tem doze integrantes de diferentes formações. Entre grooves latinos, afro beats e ritmos pernambucanos, conseguiu construir uma identidade própria. A introdução de tuba de Canto da Sereia é um dos pontos altos do show que ainda tem Tá Falado, Ladeira, Joga do Peito e Brigitti. O DJ Bruno Pedrosa toca na abertura.
16 anos. Teatro Rival Petrobras (450 lugares). Rua Álvaro Alvim, 33, Cinelândia, 2240-4469, Metrô Cinelândia. Quarta (24), 20h30. R$ 40,00. Bilheteria: 13h30/19h30 (seg. a sex.); a partir das 15h (sáb.). www.rivalbr.com.br.

Dona Ivone Lara se apresenta no Centro Cultural Light

RIO - Dona Ivone Lara, sambista da Velha Guarda do Império Serrano, encerra nesta quarta-feira (24.06) o projeto "MPB 12:30 em ponto", no Centro Cultural Light (CCL). A dama do samba, aos 88 anos, sendo 62 de carreira, canta sucessos de autoria própria como "Sonho meu" e "Acreditar". No mesmo dia, às 18h15m. Chico Anysio dá sequência ao espetáculo de humor "Rindo à toa com Chico Anysio e seus amigo".
Também no CCL na hora do almoço (12h30m), nesta terça, é a vez de Ivo Meirelles, novo presidente da Mangueira, se apresentar com o Funk n'Lata. No repertório, sucessos de Jorge Vercilo, Marcelo D2, Mc Leozinho, Tim Maia, Jorge Benjor, Lulu Santos, Kid Abelha e versões de "Maria, Maria" de Carlos Santana e "Burguesinha" (que na versão de Ivo virou "Pobrezinha") de Seu Jorge.

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Centro Cultural Light. Av. Marechal Floriano 168, Centro (próximo ao metrô da Presidente Vargas) - 2211-4515. Grátis - Fonte O Globo

Banda Sinfônica de Barra Mansa se apresenta nesta quinta

Nesta quinta-feira, 25, a Banda Sinfônica de Barra Mansa se apresenta no Rotary Clube. O concerto terá como atração o trompetista Maxwell Heleno de Paula, na peça “Estrela de Friburgo”, de Joaquim Antônio Naegele. Diversas obras serão interpretadas durante o evento, como: "Suite Francesa", de Darius Milhaud, "Quatro Danças Brasileiras", de Hudson Nogueira, “The Hounds of Spring”, de Alfred Reed, entre outras. O evento é de graça e começa às 20h.

O Rotary Clube fica na Rua Rotary Clube, nº 54, no Ano Bom. Mais informações pelo telefone (24) 2106-3425.

6.23.2009

Adriana canibal: uma leitura de uma canção de Adriana Calcanhoto

Luciano Rosa Azambuja

Apresentado Maritmo, podemos agora partir para a canção objeto da nossa análise: "Vamos comer Caetano".
“Vamos comer Caetano / Vamos desfrutá-lo / Vamos comer Caetano / Vamos começá-lo”
“Vamos Comer Caetano”, título da canção, também serve de verso estruturador da letra da música e faz uma espécie de convite coletivo para “desfrutá-lo”, para usufruir do valor nutritivo e da riqueza cultural dessa fruta rara da música popular brasileira. Em “Vamos começá-lo”, a anfitriã que oferece o prato principal, parece autorizar e estimular que os convidados se sirvam e dêem início à apetitosa refeição.
“Vamos comer Caetano / Vamos devorá-lo / Deglutí-lo, mastigá-lo / Vamos lamber a língua”
Nessa segunda estrofe, fica mais explícito e evidente o caráter canibal e antropofágico que, simbolicamente, devora, mastiga, degluti, enfim, que assimila ao “lamber língua”, o salivar gosto da língua pátria de Caetano, numa clara referência à música Língua, na qual o compositor canta: “gosto de sentir a minha língua roçar a língua de Luís de Camões.”
A partir desse momento da letra, a ambiguidade de significados potencializa-se, assim como acontece em Caetano, entre o sentido representativo dos usos da língua, enquanto linguagem, e a conotação sexual implícita que a imagem sugere.
“Nós queremos bacalhau / A gente quer Sardinha / O homem do pau-brasil / O homem da Paulinha / Pelado por bacantes / Num espetáculo / Banquete-ê-mo-nos / Ordem e orgia /Na super bacanal / Carne e carnaval”
Nessa terceira parte da letra, o nós reivindica “bacalhau”, peixe cuja carne seca e salgada caracteriza a culinária portuguesa, que reforça o “lamber a língua” anterior e serve para amplificar o duplo sentido da
posterior palavra “Sardinha”, escrita com a letra maiúscula, que remete a um outro peixe e ao bispo D. Pero Fernandes Sardinha que foi devorado, juntamente com 91 náufragos, pelos índios Kaeté em 1554, fato,
cuja alusão, encerra o Manifesto Antropófago de Oswald de Andrade, publicado no primeiro número da Revista de Antropofagia, em 01 de maio de 1928. Da mesma forma, “O homem do pau-brasil”, nos sugere três sentidos possíveis: a adaptação do nome de um dos primeiros shows montados por Adriana, o já citado A mulher do pau-brasil, uma referência à brasilidade de Caetano associada à madeira que deu origem ao nome final do nosso país, e mais uma referência a Oswald de Andrade, autor do Manifesto da Poesia Pau3 Brasil, lançado no Correio da Manhã, em 18 de março de 1924. “O homem da Paulinha” faz referência à ex-mulher de Caetano Veloso, na época a esposa Paula Lavigne. Em “Pelado por bacantes num espetáculo”, há uma clara referência a um episódio verídico, que teve ampla repercussão midiática na época do ocorrido. Trata-se da tragédia grega de Eurípedes, As Bacantes, adaptada pelo do polêmico diretor José Celso Martinez e o grupo Oficina em 19964 A tragédia original narra a tentativa de Penteu, rei de Tebas, de reprimir e impor a sua autoridade sobre as bacanais e desordens associadas ao culto de Dionísio, deus do vinho, da fartura, do prazer e também do teatro. Na “tragycomédiaorgya” de Zé Celso, os limites do teatro tradicional foram rompidos e transformados numa celebração orgiástica dos conflitos do Brasil contemporâneo, misturando música brasileira, paixão, religião, rito e Carnaval. No fatídico episódio,Caetano Veloso que foi assistir a uma das apresentações de As Bacantes, é surpreendido pelos atores da peça que o levam para o palco, e, naturalmente com o seu consentimento, começam a tirar as suas roupas deixando-o nu. Esse acontecimento estabelece uma relação direta com os últimos quatro versos da terceira parte, com o adendo e destaque para a erudição sintática de “banquete-ê-mo-nos”, que também pode impelir ao banquete antropofágico, e no verso “na super bacanal”, que remete às bacanais realizadas pelas antigas sacerdotisas de Baco ou Dionísio e também a música Super Bacana, de autoria de Caetano.
“Pelo óbvio / Pelo incesto / Vamos comer Caetano / Pela frente / Pelo verso /Vamos comê-lo cru”
Pela obviedade da sua qualidade que salta aos olhos e aos ouvidos, pela “não-ilícita” atração e ligação “sexual-artística” de parentesco que vincula Adriana a Caetano, pela frente, por trás, ou pela sua poesia, de todas as formas é recomendável degustar esse manjar, inclusive cru.
“Vamos comer Caetano / Vamos começá-lo / Vamos comer Caetano / Vamos revelarmo-nus /
A última estrofe da letra finaliza retomando e reforçando a primeira estrofe, com exceção do último verso que incita o coletivo a se desnudar, a se desvencilhar das máscaras e das roupas que impedem de visualizar a nossa frágil, mas verdadeira interioridade.
Feita a abordagem do parâmetro poético, podemos agora partir para análise da performance musical da canção. Ao iniciar a audição da música, somos impelidos a consultar a ficha técnica da faixa e verificamos que a canção foi produzida por meio de uma programação de samples realizada por Sacha Amback. Segundo José Miguel Wisnik, “samplers são aparelhos que podem converter qualquer som gravado em matriz de múltiplas transformações operáveis pelo teclado (...) O sampler registra, analisa,transforma e reproduz ondas sonoras de todo tipo, e superou de vez a já velha polêmica inicial entre a música concreta e a eletrônica.” Associando os dois termos, sampler e
sample, pode-se concluir que a base musical sobre a qual Adriana canta a melodia, foi produzida por meio de um sampler que sampleou, ou seja, recortou fragmentos de vinte e três músicas gravadas por Caetano Veloso, e programou, ou em outras palavras, reordenou esses recortes, dando origem a uma nova textura musical. Apesar de ser possível identificar na introdução a presença de harmonia por meio da intervenção de uma guitarra elétrica, quando Adriana começa a cantar a melodia da canção, ouve-se apenas uma base rítmica constituída exclusivamente por instrumentos de percussão que vão sendo sobrepostos no desenvolvimento da canção, podendo classificá-la como uma levada de axé-music. Segundo Luiz Tatit “o primeiro aspecto a levar em conta quando se trata de avaliar a sonoridade brasileira na forma de canção (...) é a oscilação entre o canto e a fala”
É possível identificar na escuta do canto de Adriana Calcanhoto, o princípio entoativo destacado por Tatit, que consiste em uma adequação, em uma perfeita acoplagem, entre a melodia e a letra, ou seja, a melodia mimetiza a entoação da fala respeitando a prosódia e até mesmo a duração do som das palavras na fala, através de uma correspondência quase direta entre sílaba e nota musical. Adriana ajusta a sua voz ao volume da fala cotidiana, entretanto, certos momentos de sofisticação da sua letra não correspondem a uma linguagem coloquial. Uma outra tensão se verifica entre a melodia “alegre” e festiva que gira em torno de uma tonalidade de Si maior e o timbre “triste” e melancólico característico da voz de Adriana, reconhecível nas suas canções passionais de amores distantes.
Antes de concluir, procurarei apresentar uma breve perspectiva da Antropofagia de Oswald de Andrade e do Tropicalismo de Caetano Veloso, de modo a estabelecer um fio condutor que liga e desemboca na obra de Adriana Calcanhoto. Segundo Benedito Nunes em Oswald Canibal, os modernistas brasileiros assumiram uma atitude de diálogo com as vanguardas européias por meio de uma receptividade crítica que rejeita, seleciona e assimila.
O estudo das influências no Modernismo brasileiro não pode ser orientado segundo uma perspectiva unilateral que atribua ao nosso movimento a posição de receptor passivo de empréstimo de fora. Quando os receptores também são agentes, quando a obra que realizam atesta um índice de originalidade irredutível é que o empréstimo gerou uma relação bilateral mais profunda, por obra da qual o devedor também se torna credor.
A consciência de “assimilação produtiva” busca um diálogo entre aspectos primitivos da cultura popular brasileira e a influência moderna das vanguardas européias. Se o manifesto Pau-Brasil propôs uma assimilação espontânea e harmoniosa entre cultura nativa e cultura intelectual, o Antropofágico radicaliza, ao realizar uma crítica agressiva à cultura histórica oficial que justifica a sociedade patriarcal brasileira,herdeira de um passado colonial oligárquico e escravista, apontando para uma utopia civilizatória tropical originalmente brasileira, o “Matriarcado de Pindorama”, a síntese entre os valores matriarcais simbolizados pela liberdade sexual e os valores modernos,representados pela sociedade industrial. Nesse sentido, a consciência da originalidade do primitivismo da cultura brasileira, a assimilação e seletividade das influências estrangeiras, a justaposição e a síntese das contradições brasileiras entre o arcaico e o moderno,constituem características fundamentais da antropofagia oswaldiana, que têm como pano de fundo, as transformações modernizantes do Brasil no início do século XX e a crise da República oligárquica.
O Tropicalismo, por sua vez, situa-se historicamente em um contexto de recrudescimento da ditadura militar e da Guerra Fria, geradora de uma mentalidade maniqueísta que se refletiu no surgimento da própria sigla MPB, que acolhia ou desqualificava uma canção pelo coeficiente ideológico de comprometimento com a causa política das esquerdas. Foi nesse “ambiente de festival”, demarcado por música engajada,
nacionalista, alienada ou ingênua, que emergiu o tropicalismo de Caetano Veloso e Gilberto Gil para implodir esse projeto de patrulhamento e exclusão musical. Por meio de uma apropriação e atualização do procedimento antropofágico oswaldiano, os tropicalistas canibalizaram tudo de novo que fervilhava na década de 60 em um Brasil à beira da ruptura. Nesse sentido, o tropicalismo assimilou na sua “geléia geral”, as vanguardas artísticas, representadas pelo modernismo dos anos 20 e a poesia concreta dos anos 50, as influências da contra-cultura do pop-rock anglo-americano e o iê-iê-iê ingênuo e
descompromissado da Jovem Guarda, mas em diálogo com a tradição musical do morro e do sertão, sem abrir mão da depuração e conquistas cosmopolitas da bossa nova, além de incorporar as temáticas das modernidades científicas, tecnológicas e filosóficas e a questão dos meios de comunicação de massa e a sociedade de consumo. Coincidência ou não, não poderia deixar de destacar que, simultaneamente a emergência do tropicalismo, José Celso Martinez e o Teatro Oficina, exibiam a peça O Rei da Vela, de Oswald de Andrade, que rompeu com o debate político da época, atacando a direita e desprezando o dogmatismo da esquerda, libertando o teatro brasileiro do ideário nacional-popular.
Para concluir, procurarei identificar a temática da canção, utilizando como chave de interpretação o conceito geral de “assimilação-mistura” extraído das breves perspectivas do Modernismo e do Tropicalismo, em diálogo com a trajetória da cantora e compositora. Vamos comer Caetano, não trata sobre Caetano Veloso, mas sim sobre o procedimento que personifica a sua valiosíssima obra: a antropofagia. Trata-se do gesto essencial de assimilação e mistura que dá origem a um novo híbrido que caracteriza a cultura brasileira como um todo. Em Adriana Calcanhoto, tal gesto pode ser identificado na sua trajetória e na sua obra, no conteúdo e na forma das suas canções. A começar pela sua própria família,da qual herdou o seu gosto pela música e dança. Na adolescência, a influência da música popular brasileira e da literatura modernista, através da reverência aos seus ícones masculinos, mas com a referência de figuras femininas do porte de Tarsila do Amaral, Pagú, Maria Betânia e Elis Regina. Assimila a influência do teatro e das artes plásticas e aprofunda a sua relação com a literatura ao se aproximar e estabelecer parcerias com poetas. Devido ao seu talento, originalidade e iniciativa desenvolve a sua discografia de sucesso e se vê ao lado, em pé de igualdade com os seus ídolos que demonstram reciprocidade na admiração. Toda essa trajetória de assimilação e mistura de influências parece culminar em Maritmo, no qual Vamos comer Caetano, pode ser considerada a canção-conceito do disco. Nela, Adriana canibal come,mastiga, degluti, enfim devora o antropófago Caetano Veloso, que por sua vez, constitui uma presa privilegiada que sintetiza uma constelação de influências descritas anteriormente. Caetano não é o inimigo,o adversário cuja virtude pretende assimilar; também não é o pai no qual ela busca uma filiação de submissão musical e artística. Ao digerir Caetano, Adriana torna-se autora de uma obra cuja originalidade estabelece uma relação de mão dupla que a torna também credora do seu devedor. Nesse sentido, Adriana se irmana com Caetano, através da sua capacidade de nos induzir a olhar não para ele, mas com ele na direção apontada por ela. No conteúdo da canção podemos identificar a assimilação, seletividade e mistura do cardápio – o canibalismo dos ameríndios brasileiros, a produção musical de Caetano, os manifestos
literários de Oswald, o teatro dionisíaco de Zé Celso, o rito do Carnaval, a poligamia às avessas – que Adriana nos oferece no seu banquete antropofágico. Na forma da canção, podemos perceber a modernidade
tecnológica do sampler, que canibaliza a percussividade primitiva da música brasileira, para oferecer uma base na qual a perfeita sincronia da letra e melodia do canto de Adriana pode sobrevoar um desenho simples e belo.
Adriana Calcanhoto pode ser classificada como uma neotropicalista que se vincula a uma linhagem de artistas surgida nos anos 60, que busca aproximar e misturar de uma forma orgânica, a chamada cultura de “alto repertório” (poesia de vanguarda, música experimental, teatro, artes plásticas) com a cultura popular de massas, considerada de “baixo repertório” (música comercial para tocar no rádio e nas novelas
televisivas). Apesar da sua reconhecida timidez e aparente fragilidade, é Adriana que cria as suas canções, define interpretações, colabora nos arranjos e se responsabiliza pelos projetos gráficos dos cds e da direção dos seus shows. Tentei nesse texto comer Adriana. Chegando ao final, espero ter decifrado o enigma para não ser devorado por ela: Adriana Calcanhoto é a personificação da mulher do pau-brasil que nos alimenta e liberta com a utopia do Matriarcado de Pindorama.