6.01.2009


Alegria é preciso.

"Clareza é a distribuição correta de sombras e luz.”
(Goethe)


O último tema abordado foi sobre a felicidade e exatamente por isto resolvi escrever sobre a alegria, afinal, as duas caminham juntas por uma mesma avenida. São sentimentos inseparáveis, um ajudando ao outro a se expressar.
Como praticamente tudo o que sentimos, a alegria está relacionada à vida que tivemos, ou temos, as vivências pessoais, as conquistas, aos prazeres do cotidiano. Dá para entender porque certas pessoas são naturalmente mais alegres do que outras, a gargalhada é gostosa, o riso é fácil. Essas com certeza encaram a vida com mais leveza, mesmo que a vida não seja tão leve assim. Os hábitos simples, os ganhos, são curtidos completamente. Simplesmente são alegres, felizes. Outras estão sempre vendo o lado mais cinza ou escuro de uma situação.
Atendi a uma moça que relatava que não gostava de comemorar seus aniversários, achava sempre triste, nem os cumprimentos, os abraços recebidos a deixava feliz. Dizia que sempre chovia nesta data, que o tempo estava sempre feio e cinzento. O curioso é que fazemos aniversário na mesma ocasião e nunca percebi, ou me importei, com o acinzentado do céu ou a chuva. Sempre tive muita alegria e disposição para festejar meu nascimento, mesmo que cada ano signifique um a menos nesta jornada. Ela, ao contrário, detestava comemorações. Sempre triste, procurando algo para preencher seu vazio interno, não encontrava motivos para sorrir ou festejar datas.
Vemos, com este exemplo, que a alegria precisa de motivos, internos ou externos, a motivação é a base deste sentimento.
A história de cada um vai direcionando, somada a predisposição genética, para este ou aquele comportamento e sentimento. Pessoas que nascem em momentos familiares de perdas e luto podem desenvolver uma atitude mais negativa e pessimista diante da vida, tornarem-se mais dependentes da aprovação e do carinho dos outros. Entretanto,mesmo tendo vivido em situações adversas é possível conquistar a alegria e a paz interior.
De tempos em tempos precisamos rever o que carregamos, não devemos sobrecarregar nossa bagagem, não agüentamos excesso de peso por mais fortes que sejamos.
Pessoas tristes naturalmente têm mais dificuldade para revisar a própria bagagem, se acomodam com o peso, se arrastam pela vida, pesadas, sem motivação para parar e se reciclar.
A alegria pode começar quando resolvemos nos livrar dos excessos, mexer no que está mofado no fundo da bagagem. Este pode ser um momento doloroso, mas necessário para nosso equilíbrio mental e emocional.
Alegria, é preciso para enfrentar as batalhas do cotidiano, é preciso para criar novas idéias, é preciso para viver!
Não é simples o que proponho, é difícil para qualquer um rever a própria vida, relembrar e modificar padrões, porém, não tem outra saída se o que se quer é viver melhor, ser mais leve, mais alegre.
Não existe mudança sem esforço, sem empenho, seja de que natureza for.
Tenha coragem, abra a bagagem, hoje pode ser o momento certo.
Para ajudá-lo tenho uma sugestão:
Ø Trabalhe a sua linha da vida. Repasse numa folha de papel a sua vida a cada 10 anos.
Ø Anote tudo, ano a ano, relembre os fatos, se veja nas situações, os seus sentimentos e comportamentos.
Ø A cada ciclo anote o que ainda carrega desta etapa.
Ø Anote o que quer mudar, o que precisa mudar.
Ø Assuma um compromisso com você.
Ø Se não se lembrar de algum destes ciclos de 10 anos pergunte aos familiares, as pessoas que o acompanharam.
Ø Ouça o que têm a dizer, não como crítica ou intromissão. Ouça como ajuda para seu processo de mudança.

A alegria, uma nova postura diante do mundo pode surgir daí, da autonomia para ser dono da própria história.

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