5.31.2009

Para além de polêmicas, Luana Piovani arranca suspiros e elogios como 'A mulher invisível'

Rodrigo Fonseca


RIO - Para alguém que a partir de sexta-feira será conhecida por todo o cinema brasileiro como "A mulher invisível", à frente da comédia mais esperada desta temporada, a cidadã mais ilustre de Jabocatibal, São Paulo, chama bastante atenção. Só que, às vésperas da estreia do longa-metragem de Claudio Torres, o "chamar atenção" de Luana Piovani não envolve polêmicas afetivas (leia-se Dado Dolabella, seu ex-namorado) ou entreveros com fotógrafos, repórteres e afins. Na pele abstrata de Amanda, beldade que só existe na cabeça e no coração partido do controlador de tráfego Pedro (Selton Mello), a loura de 32 anos tem feito a crítica aplaudir e o público (masculino e feminino) das pré-estreias gargalhar. E suspirar.

- Minha entrega ao cinema é intensa, embora minha presença nele não seja muito frequente. Como Selton, que aparece em dois, três filmes por ano, e sempre bem, só o Selton - diz Luana, que, há 16 anos, passou de modelo a atriz.
Filme vendeu 8 mil ingressos em dois dias de pré-estreia
Em dois dias de pré-estreias abertas a pagantes, realizadas entre os dias 22 e 23, "A mulher invisível" levou 8 mil pessoas aos cinemas. No Odeon, os espectadores se surpreenderam com seu desempenho.
- Na tela, Luana sabe ser a mulher que toda mulher gostaria de ser e a mulher que todo homem gostaria de ter - diz a estudante de relações públicas Priscila Mendes, que assistiu ao filme no Odeon, com o marido, Diogo. - Em "O pequeno príncipe", que interpretou no teatro, ela já mostrava que não é uma atriz qualquer. Aqui então...
- Em "A mulher invisível", Luana apagou a imagem da loura encrenqueira, chave de cadeia em um trabalho notável. O filme é dela - elogia o publicitário Paulo Peres, crítico de cinema do site "Blue Bus". - Boa parte do sucesso que o longa certamente fará deve ser atribuído a ela.
Revelada pela TV em 1993 na minissérie "Sex appeal", aos 16 anos - "Eu considero minha estreia profissional mesmo a peça 'Nó de gravata', que fiz com 19 anos. Teatro, tem uma mágica única", diz-, Luana fez sua primeira aparição em tela grande em 1995, no esquecido longa infantil "Super Colosso". Só voltaria aos cinemas em 2003, dirigida por Jorge Furtado em "O homem que copiava" fazendo o personagem de Pedro Cardoso (e o público) babar de desejo no papel que lhe valeu uma aula de estética do cineasta gaúcho.
- O grande ensinamento do Jorge foi não ter preconceito de ser a gostosa. "Luana, existem gostosas e gostosas", ele disse - lembra atriz, que interpretou Elke Maravilha em "Zuzu Angel" (2006), de Sérgio Rezende. - Sérgio e Jorge são diretores de filmes de grande público mas com marca autoral. Claudio (Torres) é desses também. Em "A mulher invisível", ele me deixou fazer um tipo que é meio Pinóquio: alguém que não existe, mas quer existir.

Inspiração de Caetano na canção "Um sonho"

Convidada para atuar no terceiro longa da franquia "Tainá", Luana será vista ainda na co-produção entre Brasil e Argentina "Insônia", de Beto Souza, e em na comédia "A família Vende Tudo", de Alain Fresnot. Para o teatro-infantil, seara onde milita com constância, ela promete encenar "O soldadinho e a bailarina" até 2010.
- Lembro que, ainda criança, em Jaboticabal, eu ia para a janela ver o circo chegar. Criança é um espectador sincero que, se não gosta, não faz média. Chora, mostra a língua - diz.
Filme a filme, a atriz, que serviu de inspiração para a canção "Um sonho", de Caetano Veloso gravou no CD "Cê", aprende a contornar os percalços da condição de musa.
- Não é um problema ser musa. Problema são as invenções, as especulações e o fato de fazerem da minha vida uma novela. Se eu vou até a esquina comprar sabonete tem paparazzi me seguindo. Se vou ao salão fazer a unha, tem um paparazzo no caminho. Outro dia, li "Luana foi ao teatro de vestido". Queriam eu fosse como? Pelada? Se eu for de calça jeans vão escrever também? Chato é ver que transformam sua vida em episódios - avalia a atriz. - Sou muito real, apesar de, nesse momento, ser "A mulher invisível". Faço supermercado, vou à praia, uso camiseta com furo. Talvez o que me faça musa é o fato de estar próxima da realidade das pessoas.

5.30.2009

Câmara se queixa do 'Casseta & Planeta'

Vejam a noticia... depois leia a resposta do pessoal do Casseta e Planeta aos Deputados....
A Nota de Esclarecimento realmente é digna dos Cassetas.
É O MÁXIMO!!!


O Globo (Brasília):

Câmara se queixa do 'Casseta & Planeta'

Pressionada por deputados, a Procuradoria da Câmara vai reclamar junto à Rede Globo pelas alusões feitas no
programa 'Casseta & Planeta' exibido terça-feira passada.
Os parlamentares reclamaram especialmente do quadro em que foram chamados de ' deputados de programa '.
Nele, uma prostituta fica indignada quando lhe perguntam se ela é deputada? O quadro em que são vacinados contra a 'febre afurtosa' também provocou constrangimento.
Na noite de quarta-feira, um grupo de deputados esteve na Procuradoria da Câmara para assistir à fita do programa.
Segundo o procurador Ricardo Izar (PMDB-SP), duas parlamentares choraram-coitadinhas. Izar se encontrará
segunda-feira com representantes da emissora, para tentar um acordo, antes de recorrer à Justiça.
O presidente da Câmara também se disse indignado:
- O programa passou dos limites. Eles têm talento suficiente
para fazer graça sem desqualificar a instituição (que instituição???), que garante a liberdade para que façam graça.
O diretor da Central Globo de Comunicação, Luís Erlanger, disse que a rede só se pronuncia sobre ações judiciais, depois de serem efetivadas.

Os humoristas do Casseta & Planeta não quiseram falar sobre o assunto, dizendo não querer 'dar importância à concorrência' .

NOTA DE ESCLARECIMENTO

'Foi com surpresa que nós, integrantes do Grupo CASSETA & PLANETA, tomamos conhecimento, através da imprensa, da intenção do presidente da Câmara dos Deputados de nos processar por causa de uma piada veiculada em nosso programa de televisão. Em vista disso, gostaríamos de esclarecer alguns pontos:

1. Em nenhum momento tivemos a intenção de ofender as prostitutas. O objetivo da piada era somente de comparar
duas categorias profissionais que aceitam dinheiro para mudar de posição.

2. Não vemos nenhum problema em ceder um espaço para o direito de Resposta dos deputados. Pelo contrário,
consideramos o quadro muito adequado e condizente com a linha do programa.

3. Caso se decidam pelo direito de resposta, informamos que nossas gravações ocorrem às segundas-feiras, o que
obrigará os deputados a ' interromper seu descanso.'

Equipe do Casseta & Planeta

5.29.2009

Colaboração Angela Chaloub

Filarmônica de Berlim toca Zequinha de Abreu / Aloysio de Oliveira

Quando Zequinha de Abreu e Aloysio de Oliveira poderiam supor que “Tico Tico no Fubá” fôsse tocado pela Filarmônica de Berlim!

"Tico-Tico no Fubá", choro composto por Zequinha de Abreu e Aloysio de Oliveira, é uma das músicas brasileiras mais conhecidas no mundo, especialmente por ter aparecido em cinco filmes americanos.

No vídeo anexo, "Tico-Tico no Fubá" é interpretado pela "Orquestra Filarmônica de Berlim",regida pelo maestro israelense/argentino Daniel Barenboim



A obrigação de soprar o bafômetro e o direito de não produzir prova contra si mesmo

Por Marciano Seabra de Godoi

Após a publicação da Lei 11.705, tem sido afirmado que ela seria inconstitucional ao permitir que a autoridade de trânsito obrigue (sob pena de sanções administrativas) o motorista envolvido em acidente de trânsito, ou suspeito de dirigir sob a influência de álcool, a se submeter a testes de alcoolemia.
" É juridicamente equivocada a afirmação de que o motorista suspeito de dirigir embriagado tem o direito constitucional de se recusar a se submeter ao teste do bafômetro "
É juridicamente equivocada a afirmação de que o motorista envolvido em acidente de trânsito ou suspeito de dirigir embriagado tem o direito constitucional de se recusar a se submeter ao teste do bafômetro. Com a obrigação de soprar o bafômetro, não se exige que o cidadão produza prova contra si mesmo. O que se tem é a obrigatoriedade de os condutores - porque praticam uma atividade que por sua natureza coloca em risco a vida de muitas outras pessoas - simplesmente permitirem que se lhes aplique uma medida de registro corporal que tem nítido caráter preventivo, além de eficácia comprovada em todo o mundo.
Por outro lado, é contraditório dizer que o condutor pode se recusar a soprar o bafômetro, mas não pode se recusar a se submeter a um exame clínico: ora, o exame clínico tanto quanto o teste do bafômetro é um registro corporal, e tal como no bafômetro pode ou não demonstrar que o examinado infringiu uma norma legal.

Na Espanha, país que reduziu drasticamente os acidentes e crimes de trânsito, o Tribunal Constitucional decidiu em 1985 que o dever de se submeter ao controle de alcoolemia não pode ser considerado contrário ao direito de não se confessar culpado. Em 1997, o Tribunal voltou a se pronunciar sobre o tema, desta vez deixando muito claro que tampouco pode ser vista na obrigação de soprar o bafômetro uma violação do direito de não fazer prova contra si mesmo. Também o Tribunal Europeu de Direitos Humanos já se manifestou no sentido de que a exigência de submeter-se ao teste do bafômetro não viola nenhum direito fundamental do cidadão.
" O principal objetivo do uso massivo do bafômetro não é incriminar pessoas, mas sim prevenir acidentes "
O principal objetivo do uso massivo do bafômetro não é incriminar pessoas (a maioria dos testes tende a dar negativo), mas sim prevenir acidentes. Dado esse caráter preventivo do teste do bafômetro, submeter-se a ele é algo que naturalmente se pode e deve exigir de todo aquele que obtém a autorização do Estado para praticar a atividade - por definição perigosa - de conduzir.
Se se instituísse o dever de todo piloto de avião se submeter ao teste do bafômetro antes do vôo, com a previsão de que a simples recusa implicaria imediata cassação do brevê, ninguém na sociedade brasileira estaria reclamando de vulnerações ao direito de não produzir provas contra si mesmo. Mas será que é tão difícil perceber que o risco envolvido no ato de conduzir é tão alto quanto o envolvido no ato de pilotar?
Uma norma essencial da nova legislação é aquela que define como crime conduzir veículo automotor na via pública com concentração de álcool por litro de sangue superior a 6 decigramas. Mesmo que o condutor não esteja dirigindo "como um bêbado", a presença desse teor alcoólico em seu sangue indica (e nenhum médico há de negar) um grave risco de acidentes, com mortes, mutilações e todas as desgraças que podem ocorrer ao condutor e a todas as pessoas que circulam nas vias públicas. É o uso massivo do bafômetro que tornará eficaz a repressão a tal crime, já que a lei indica um teor alcoólico preciso (6 decigramas), que um exame clínico (feito geralmente em condições precárias e somente algumas horas após o condutor ser parado pelo policial) não pode indicar.
" As ações judiciais contra a lei vêm aí, e espera-se que o Judiciário compreenda bem essa questão e não mate no nascedouro a nova e promissora política de tolerância zero "
Por isso se deve combater com muito vigor a afirmação - aparentemente inofensiva - de que devemos enfrentar o problema do álcool no trânsito, mas não com a obrigação de que os motoristas suspeitos soprem o bafômetro. Não há vulneração de nenhum dispositivo constitucional e as estatísticas mundiais demonstram que o uso massivo do bafômetro é medida essencial em qualquer política eficaz de combate ao álcool no trânsito.
No Brasil, a lei já está dando certo, pois nos últimos finais de semana caiu em 20% o número de internações nos hospitais em todo o Brasil decorrentes de acidentes de trânsito. As ações judiciais contra a lei vêm por aí, e espera-se que o Poder Judiciário compreenda bem essa questão jurídico-constitucional e não mate no nascedouro a nova e promissora política de tolerância zero estabelecida democraticamente pelos legisladores brasileiros.

Marciano Seabra de Godoi é advogado e professor de Direito da PUC Minas

O sebo

RUY CASTRO

RIO DE JANEIRO - Sem alarde, na verdade quase em segredo, a Livraria São José fez 70 anos outro dia. É um dos sebos mais antigos -e à antiga- do Rio. Não vende LPs usados nem revistas velhas. Também não serve cafezinho, croquete ou refresco. Em compensação, seus funcionários, que estão lá há décadas, sabem tudo de livros, de qualquer época, escola ou estilo.
Quando comecei a frequentar a São José, em meados dos anos 60, ela ainda ficava nos números 38, 40 e 42 da própria rua São José, no Castelo. Pareciam cavernas, com prateleiras à guisa de costelas, livro até dizer chega. Ali comprei de Arsène Lupin e Charlie Chan, em lindas edições da Vecchi, ao intransponível "A Skeleton Key to James Joyce's "Finnegan's Wake'". Como se vê, eu era muito jovem.
Tão jovem, aliás, que, ao roçar cotovelos com Carlos Drummond, Lucio Cardoso e Agrippino Grieco entre as estantes, não ousava lhes dirigir a palavra. A São José era um ponto de encontro dos escritores. Nos dias de gala, abrigava as "tardes de autógrafos", em que os autores eram agraciados com "madrinhas" -algumas delas, Tonia Carrero, Bibi Ferreira, Odette Lara.
Perdi a conta das vezes em que matei aula na Faculdade Nacional de Filosofia e fui garimpar livros em suas bancadas. Devo ter sido o único estudante que matava aula não para jogar sinuca ou bater perna, mas para ir ao sebo. Sou grato à São José pelas centenas de livros que comprei lá. De certa maneira, vivo deles até hoje.
Em 1974, mudou-se para a rua do Carmo, e fui atrás. E, há tempos, mudou-se de novo, para a rua 1º de Março, onde continua. Hoje, seu forte são os livros jurídicos, que me interessam menos. Mas, a qualquer hora, vou achar ali "A Marca do Zorro", de Johnston McCulley, também da Vecchi, que procuro há anos.

Segunda edição do Comida di Buteco agita o Rio com 31 inscritos

Trinta e um bares, sete deles estreantes, participam da segunda edição do Festival Comida di Buteco (CDB) no Rio, que começa nesta sexta-feira (29.05) e segue por em mês. Há dez anos sucesso em Belo Horizonte, o evento promove uma saborosa competição entre os botecos, que inscreveram um petisco cada para ser avaliado junto com os quesitos Melhor Atendimento, Temperatura da Bebida e Higiene.

Os clientes também votam, assim como um corpo de jurados. É só chegar, sentar, comer, beber e votar. No ano passado, cerca de 100 mil pessoas frequentaram as casas inscritas no período do CDB. O mais bem votado foi o Original do Brás, que este ano aposta no "Doce Refúgio" (lombinho suíno folhado e versado à tamarineira).

Os critérios de avaliação são simples: a nota para o tira-gosto tem peso de 70% na contagem final. Os 30% restantes se dividem entre os três quesitos.
A principal novidade deste ano é a estreia de sete botecos: Adega Cesare's (Copacabana), Adega da Velha (Botafogo), Cachambeer (Cachambi), Adega Pérola (Copacabana), Gato de Botas (Vila Isabel) e Bar Rebouças (Jardim Botânico).

As receitas vão desde as mais simples, como o caldinho de feijão do Pavão Azul (Copacabana), até petiscos mais criativos, como o Rolmops, sardinhas marinadas no vinagre recheadas com cebola e temperos, da Adega Pérola. O kassler com mostarda escura do Bar Brasil (Centro) e a salada vinagrete de polvo do Jobi (Leblon) representam os clássicos, há décadas nos balcões.
O Mangue Seco (Lapa) inovou até no nome do prato, mostrando estar em dia com a reforma ortográfica: a linguicinha atolada no creme de aipim com catupiri e couve fininha foi batizada de Sem Trema na Linguiça.

Confira os botecos participantes, os petiscos inscritos e os preços:

Adega da Velha
Rua Paulo Barreto 25
Botafogo
Petisco: Carne de Sol com farofa, queijo coalho e aipim (R$33, a porção)
Adega Cesare's
Joaquim Nabuco 44
Copacabana
Petisco: Caldeirada aperitivo (R$18)
Armazém Cardosão
Rua Cardoso Junior 312
Laranjeiras
Petisco: Prupetinha do Cardosão (R$ 12, a porção com 12)
Adega Pérola
Rua Siqueira Campos 138
Copacabana
Petisco: Rolmops (R$5, a unidade)
Aconchego Carioca
Rua Barão de Iguatemi 388
Pça da Bandeira
Petisco: Purê de batata baroa com camarão (R$ 12)
Adonis
Rua São Luiz Gonzaga 2.156
Benfica
Petisco: Caldinho de rabada com torradas (R$ 10)
Antigamente
Rua do Ouvidor 43
Centro
Petisco: Pastel de costela (R$2,90, a unidade)
Academia da Cachaça
Av Armando Lombardi 800 - 65L
Barra da Tijuca
Petisco: Empada de queijo coalho com alecrim (R$ 4,90, a unidade)
Araguaia
Rua Araguaia 1709
Jacarepaguá - Freguesia
Petisco: Pão de alho especial (R$9, a porção)
Bar Urca
Rua Candido Gaffrée 205
Urca
Petisco: Quibe de peixe (R$ 10, porção com quatro)
Boteco Salvação
Rua Henrique de Novaes 55
Botafogo
Petisco: Bolinho de batata baroa com camarão (R$18, a porção com seis)
Bracarense
Rua José Linhares 85
Leblon
Petisco: Barquete de salmão (R$ 3,40, a unidade)
Bar Brasil
Avenida Mem de Sá 90
Lapa
Petisco: Kassler defumado com mostarda escura (R$ 34, a porção)
Bar do Mineiro
Rua Pascoal Carlos Magno 99
Sta Tereza
Petisco: Pastel de galinha à cabidela (R$18, a porção)
Beco do Rato
Rua Joaquim Silva 11
Lapa
Petisco: Escondidinho de jiló com linguiça (R$ 20, a porção)
Bar Rebouças
Rua Maria Angélica
Jardim Botânico
Petisco: Bolinho de camarão com catupiry (R$ 13, a porção)
Cachambeer
Rua Cachambi 475
Cachambi
Petisco: Costela no bafo (R$34,90, a porção para quatro)
Copão de Ouro
Rua Custódio Nunes 155
Ramos
Petisco: Caldo de siri (R$10, a tigela)
Enchendo Linguiça
Av. Engenheiro Richard, 2
Grajaú
Petisco: Linguiça Croc (batatas recheadas com linguiças artesanal e molhos, R$ 25,60, a porção)
Gato de Botas
Rua Torres Homem 118, loja C
Vila Isabel
Petisco: Bolinho de vagem (R$9, a porção)
Gracioso
Rua Sacadura Cabral 97
Saúde
Petisco: Croquete Gracioso (massa de milho, camarão e cheddar. R$3, a unidade)
Jobi
Avenida Ataulfo de Paiva 1166
Leblon
Petisco: Polvo à vinagrete (R$ 48)
Mangue Seco
Rua do Lavradio 23
Lapa
Petisco: Sem trema na linguiça (creme de aipim e catupiry recheado com linguiça fina. R$10)
Original do Brás
Rua Guaporé, 680
Brás de Pina
Petisco: Doce refúgio (Lombinho suíno folhado com molho de tamarindo)
Pavão Azul
Rua Hilário de Gouveia 71
Copacabana
Petisco: Caldinho de feijão temperado (R$4,50)
Petit Paulette
Rua Barão Iguatemi 408 A
Pça da Bandeira
Petisco: Croquelette (R$16, a porção)
Pontapé
Rua Maldonado 361
Ribeira, Ilha do Governador
Petisco: Croquete de arroz de brócolis com bacalhau (R$14, a porção)
Real Chopp
Rua Barata Ribeiro 319
Copacabana
Petisco: Bolinho de carne especial (R$12, a porção)
Siri
Rua dos Artistas, 2
Vila Isabel
Petisco: Filezinho de peixe com molho (R$44 , a porção grande)
Vanhargem
Praça Vanhagen 14
Maracanã
Petisco: Vaca Atolada (R$12, a porção)
Zeca's Bar
Rua Visconde de Abaeté 139
Vila Isabel
Petisco: Jiló empanado (R$10, a porção)

Francamente, Excelência!

Lucia Hippolito

farra com o dinheiro do contribuinte

Apanhado com a boca na botija recebendo mais de R$ 3.000,00 de auxílio-moradia, sendo proprietário de uma confortável residência em Brasília e dispondo ainda da residência oficial da Presidência do Senado, José Sarney pediu desculpas e alegou que não pediu auxílio-moradia e que "alguém" vem depositando em sua conta o auxílio-moradia desde meados de 2008.
(Na última terça-feira Sarney afirmara categoricamente que não recebia auxílio-moradia. Pelo visto, a memória voltou subitamente.)
O que dizer de um cidadão brasileiro que, checando sua conta bancária, encontra depósitos mensais de mais de R$ 3.000,00 e não tem a curiosidade de conhecer a identidade desse benfeitor anônimo que todo mês pinga um "capilé" em sua conta?
Sarney é um fofo!
E dizer que uma pessoa assim foi presidente da República por cinco longos anos!
José Sarney não é um iniciante na política. Bem ao contrário. Deputado federal em 1958 (há 51 anos!), governador em 1965 (com uma ajudinha do recém-criado SNI), senador, presidente da República, três vezes presidente do Senado. Sarney já foi tudo neste país.
Criou uma dinastia. Tem a filha e o filho na política.
Será que Sarney não sabe o que é certo e o que é errado? O que pode ser legalmente aceitável mas é eticamente inaceitável? Ou sabe e não se importa?
Um senador da República, presidente do Senado Federal e do Congresso Nacional, que tem residência em Brasília e tem ainda ao seu dispor a residência oficial do Senado, não lê seu contracheque ou não sabe que auxílio-moradia não se aplica?!
Desde a terceira eleição de Sarney para presidente do Senado, em 2009, os cidadãos brasileiros já tomaram conhecimento de que ele requisitou seguranças do Senado para fazer a segurança de sua residência em São Luís (MA), embora ele seja senador pelo Amapá.
Os cidadãos brasileiros também tomaram conhecimento de que, das 181 diretorias descobertas no Senado, pelo menos 50 foram criadas por José Sarney.
Os cidadãos brasileiros tomaram conhecimento, ainda, de que uma assessora para as campanhas de Sarney e da famiglia Sarney era também, nas horas vagas, diretora do Senado.
Flagrado, Sarney afastou a diretora... E a nomeou como assessora especial.
O que será que o senador Sarney pensa de nós, eleitores? Que somos um bando de bobos. Que aceitamos qualquer coisa.
Francamente, Excelência. Isto é inadmissível.
O melhor a fazer é renunciar à presidência do Senado. Além de devolver o dinheiro público, naturalmente

5.28.2009

1º Viradão Carioca - 48 hs de muita música

Alceu Valença e um dos artistas confirmados

Chega ao Rio de Janeiro a primeira edição da Virada Cultural do Rio de Janeiro, evento cultural que já é tradicional em São Paulo. Entre os dias 5 e 7 de junho, a capital carioca contará com 48 horas de programação ininterruptas de Shows. Inspirado na Virada Cultural Paulista, o Viradão Carioca 2009 contará também com peças de teatro, concertos, exposições, leituras, atividades circenses e exibições de filmes. Criado e coordenado pela Prefeitura do Rio, através da Secretaria Municipal de Cultura, o Viradão Carioca terá a programação espalhada por diversos pontos da cidade, e com entrada gratuita ou a preços populares.

De acordo com a secretária municipal de Cultura, o Viradão Carioca é totalmente diferente da Virada Cultural Paulista, embora seja inspirado nela. Segundo a secretária, a Virada Carioca terá 48 horas, ao contrário das 12 horas de São Paulo, daí o nome do evento de “Viradão Carioca”

Algumas atrações e programação já confirmadas para o Viradão Carioca.
Martinália
Beth Carvalho
Alceu Valença
Elba Ramalho
Elza Soares
Dudu Nobre
Blitz
DJ Malboro
Marina Lima
Elza Soares
Gustavo Lins
Luiza Possi
Moska
Sandra de Sá
Zélia Duncan
Toni Garrido
Bangalafumenga
Rodrigo Maranhão
Eletrosamba
Edu Krieger
Marcos Sacramento
Farofa Carioca

Bateria da Mocidade
Quatro grandes palcos que serão montados na Praça Quinze, em Santa Cruz, na Cidade do Samba e na quadra da Portela, em Madureira, serão os pontos principais do Viradão Carioca.

Shows no Palco da Praça Quinze
Começa, no dia 5, sexta-feira, às 21h, com Show de Dudu Nobre, MartNália e “virada” com o Dj Marlboro e outros Djs. Palco temático com o tema ‘O Rio de Janeiro, fevereiro e março’, e receberá a típica música carioca, do samba ao funk, do pop à MPB.

Shows no Palco Santa Cruz
Serão homenageados grandes maestros da música brasileira, como Tom Jobim, Nelson Cavaquinho e Heitor Villa-Lobos.

Palco na Cidade do Samba
receberá atrações que não são unicamente ligadas ao Carnaval. Com o tema ‘Outros sambas’, o palco vai mostrar como o ritmo se misturou a outras invenções musicais.

Shows na Quadra da Portela
estão programados shows em homenagem ao rei do baião, Luiz Gonzaga. Show de Elba Ramalho, na sexta-feira à noite, e Show de Alceu Valença, no sábado à tarde.

A programação do Viradão Carioca também poderá ser conferida nas lonas culturais e nos palcos itinerantes, que irão passar por bairros como Campo Grande, Pavuna, Méier, Bangu e Leme.

Shows na Lona Cultural de Vista Alegre
está previsto um Show/Tributo à Simonal, com Elza Soares e o grupo Farofa Carioca.

Shows na Lona Santa Cruz
Está previsto um Show/Tributo a Tim Maia, com Sandra de Sá e Toni Garrido

Viradão Carioca no Twitter
Você pode seguir o que rola no twiter do Viradão aqui, ou se preferir pode seguir o twitter do Próximo Show

Entrevista com Caetano Veloso


por Giuliano Cedroni

É assim que Caetano Veloso se mostra do alto de seus 66 anos: como se tivesse acabado de nascer – de novo. Em turnê pelo país com Zii e Zie, seu novo álbum de rock, está otimista com o Brasil de Lula, FHC, Serra, Dilma, Aécio, Ciro...

Caetano Veloso morreu. Também sinto muito... Aquele do tropicalismo, aquele dos Doces Bárbaros, do Cinema Falado, de Transa e Joia, que já não era o mesmo de Verdade Tropical nem de Qualquer Coisa... Aquele Caetano morreu. O Caetano dos ternos bem cortados, da apresentação no Oscar, da Paula Lavigne... Kaput. Talvez ainda reste um pouco do Caetano de Sampa, de Fina Estampa e Cê... Se bem que também não. O Caetano de hoje, mesmo, já não é nem o Caetano da entrevista que você tem em mãos, feita no fim de abril. O Caetano de hoje é o novo, e o novo é para poucos.
Um dos artistas mais completos em atividade no Brasil, Caetano está, segundo o próprio, entrando na “infância da velhice”. E está muito à vontade com isso. Nada de lipo, botox ou tinta no cabelo. No lugar de camisas peroladas, uma jaqueta jeans rasgada. No lugar de sapato bico fino, tênis baixo. E o baiano nunca esteve tão bonito...

Aos 66 anos, avô duas vezes, Caetano Emanuel Vianna Telles Velloso acaba de lançar seu álbum de número 42, o Zii e Zie. Musicalmente é uma continuação do anterior Cê, com a mesma jovem banda intitulada... Cê. Mas as letras deste de nada lembram as daquele. Se em Cê ele registrava sua separação de Paula Lavigne, mãe de dois filhos seus, agora ele canta Guantánamo, Leblon, Lapa, Lula, FHC, canta também outras mulheres e sobretudo o acerto do rock. Em todos os sentidos.

Caetano recebeu PODER num estúdio de som onde ensaiava para a turnê que tinha sua estreia marcada pra dali uma semana. Rodeado por garotos – sua banda é formada por três jovens músicos, dentre eles o brilhante guitarrista Pedro Sá –, o tropicalista consegue a difícil façanha de transitar entre a juventude sem parecer ridículo. Ao contrário, Caetano tem no olhar o brilho de um menino faminto por novas aventuras, com a diferença de que agora é senhor de seu próprio destino. Falou com pressa, afinal precisava ensaiar, e nesse momento de sua vida nada é mais importante que sua música. Críticas, mídia, flashes, nada disso é relevante. Isso sim é poder. E para lhe adocicar a boca entre uma resposta e outra, a mesma Coca-Cola de sempre.

Veloso falou de Cê & FHC, de Lula & Obama, de Veja & Daslu, de Mangabeira & Gabeira e de como ele próprio “não seria ninguém sem o samba”. Ouvindo-o, me dei conta de que seu maior poder é o de se reinventar. Poderia fazer como a maioria e criar mais do mesmo, nadando nas águas tranquilas de quem domina um único estilo, um único discurso. Todos os seus colegas fazem isso, até mesmo seu mestre João Gilberto. Mas não. A cada novo movimento artístico lançado, Caetano se arrisca e chega junto. Foi assim com o rock dos anos 80, com o mangue, o rap, o funk carioca. Sem mencionar o baião, o forró, o folk, o axé, o sertanejo, o jazz, o coco.

Não tem jeito, Caetano não censura nem tem censura. Sofre da total falta de preconceitos, o que talvez explique o talento de se repensar de forma verdadeira e periódica. Poucos músicos de destaque no mundo conseguem tal proeza. Podemos contar nos dedos: Dylan, Madonna, David Bowie, Byrne. Talvez Bono, quando não está tentando salvar o mundo. No Brasil só mesmo Tom Zé. Zii e Zie vem para provar isso – mais uma vez. E prova também que o garoto de Santo Amaro da Purificação chegou num altar no qual não se trata tanto do resultado e sim do processo. His journey is the destination. Enquanto o camaleão estiver interessado em novos olhares, novos cortes de cabelo, novas gírias... estaremos salvos. Caetano é o satélite avançado que filtra o melhor do novo e nos devolve em ondas clássicas. É o surfista prateado do Brasil. Em um aforismo irresponsável, é o próprio Brasil.

“Acho melhor ser do que não ser.” A frase, que talvez resuma a si próprio, foi dita num jardim de bambus no Japão, quando Caetano excursionava com o álbum A Foreign Sound. A cena foi incluída no corte final de Coração Vagabundo, documentário de Fernando Grostein Andrade que segue o baiano por shows em São Paulo, Nova York, Tóquio e Osaka. Com estreia marcada para julho deste ano, o filme traz um retrato inédito do artista em um momento de profunda transição que, de certa forma, culminou em Zii e Zie. “Eu sou do sol, quero ser lúcido e feliz”, declara. E é assim que ele se mostrou na entrevista a seguir, lúcido e feliz.

PODER: No seu novo álbum, tem-se a impressão de que o som é mais calmo, mas, ao mesmo tempo, as letras são mais amplas e fortes que em Cê. É isso mesmo?
CAETANO: Não sei se as letras são mais fortes, mas seguramente são mais amplas. Cê é muito restrito, quase que um tema só. É uma letra, né? C...

PODER: Você já tocou com bandas grandes e músicos consagrados. Agora está com três garotos. Como tem sido a experiência?
C: Muito boa. Eles são muito, muito bons e nosso diálogo é muito claro. O gosto musical, a decisão a respeito de arranjos, a escolha de canções – qualquer coisa que um de nós diga, os outros três entendem logo. Não há nem tempo para pensar em como funcionam as diferenças, entendeu? É muito imediata nossa comunicação: fala, a gente sabe; toca, já entende.

PODER: Na canção “Falso Leblon”, você faz uma descrição interessante da cultura de baladas, ecstasy e maconha. Voltou a se interessar pela boemia jovem?
C: Eu nunca me desinteressei dela. Mas não gosto de drogas. Odeio cocaína. Tudo: odeio a maneira como as pessoas aspiram, odeio o fedor do corpo de quem cheira. Odeio a cultura de economia paralela ilegal que cresceu por causa do consumo da cocaína. Da boemia, me interessam as pessoas.

PODER: Com o aparecimento das drogas sintéticas, o consumo de cocaína teria diminuído. Mas, agora, os números indicam que voltou com tudo. Você sente isso nas suas andanças pela jovem boemia?
C: Eu ouvi falar isso que você está dizendo. E fico triste. Veja a cocaína em forma de crack, por exemplo. O crack é o único negócio que me balança. Seu efeito é muito rápido e destrói muita gente pobre e desavisada. Seu aparecimento abalou minha decisão de princípio, que é ser a favor da legalização das drogas.

PODER: Outro dia, você escreveu no seu blog: “Folha, Veja, Fasano, Daslu, Sala São Paulo, Museu da Língua Portuguesa. Tudo isso faz pensar o quanto Sampa é influente e interessante”. Não é novidade que você tem uma relação conflituosa com a Veja. Mesmo assim acha que a revista faz de São Paulo uma cidade mais interessante?
C: Não há dúvida e isso não depende de concordância. Mas não estava ali fazendo qualquer julgamento moral ou político. Muita gente ficou ofendida por eu incluir não a Veja, mas a Daslu e até o Fasano. Eu acho a Veja mais complicada do que a Daslu. Mas não estava preocupado com isso. É apenas uma lista de coisas que mostram a força da cidade.

PODER: Veja criticou duramente seu novo disco...
C: Eu não li. Até quero ler. Eu leio a Veja às vezes, sabia? Quando viajo de avião eu compro. Porque é uma revista boa, dá pra ler. A gente fica com raiva de umas coisas, ri de outras. Você tem a Veja que fala do nosso disco, Pedro [Sá, guitarrista da banda]?. Me empresta? Eu vi você falar um pouco mas não sei o conteúdo...

PODER: No release do álbum à imprensa, você diz que o disco saúda a era FHC-Lula e a ambição do Brasil de ter uma ascendência no cenário internacional. Ao mesmo tempo, estamos vivendo um período de descrença nos políticos...
C: Uma descrença nos nossos parlamentares, né? Por outro lado, nunca vi político tão bem aprovado e tão bem equilibrado quanto o Lula. FHC, enquanto foi bem avaliado pela população, também era assim. O aspecto ideológico, a ideia de melhorar a sociedade, isso veio com a esquerda – que sempre esteve muito descolada da prática real. O Lula faz bem essa jogada de representar os anseios da esquerda e ser superpragmático. Ele e FHC marcam um nível muito elevado entre governantes.

PODER: No passado, eram da mesma turma.
C: No conjunto, é muito bom que FHC tenha vencido as eleições por causa da criação do Plano Real, e que Lula tenha mantido isso. Acho muito cafona o José Dirceu falar em herança maldita, já que o governo Lula continuou a política econômica que foi instaurada antes. Henrique Meirelles é uma figura mais representativa daquilo que Lula combatia quando estava na oposição do que qualquer outra do governo FHC. O antagonismo PT-PSDB é superficial, eleitoral e fingido de ambas as partes. Tudo bem, política tem esses componentes também, mas não submeto minha observação a essa mascarada

PODER: Esses aspectos são mais importantes do que a discussão da lama no Congresso?
C: O Brasil produziu figuras políticas como Marina Silva e Fernando Gabeira. São figuras que, independentemente do que vem acontecendo no plano mais genérico, têm uma responsabilidade ética, têm ideias às quais devem lealdade. E são acompanhadas, conscientemente, por grandes grupos da sociedade. Isso é uma coisa nova, boa, diferentemente do acompanhamento meramente fisiológico e do acompanhamento ao estilo torcida ideológica, como a esquerda fazia antes.

PODER: Você parece otimista diante do nosso cenário político...
C: Estou dizendo que esses aspectos são melhores do que esses outros, horrendos, de que todo o mundo fala.

PODER: A farra das passagens aéreas no Senado acabou atingindo o próprio Gabeira. Acha que ele se saiu bem fazendo um mea-culpa?
C: Gabeira agiu como sempre age. É até muito notável que ele seja parlamentar há tanto tempo e tão pouco da cultura atrasada politicamente o tenha contaminado. Todos no Brasil sabem quem é o Gabeira. E a Marina Silva também – é um grande quadro. Depois, é importantíssimo que o Lula tenha finalmente convidado o Roberto Mangabeira [Unger] para o governo.

PODER: Você o apoiava antes, não é?
C: Desde os anos 80 que apoio o Mangabeira. A imprensa se recusava a botar minhas declarações. Por mais de dez anos cortaram o nome dele das minhas entrevistas. Você que é da imprensa deve dizer: não é inacreditável?

PODER: Se te dessem poder para mudar a estrutura política do país, você teria hoje alguma ideia aprumada do que fazer?
C: Não, mas o Roberto Mangabeira tem. Não estou dizendo que suas ideias se tornariam benéficas – mas ele tem ideias e elas são interessantes.

PODER: O que você achou da sugestão, um tanto irônica, do senador Cristovão Buarque de fazer um plebiscito para decidir se o Congresso deve ou não continuar existindo?
C: Não sou muito plebiscitarista não. Porque você não pode ficar fazendo plebiscito para tudo, senão vira a ditadura da maioria. Não é assim. Mas eu gosto de Cristovão, acho ele bacana, aquela ênfase na educação... É um velho negócio brasileiro, isso de que a educação vai resolver tudo. É importante mesmo. Se alguém pegar esse assunto com garra e disser que vai botar isso para funcionar, pode representar uma grande mudança para o Brasil. Agora, isso de plebiscito para ver se tem ou não Congresso, não acho interessante. Tem de mudar as regras a partir de como elas são. Congressista não tem de ter muita vantagem, tem de ter é desejo de contribuir. Sua atuação não deveria representar uma subida na escala social e econômica. Não deveria ter esse apelo. Você deveria querer ser deputado para contribuir na organização das coisas.

PODER: O cenário das próximas eleições para presidente apresenta até agora quatro candidatos: Serra, Aécio, Dilma e Ciro. Tem alguma preferência?
C: Não. Já votei no Ciro. Gosto dele desde que foi prefeito de Fortaleza. Mas, quanto mais se aproximou do poder central, mais apareceram nele características que me deixariam preocupado caso ele tivesse poderes mais amplos. Eu o achei um pouco destemperado e um pouco como se estivesse deslumbrado demais consigo mesmo. Sinto dizer isso, porque quero bem a ele demais. Eu o sinto de longe como um amigo. Estou dizendo isso com sinceridade. Agora, de alguma forma, Lula está certo: os candidatos são todos bons, todos de esquerda. Não acho que ser de esquerda é necessariamente bom, não. Mas, no caso dos quatro, são quatro bons candidatos de esquerda.

PODER: Vivemos hoje uma terrível crise financeira mundial e uma das grandes frases do Lula sobre o assunto foi aquela em que, ao lado do primeiro-ministro Gordon Brown, culpou os brancos de olhos azuis. O que achou da declaração?
C: Li um artigo da Maureen Dowd, do New York Times, que achei muito interessante. Até traduzi e botei no meu blog. Apesar de dizer que o Lula estava querendo competir com o papa em falar besteira (o papa tinha dito que a camisinha espalha a Aids), ela termina constatando que a sua fala tinha tocado em um nervo sensível e real. Lula tem isso, né? Ele está sempre correndo o perigo de passar do limite. Tem realmente uma intuição rica e profunda. A história dele, a personalidade, tudo contribui para que ele tenha isso.

PODER: Na semana seguinte Obama o encontra e diz que ele é o cara...
C: This is my man! E depois fala que ele é boa pinta. Não é, né?...

PODER: Qual o sentido de um sujeito como Obama assumir a Presidência dos EUA?
C: Tem um valor simbólico tal como o caso de Lula e, por outro lado, significa de fato a disposição da revolução americana, que é uma revolução em curso. Os EUA são um país revolucionário. E que permanece fiel aos princípios da sua revolução, na medida do possível. A eleição de Obama vai contra tudo o que Bush representou e que estava já demasiado longe dos ideais da revolução.

PODER: Com Obama, os EUA estão tentando se reinventar. O Brasil também tem essa capacidade?
C: O Brasil tem mostrado ao longo do tempo muita incompetência. Mas desenvolveu uma superação disso que aos meus olhos é consideravelmente rápida. Você devia ler – e recomendar a todos que lessem – uma entrevista recente do Mangabeira na Gazeta Mercantil. Ele fala sobre como uma crise pode ser uma oportunidade para o Brasil. Eu, de minha parte, observo que o Brasil partiu de situações bastante desvantajosas e convive com situações especialmente desvantajosas. O próprio fato de falarmos português é uma enorme desvantagem comparativa. No entanto, é também uma bênção. Se não tivessem sido os portugueses os colonizadores do Brasil, não haveria o samba. E eu não posso me imaginar sem o samba. Nem a mim, nem ao Oscar Niemeyer, nem a Marilena Chauí.

* O jornalista e roteirista Giuliano Cedroni é diretor de conteúdo da Prodigo Films. Ele assina o roteiro de Coração Vagabundo, documentário sobre Caetano Veloso com estreia marcada para julho.

5.27.2009

Tributo a Roberto Carlos reúne quatro gerações de cantoras no Teatro Municipal de São Paulo


50 anos de carreira

Márcia Abos e João Sorima

SÃO PAULO - "Nunca na minha vida imaginei que fosse viver uma noite como esta, com todas essas meninas maravilhosas, essas artistas incríveis, cantando aquilo que eu tenho cantado. Jamais pensei na minha vida em coisa igual". Foi assim que um emocionado Roberto Carlos agradeceu a homemagem de pelo menos quatro gerações de cantoras brasileiras - de Nana Caymmi a Sandy, de Wanderléa a Ana Carolina - aos seus 50 anos de carreira. O show aconteceu na noite desta terça-feira no Teatro Municipal de São Paulo. Será exibido pela TV Globo neste domingo, após o Fantástico. Depois vai virar CD e DVD.
A celebração pelos 50 anos de carreira do 'Rei' lotou os 1.500 lugares do Municipal e reuniu uma platéia eclética que incluiu desde o DJ Zé Pedro, passando pelo ministro dos Esportes, Orlando Silva, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, a dona da Daslu, Eliana Tranchesi, e a ex-modelo Luiza Brunet. As 20 divas da música popular fizeram uma releitura do repertório de Roberto, incluindo sucessos da Jovem Guarda - "As curvas da estrada de Santos", na linda voz de Paula Toller - até a fase romântica, com "Proposta", interpretada por Zizi Possi.
Foram mais de duas horas e meia de apresentação até que o homenageado da noite pisasse no palco. Roberto entrou aos acordes de "Emoções" com a platéia em pé para recebê-lo. Vestia um terno preto com acabamentos em azul e camisa azul claro. Entrou em cena e disse:
- Dramas, romances, paixões. Um entrar e sair de ilusões durante 50 anos. Tudo isso sem saber se é para rir ou chorar - para depois emendar com os versos "se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi".
A noite começou com Hebe Camargo, que com fôlego e afinação em seus 80 anos, cantou "Você não sabe". Uma a uma as divas foram se sucedendo no palco, acompanhadas por uma orquestra de cerca de 30 músicos e seis backing vocals. Zizi e Luiza Possi cantaram em italiano "Canzone per te". O vozeirão de Alcione incendiou o Municipal com "Sua estupidez", de Roberto e Erasmo. Fafá de Belém interpretou "Desabafo" e a soprano Celine Imbert cantou "A distância".
Wanderlea, a 'Ternurinha', foi aplaudida em cena aberta quando cantou "Você vai ser o meu escândalo", depois de fazer dueto com Daniela Mercury em "Esqueça". Com minissaia e uma bota de cano alto preta, bem ao seu estilo na Jovem Guarda, Wanderlea ganhou um buquê de flores vermelhas e rosas de um fã e o segurou nos braços em quase todo seu número. Daniela também cantou sozinha "Se você pensa". Entrou acompanhada de dois bailarinos com o microfone desligado e teve que repetir sua entrada. A Bahia foi representada também por Ivete Sangalo e Claudia Leitte.
Fernada Abreu deu suingue ao show com sua interpretação de "Todos estão surdos". Mart'nália fez um samba com "Só você não sabe" e Ana Carolina com sua potente voz foi aplaudida duas vezes em cena aberta com a intepretação de "Força estranha", de Caetano Veloso. Um dos pontos altos da noite foi a apresentação da atriz Marília Pera, que fez uma espécie de perfomance da música "120, 130, 150 por hora", de Roberto e Erasmo. Nana Caymmi fez uma bela interpretação de "Não se esqueça de mim" e Sandy cantou "As canções que você fez para mim".
Um dos melhores momentos do show aconteceu quase na apotesose, quando o 'Rei' terminou de cantar "Emoções". Em volta dele, as 20 cantoras entraram em cena para uma declaração coletiva de amor, cada uma cantando um trecho de "Como é grande o meu amor amor por você". O quase sempre tímido Roberto, ganhou beijos, afagos e carinhos. Cantava trechos da música e também retribuiu com muitos beijinhos e carinhos. Regidas por Hebe Camargo, as cantoras 'brigavam' pelo microfone para se declarar ao 'Rei'. Uma justa homenagem a um dos artistas mais importantes do país. O público adorou e cantou junto.

Confira abaixo o set list completo

Hebe Camargo - "Você não sabe" (Roberto e Erasmo Carlos)
Zizi e Luiza Possi - "Canzone per te" (Sergio Endrigo e Sergio Bartotti)
Zizi Possi - "Proposta" (Roberto e Erasmo Carlos)
Alcione - "Sua estupidez" (Roberto e Erasmo Carlos)
Fafá de Belém - "Desabafo" (Roberto e Erasmo Carlos)
Céline Imbert - "A distância" (Roberto e Erasmo Carlos)
Daniela Mercury - "Se você pensa" (Roberto e Erasmo Carlos)
Daniela Mercury e Wanderlea - "Esqueça" (Mark Anthony, versão de Roberto Côrte Leal)
Wanderlea - "Você vai ser o meu escândalo" (Roberto e Erasmo Carlos)
Rosemary - "Nossa canção" (Luiz Ayrão)
Fernanda Abreu - "Todos estão surdos" (Roberto e Erasmo Carlos)
Paula Toller - "As curvas da estrada de Santos" (Roberto e Erasmo Carlos)
Marília Pêra - "120,130,150 por hora" (Roberto e Erasmo Carlos)
Marina Lima - "Como dois e dois" (Caetano Veloso)
Sandy - "As canções que você fez pra mim" (Roberto e Erasmo Carlos)
Mart'nália - "Só você sabe" (Roberto e Erasmo Carlos)
Adriana Calcanhotto - "Do fundo do meu coração" (Roberto e Erasmo Carlos)
Nana Caymmi - "Não se esqueça de mim" (Roberto e Erasmo Carlos)
Ana Carolina - "Força estranha" (Caetano Veloso)
Ivete Sangalo - "Os seus botões" (Roberto e Erasmo Carlos)
Ivete Sangalo - "Olha" (Roberto e Erasmo Carlos)
Roberto Carlos - "Emoções" (Roberto e Erasmo Carlos)
Todos - "Como é grande o meu amor por você" (Roberto e Erasmo Carlos)

DELÍCIAS MEXICANAS EM RESENDE!

Você gosta da culinária mexicana? Gosta de Nachos, Tacos, Tortillas e Quejadilhas?
E você sabe que não precisa sair de Resende para saborear uma dessas delícias? Ou todas...

Onde? No Cosa Nostra, ali na Beira Rio. Isso mesmo. Agora o Cosa Nostra oferece mais uma opção no cardápio: delícias mexicanas! Tudo de bom, não é? O preço também é tudo de bom! O problema é escolher qual comer... Todas são deliciosas e fartas.

Agora, feche seus olhos e realize a cena: você, no deck do Cosa Nostra, saboreando uma das delícias mexicanas, bebendo um saboroso vinho (ou uma cerveja bem gelada, se preferir), tendo ao lado uma boa companhia (pode ser no plural também) e desfrutando de uma linda vista noturna da cidade...

Realizou a cena? O Cosa Nostra fica na Av. Saulo Rachid, nº 31. Prefere reservar? Quer mais informações? Então, anote o telefone: (24) 33552317.

Importante: o restaurante também oferece a opção Delivery, para os preguiçosos de plantão...rs. O telefone é o mesmo aí de cima, ok?

JÁ CHEGA, NÃO É? ISSO TEM FIM?

FALANDO DO MEU TIME

Mais um na mira do STJD. Depois do péssimo exemplo de Juan (no lance com o Maicosuel, lembram?), agora é a vez de Airton. O zagueiro rubronegro poderá pegar de 120 a 540 dias de suspensão pelo pisão na barriga de Nilmar. Gancho merecido, vamos combinar. Os jogadores do Flamengo estão fazendo um papelzinho miserável...Foi-se o tempo do futebol arte....

SEM NOÇÃO

Para que tanta violência em campo? Já não basta a violência que rola do lado de fora dos estádios, no dia a dia de todos nós? Esporte e agressão física? Fala sério! Todo mundo empenhado em fazer campanha contra a violência nos estádios e o péssimo exemplo vem justamente do gramado? Acredito que se os dirigentes de cada clube punissem rigorosamente seus jogadores a cada falta violenta, isso acabaria. Multa altíssima e banco. Dependendo da gravidade da falta, nem banco! Aff!!!

AINDA É TEMPO

E não me venham com argumentos. Não existe motivo nenhum que justifique tanta violência dentro de campo! Que contratem psicólogos, terapeutas, o que for preciso. Que tratem do mau humor e da falta de espírito esportivo desses jogadores que se acham e que perdem a noção do que é o esporte de verdade. Que aprendam a ser gente, e não continuem agindo como animais irracionais. Esses jogadores, calados já estão errados! Os dirigentes dos clubes precisam agir rapidamente, antes que seja tarde.

TRICOLORES ENLOUQUECIDOS

E alguns indivíduos da torcida do Fluminense surtaram de vez. A invasão na tarde de ontem, durante o treino da equipe, em Laranjeiras, foi um ato de extrema violência e falta de respeito. Invadiram o gramado, partiram pra cima dos jogadores e ainda agrediram Diguinho.

A mídia divulgou que o volante tricolor respondeu de forma grosseira à indagação de um “torcedor” (apontado como chefe da gangue), motivo que justificou um soco no estômago do jogador. Pode isso?


OS "ESCOLHIDOS"


Além de Diguinho, o apoiador Thiago Neves, o zagueiro Edcarlos e o lateral-direito Eduardo Ratinho foram os principais alvos do protesto. E Ratinho foi "homenageado" com a seguinte faixa: "Se Eduardo Ratinho é jogador, eu sou astronauta".

CONCLUSÃO

Entendo que a torcida tenha o direito de protestar contra os jogadores, a diretoria do clube, enfim. Entendo que os torcedores tenham o direito de protestar contra o mau desempenho do time. Mas, peraí! Existem maneiras e maneiras de protestar! Invadindo o campo? Agredindo os jogadores? Fala sério...Se essa galerinha do mal usasse o bom senso (?), a educação (??) e a inteligência (???), teriam talvez, quem sabe, alcançado seu objetivo...Aliás, qual era mesmo o objetivo do grupo? Tumultuar? Atrapalhar o treino? Mostrar que são agressivos e irracionais? Ah, sim. Objetivo alcançado. Sorry.

Pois é. Jogadores e torcedores estão virando caso de polícia...
Colaboração Angela Chaloub

A nossa maior violonista Rosinha de Valença interpreta "Consolação" de Baden Powell, acompanhada pelo J.T.Meirelles Trio. no festival do Foklore em Berlim

Baden Powell nos deixou aos 63 anos de idade , mas sua obra de violonista e compositor é imortal

A Música de Baden Powell da Som Livre está lançando é uma pequena prova disso. Apesar de trazer apenas uma canção interpretada por Baden (Berimbau), as demais reúnem um elenco interessante, fugindo quase sempre do óbvio. O disco abre com uma Elis Regina apoteótica gargalhando "quaquaraquaquá quem riu/ Quaquaraquaquá fui eu" em Vou Deitar e Rolar. Um clássico. Mas a partir daí, as canções de Baden aparecem em registros menos manjados. Os esquecidos Agostinho dos Santos e Rosana Toledo - afinadíssimos e suaves - se encontram no Samba em Prelúdio. A violonista Rosinha de Valença defende Consolação; a dupla Toquinho & Vinicius, Canto de Ossanha, e o primeiro, sozinho, ataca Deixa ("Ninguém vive mais do que uma vez").

Nós, os motoristas que bebem

Martha Medeiros

Eu adoro um bom vinho e,quando a ocasião convida,tomo champanhe com minhas amigas.Nem sempre em minha casa:às vezes na casa delas,às vezes em restaurantes.Um cálice,dois?Sim,mas se a animação for longa,pode se mais.E costumo me deslocar no meu carro,ou seja,volto para casa dirigindo.Nunca provoquei um acidente,jamais dirigi na contramão ou fiz alguma insanidade nas ruas.Do que se conclui que meu anjo da guarda está merecendo um aumento de salário.

Somos peritos em julgar mazelas sociais,em apontar o dedo para os que são desonestos,corruptos,grosseiros,sem poupar,claro,os irresponsáveis no trânsito.Lamentamos publicamente as 35 mil mortes anuais,geralmente de jovens.Só no feriado de Corpus Christi morreram 86 nas estradas e avenidas brasileiras,e os jornalistas se perguntam em seus editoriais,crônicas e reportagens:como solucionar?Com punição e consciência ,sabemos.O Congresso aprovou a lei (ainda não sancionada) que torna todo acidente causado por motorista alcoolizado um crime doloso,com intenção de matar.A sociedade aplaude,mas quem é a sociedade?Não é uma entidade abstrata.Não é aquele pessoal que mora no edifício da esquina.É você,sou eu,criaturas civilizadas e de bom caráter,que se reúnem em torno de uma mesa para celebrar a vida tomando alguns drinques e comendo uns tira-gostos,e que voltam pra casa ligeiramente mais alegres do que saíram,sem absolutamente nenhuma intenção de mata __ tanto que nunca matamos.

Não somos doidos.Somos pais de famílias e temos certo controle sobre nossas ações.Mas certo controle não é controle absoluto.A verdade é que muita gente bebe e dirige,quando deveria beber e pegar um táxi, ou beber e pegar uma carona, ou beber e voltar a pé, ou simplesmente não beber,se não lhe faz falta.A mim na hora do jantar faz falta.Não consigo me imaginar comendo uma bela refeição acompanhada de refrigerante ou água.Então se opto por um vinho quando estou fora de casa, tenho que igualmente optar por um táxi.Para mim ,será uma mudança de hábito e tanto.E estou me usando como exemplo justamente para não perpetuar a hipocrisia de levantarmos a voz contra os problemas , esquecendo de fazer nossa parte para combatê-los.

Poderia estar citando como praxe, os moleques que entornam um engradado de cerveja e depois voam a 120 km / h em vias urbanas só para se sentirem machos em seus possantes carros,essa coisa estúpida que a gente vê acontecer a toda hora.Mas não: desta vez estou virando o gatilho das palavras para mesma que tenho idade mais madura, uma consciência mais que formada, uma auto-estima bem resolvida,e que mesmo não tendo necessidades exibicionistas, mesmo desprezando exageros etílicos e respeitando meus limites,ainda assim já poderia ter provocado algum risco desnecessário num fim de festa.Bastaria uma única vez e babaus.

Então que essa crônica sirva de auto ajuda-ajuda e ajuda mútua:vamos parar de só julgar aquela turma chamada “eles”, aqueles lá fora que aparentemente fazem tudo errado, e passemos a olhar para “nós” , que somos ótimas pessoas e que nos sentimos abençoados pelo destino pela simples razão de termos as melhores intenções do mundo.

Bebeu,a intenção mudou.Acabou a inocência, acabou o “não tive culpa”.Eu não vivo sem um bom vinho, mas vou aprender a viver sem carro quando for preciso.Caso contrário, que credibilidade é essa que a gente se outorga?

5.26.2009


Projeto Cultura Para Todos - Toda terça no Cine Nove de Abril.

As terças-feiras, que antes estavam vazias em opções em lazer, agora contam com um projeto patrocinado pela Prefeitura, que visa promover a cultura na cidade de Volta Redonda. Estímulo e valorização da arte e do cidadão.
Os ingressos numerados devem ser trocados na bilheteria do cinema por um litro de leite longa vida, na segunda e terça-feira, a partir de 10 horas.

Confira as próximas atrações:
26/05 – Gustavo França; 19 e 21h – Yamandú Costa
02/06 – Ballet da educação; 19 e 21h – Nelson Freitas e Você
09/06 - Ballet do Gacemss; 19 e 21h – João Bosco
16/06 –Serginho Brother e Joe Sany; 19 e 21h – Luiz Melodia
23/06 – Blue 3; 19 e 21h – The Fevers
30/06 – Grupo de dança da Casa da Cultura; 19 e 21h – Wando;
07/07 - Ciron Silva ; 19 e 21h – Pais Criados Trabalhos Dobrados
14/07 – Reis e Regional; 19 e 21h – The Original´s
21/07 – Humberto Nascimento; 19 e 21h – Renato Teixeira
28/07 – Mariângela Leal; 19 e 21h – Terapia do Riso

Um exemplo à ser seguido por Barra Mansa - RJ, onde a Secretaria de Cultura não se mobiliza há muito tempo. O povo desta cidade está carente de eventos culturais de qualidade. Pessoas que buscam fontes de cultura e lazer não encontram em Barra Mansa. Para quem pode, a saída é ir para outras cidades...



Para quem gosta de folclore: Festa Junina do SESC Barra Mansa - RJ

Tradicional festa com apresentações de músicas populares, xote, baião, forró, barracas com comidas típicas, apresentação de quadrilhas, parque de diversões, correio do amor, rádio caipira e feirinha de artesanato.

Programação das quadrilhas:
11/6 - Quadrilha de escolas. 12/6 - Quadrilha do Zé Raimundo. 13/6 - Quadrilha do Zé Buscapé. 14/6 - Quadrilha da Ciça.

Para maiores de 16 anos e menores acompanhados. 18h. R$ 1 (comerciários, estudantes, idosos), R$ 2. SESC Barra Mansa


Arnaldo Jabor, enfim, após 20 anos de afastamento, retorna ao set de filmagem nacional.

RIO - Arnaldo Jabor passa a mão sobre a camisa Lacoste azul, esticando-a para baixo, e diz que, não fosse o raio da barriga, estaria completamente feliz agora. Ele está sentado em uma cadeira de lona preta, daquelas típicas de diretores de cinema, e lê umas anotações escritas a caneta em um pedaço de papel. À sua volta, diversos assistentes (de direção, de fotografia, de figurino, de produção, do diabo a quatro) correm de um lado para o outro com seus fones enfiados nos ouvidos e fitas crepe penduradas nos bolsos das calças. Há alguns anos, Jabor não imaginaria que pudesse ser novamente feliz em um set de filmagem. "A suprema felicidade" é sua volta ao cinema brasileiro depois de 23 anos, desde que rodou "Eu sei que vou te amar", em 1986. De lá para cá, o diretor escreveu colunas em jornais, falou na televisão e no rádio, lançou três livros, teve um filho, criou polêmicas, definiu o que é amor e o que é sexo, xingou gente, elogiou gente, gerou ódios e paixões e criou um caminhão de novos amigos e inimigos - além da tal barriga escondida embaixo da camisa azul. Foi feliz a maior parte do tempo. Agora, quando tudo parecia estar definitivamente nos eixos, Jabor volta a colocar sua felicidade em risco.

- Felicidade para mim é criar, é isso que me deixa feliz. Sou um criador - diz o diretor

Fonte: Revista - O Globo


Woody Allen pretende filmar no Rio

Secretaria Estadual de Cultura do Rio de Janeiro confirmou o convite feito ao cineasta, afastado de Nova York devido ao alto custo de se filmar na cidade.

Após filmes na Espanha (Vicky Cristina Barcelona) e na Inglaterra (Ponto Final - Match Point, O Grande Furo e O Sonho de Cassandra), o cineasta norte-americano vai para a França, em 2010.

Woody Allen disse à imprensa brasileira:“Recebi uma proposta de fazer um filme no país. São conversas ainda preliminares. É claro que precisaria estudar um pouco sobre o país para ver um roteiro que se adapte bem por lá”.

Fonte: Revista - O Globo

Ganhador do festival de Cannes mostra crueza da sociedade alemã de pré-guerra

( AFP) - Filmado em preto e branco, com uma narrativa ascética e um rigor fotográfico que corresponde perfeitamente à aspereza da história contada, "A fita branca" nos transporta a um povoado do norte da Alemanha no ano que precede o início da Primeira Guerra Mundial.
Na pequena cidade, onde a vida é regida pelos rigorosos princípios morais do puritanismo protestante, autoritarismo e submissão formam o eixo de todas as relações: entre os nobres proprietários de terras e camponeses, entre homens e mulheres, entre pais e filhos.
É verão e época da colheita quando começam a acontecer no povoado uma série de agressões inexplicáveis, cujos autores nunca são descobertos: um cabo estendido quando passava o cavalo do médico local, duas crianças brutalmente espancadas, o incêndio de um celeiro e outros.
O mistério faz surgirem rumores - e, com eles, o medo.
Ao mesmo tempo, o professor do povoado vai percebendo comportamentos estranhos em seus alunos, as crianças da pequena cidade, educadas na reverência e na obediência cega aos pais e submetidas a castigos físicos e a humilhações públicas em reprimenda à mais leve falha, em famílias onde gestos de ternura não existem.
"A faixa branca" poderia também se chamar "O ovo da serpente", como a obra do mestre sueco Ingman Bergman, cuja sombra aparece projetada sobre muitas das cenas do filme.
No entanto, Bergman revisitado pela crueza de Haneke é uma mistura explosiva. A lucidez da pintura dessa sociedade, que anos depois produziria o nazismo, é assustadora.
O diretor austríaco, porém, declarou em Cannes que, apesar da história alemã, não quis que seu filme seja considerado uma obra sobre as origens do nazismo. "O que eu mostro poderia ser transportado para qualquer país", afirmou.
"Além da reconstituição de época, eu quis contar a história de um grupo de crianças que são a construção dos princípios de seus pais. (...) Quando alguém acredita possuir a verdade sobre tudo o que é justo, se torna rapidamente inumano: essa é a raíz de qualquer terrorismo político", estimou o diretor.

Rita Lee dá entrevista ao vivo pela primeira vez em 12 anos e fala sobre sexo, drogas e rock'n roll


Márcia Abos

SÃO PAULO - Rita Lee resolveu quebrar um jejum de 12 anos sem dar entrevistas pessoalmente. A deixa foi o lançamento do DVD "Multishowao vivo", pela gravadora Biscoito Fino. Apesar de estar com uma fortegripe, a compositora e cantora recebeu a reportagem do GLOBO no estúdio que tem anexo à sua casa em São Paulo.
Vestida com uma calça multicolorida, camiseta preta e, por cima, para se aquecer no frio paulistano, uma camisa larga de flanela, ela estava bem-disposta e teve paciência para responder a perguntas por mais de uma hora, sempre solícita. Falou de sexo, drogas e rock 'n' roll sem pudores e com seu peculiar senso de humor. Mas não deu sinais de pretender abandonar seu meio de comunicação favorito com a imprensa, o e-mail.

" Sou alcoólatra, então bebeu o primeiro, f... "

Como foi selecionado o repertório do DVD "Multishow ao vivo"?

RITA LEE: A gente estreou a turnê "Pic nic" em janeiro de 2008. De lá para cá, para não ficar aquela coisa retinha, certinha, começamos a tirar e a pôr músicas, também acompanhando pedidos do público. Para o especial, fizemos um esqueleto dos hits que todo mundo quer ouvir e que a gente não sai do palco sem tocar, como "Ovelha negra", "Doce vampiro", "Lança-perfume". As outras, a gente tirava e punha, como "Mutante" e "Cor de rosa choque", que fazia tempo que não cantava.

Uma das inéditas é "Insônia". Você sofre de insônia?

RITA: Sofria. Pastei demais. Na época do "Saia justa" (de 2002 a 2004, Rita foi uma das apresentadoras do programa do GNT) era uma coisa... Tentei de tudo, menos remédios, porque não posso tomar, acabo tomando a farmácia inteira, não sei quando parar. A mesma coisa com bebida, com tudo. Ou fico careta ou caio de boca. Na época da insônia eu já tava careta. Estou careta há três anos e meio, desde que nasceu minha neta. O nascimento dela foi um marco zero, pensei: "Onde estou? Esse filme, eu já vi muito". Mas a tomação tem um preço. Quando você para, é insônia total. Aí comecei a perceber que a insônia era uma namorada. Tinha um lado de rolar na cama, e ela está lá.
" No começo, tinha aquela coisa de ciúme, aquela trepação de coelhinho. Agora é menos quantidade e mais qualidade "

Você está totalmente careta, nem um vinho de vez em quando?

RITA: Não posso nada. Sou alcoólatra, então bebeu o primeiro, f... Meu pai e meu avô eram alcoólatras, minha irmã morreu de alcoolismo, overdose. Quando comecei a fazer a turnê do "Bossa 'n' roll", baixou um Vinicius de Moraes, e eu estava ali com um uisquinho. Álcool é a droga mais pesada que já experimentei. E tem essa hipocrisia de ser liberado, "Se beber, não dirija". Isso tudo é cínico. Ou libera tudo ou proíbe tudo. Quando nasceu minha neta, eu tava em um hospício. Porque rehab para mim é hospício, lugar de gente louca, que tem compulsão a tudo: comida, sexo, jogo, álcool, drogas. Mas não me arrependo de ter feito tudo o que fiz, de ter tomado tudo o que tomei, de ter passado pelas esquinas por onde andei. Não tenho discurso de madalena arrependida. Teve um lado bom de alcançar um arquivo que eu jamais alcançaria careta. Mas é perigoso. Você consegue coisas maravilhosas, música, letra, a ousadia. Mas você abre a guarda e, nessa, vem o outro lado da moeda, que é o escuro. Era uma coisa Luke Skywalker, agora é Darth Vader.

Como é trabalhar em família, com seu filho Beto Lee e o marido, Roberto de Carvalho?

RITA: É o pai, o filho e a espírita santa (risos). É muito bom. Antes de o Beto ser meu filho, ele é um grande guitarrista. Vê-lo ao meu lado é muito louco. Lembro-me do Beto na coxia em um show há anos, no Maracanãzinho, com uma guitarrinha de plástico. Ele atravessava o palco na maior. É normal ele estar do lado. Adoro os solos dele, fico babando, como mãe coruja e colega de trabalho que aprecia. E, do outro lado, o pai dele, nossa, é tão bom. Porque eles me dão uma segurança bacana, de "vamos nessa, mãe".

Em suas composições recentes "Tão", "Se manca" e "Insônia" há algo de reclamação, de resmungo. Você está numa fase reclamona?

RITA: É coisa de idade. Sabe velho rabugento? A gente fica reclamão, implicante pra caramba. Reclamo de sair da minha casa. Aí eu falo, "putz, vou pegar avião". Tenho medo, pavor. Quando eu enchia a cara, tudo bem. Mas agora, careta, tenho pânico, não acredito em avião. Acredito em disco voador, já vi, até. No hotel, olho para o travesseiro e falo: "Está cheio de ácaro de alguém, de outras pessoas, não os meus". O barulho da geladeira no hotel... Vou reclamando até pisar no palco. No palco, acaba tudo. É muito louco. Palco é realmente outro planeta.

Como é viver um casamento de 33 anos?

RITA: Não tem receita. Tem mudanças, fases. Como naqueles joguinhos em que a gente passa de uma fase para outra. No começo, tinha aquela coisa de ciúme, aquela trepação de coelhinho. Agora é menos quantidade e mais qualidade. É uma coisa mais sutil. Ele é muito romântico, manda flores toda semana. A gente combina. Eu escrevo uma letra, e ele vem com uma música. É uma aventura morar, compor, ter tido filhos com ele.

" Toma chocolate e no paga lo que debes. Porque chocolate é de graça agora "
E essa sua carioquice recente?


RITA: Meu amor pelo Rio vem desde criança. As primeiras lembranças que tenho, ainda vivas, são um filme em branco e preto. A calçada de Copacabana, a Guanabara, a Nara (Leão), que rima com Guanabara, a bossa nova, concurso de miss no Maracanãzinho, bailes de carnaval no Municipal, com aquelas estrelas de Hollywood, e, de repente, chegava Luz Del Fuego, abria o casaco, estava pelada e roubava a cena de todo mundo. Isso só acontecia no Rio quando era capital. Depois que a capital passou a ser Brasília, o Rio de Janeiro foi absolutamente abandonado. Isso é terrível. O Rio é o cartão-postal do Brasil, a capital do país de verdade. Tinha que voltar a ser capital federal, seria engraçado, leve, a cara do Brasil.

A relação com gravadoras é complicada?

RITA: Com a Biscoito Fino, não. Em gravadora sempre tem aquele produtor que tem um cunhado compositor, ele quer enfiar uma música dele no CD. É o fim da picada, mas eu sempre tirava isso de letra. Agora a Biscoito não é uma major, é uma coisa de amigo. São todos meio chegados, a gente pode dizer o que quer, e não se metem. Sempre fiz o que eu quis e briguei muito em gravadoras porque eram incompetentes. Não entendiam, não investiam nas pessoas certas, que mereciam. Depois, com o tempo, virou aquela clonagem. Ivete Sangalo deu certo, maravilhosa, vieram os clones. O mesmo com dupla sertaneja. Então as gravadoras ficaram clonando em vez de ver os alternativos, a meninada. Aí apareceu a internet, e eles se f...

O que você acha de pirataria, downloads na rede?

RITA: Adoro. Eu faço e pode fazer das minhas coisas tranquilo. É uma vitrine, tá ali. É assim que está, é muderno. Toma chocolate e no paga lo que debes. Porque chocolate é de graça agora. Acho simpático, democrático. Agora você ganha grana em show, porque disco não vende, é só baixar. Em show você ganha, porque não tem uma Rita Lee pirata cantando.

Quais são seus novos projetos?

RITA: Quero fazer um trabalho de inéditas e retomar aquela ideia de bossanoviar. Queria bossanoviar músicas de cinema brasileiro, italiano, americano. Isso é um projeto paralelo. Outro é fazer música instrumental, como é só isso que ouço, tenho vontade. Para o disco de inéditas, já temos o material, o negócio agora é parar entre um show e outro, garimpar as melhores e gravar.

A gravação do DVD, no Vivo Rio, apresentou um problema que tem sido rotina, da repetição de algumas músicas. O que você acha disso?

RITA: Isso é insuportável, brocha pra caramba. Mas não tem outro jeito. As pessoas que estão assistindo são avisadas de que é gravação, mas para nós, que estamos no palco, é uma brochada legal.

Há mais de dez anos você não fala pessoalmente com jornalistas. Por quê?

RITA: Faz 12 anos que não falo com repórteres. Falo por e-mail, acho tão mais confortável. É mais prático, é moderno, você não sai daí do seu lugar, eu não saio do meu, não tenho que passar batom, você não tem que enfrentar trânsito. Mas muita gente se queixa: "Ah, eu queria olhar cara a cara". Mas para que olhar cara a cara? Para ver minhas rugas? E eu olhar para você para quê? Para sentir o bafo? Não é legal, desconcentra. Escrevo muito melhor que que falo, e, se na primeira rodada de perguntas não deu, fazemos outras, até esgotar. Sua palavra não é distorcida. E eu odeio telefone.

5.25.2009

LENINE - Canta no Jardim Botânico

LENINE

Na próxima quinta (28), o Teatro Tom Jobim recebe o cantor Lenine como parte do projeto Concertos de Outono, que traz um grande nome da MPB a cada semana. O músico pernambucano, em voz e violão, apresenta sucessos e seu mais recente trabalho, Labiata.

O repertório é centrado nas canções de Labiata, que ganham uma sonoridade própria quando formatadas ao vivo. Lenine interpreta músicas de sua carreira e novidades como Magra, Martelo Bigorna, Samba e Leveza, Lá Vem a Cidade e É Fogo. Sucessos como O Homem dos Olhos de Raio-X, A Rede, O Atirador e Hoje Eu Quero Sair Só também estão presentes no setlist.

Teatro Espaço Tom Jobim - Rua Jardim Botânico, 1008, Jardim Botânico, tel.: 2274-7012. Quinta (28), 20h30.
Bilheteria: 14h/18h (seg. a qua.); a partir das 14h (qui.). R$ 50,00. Estac. grátis a partir das 17h.

Colaboração Angela Chaloub

Um trecho do show PHONO 73 realizado no Anhembi, em São Paulo. A música Cálice foi considerada subversiva pelos orgãos da ditadura militar. Mas mesmo sendo cantada com a letra modificada, o microfone do Chico Buarque foi desligado.

Cálice

*Composição: Chico Buarque/Gilberto Gil

.Pai, afasta de mim este cálice
Pai, afasta de mim este cálice
De vinho tinto de sangue

Como beber dessa bebida amarga?
Tragar a dor engolir a labuta?
Mesma calada a boca resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa?
Melhor seria ser filho da outra

Outra realidade menos morta
Tanta mentira tanta força bruta
Pai, afasta de mim este cálice
Pai, afasta de mim este cálice
De vinho tinto de sangue

Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa

Pai, afasta de mim este cálice
Pai, afasta de mim este cálice
De vinho tinto de sangue
De muito gorda a porca já não anda
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, pai, abrir a porta
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade
Mesmo calado o peito resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade

Pai, afasta de mim este cálice
Pai, afasta de mim este cálice
De vinho tinto de sangue

Talvez o mundo não seja pequeno
Nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar o meu próprio pecado
Quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça
Minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar fumaça de óleo diesel
Me embriagar até que alguém me esqueça

Festival Multiplicidade completa cinco anos e volta à cena com sua fórmula de reunir músicos, cineastas, DJs e artistas


Fátima Sá

RIO - Batman Zavareze tinha mil ideias na cabeça e um Fiat Uno na garagem quando foi convidado a ocupar o palco do Oi Futuro (na época Centro Cultural Telemar). Designer, videomaker, egresso da MTV e da Fabrica - o laboratório de criação da Benetton na Itália -, Batman deveria bolar um espetáculo misturando arte e tecnologia. Fez mais. Vendeu o carro, tirou as ideias da cabeça e criou o festival Multiplicidade, um espaço para encontros únicos e experimentais entre músicos e artistas. O que era uma aventura cresceu, ganhou moral, teve até o cineasta inglês Peter Greenaway como atração, e volta agora à cena com mais uma rodada de experiências. Na próxima quinta-feira, o Multiplicidade inaugura sua quinta edição com um encontro de mineiros: o cineasta e artista plástico Cao Guimarães, que já foi visto na Tate Modern, no MoMA e em Cannes, e o grupo instrumental O Grivo, que expôs suas instalações sonoras na Bienal de São Paulo. Juntos, eles farão um espetáculo multisensorial de 40 minutos no Oi Futuro, misturando filmes de Cao com a trilha sonora do Grivo, executada ao vivo em copos de cristal, latas velhas e outros "instrumentos".
Assista a trechos das apresentações com Chelpa Ferro & Jaques Morelenbaum, Peter Greenaway, entre outros
- Normalmente, quando nos reunimos com os artistas e os músicos, eles vêm com uma pergunta viciada: "O que você me oferece?" E eu inverto a pergunta: "O que você quer?". A ideia não é a atração se adaptar ao festival, mas o contrário. A gente espera dar os meios para que eles inventem, façam coisas que nunca fizeram, arrisquem - explica Batman, que além de idealizador é o curador do Multiplicidade.

Agora, é bem verdade, ficou mais fácil. Com o sucesso da experiência, no ano passado mil projetos bateram à porta do curador. Mas no primeiro ano do festival, foi preciso correr atrás das atrações, explicar muito bem do que se tratava. Quando falaram de música, arte e tecnologia com Tom Zé, por exemplo, o compositor baiano devolveu:
- Enceradeira é tecnologia?
No Multiplicidade é. E Tom Zé fez um show antológico em 2006. Tanto quanto Peter Greenaway e sua interface de alta definição touch screen, que ele usou para finalizar seu filme na hora, fazendo o que chama de "cinema vivo", ano passado.
Assista a trechos das apresentações de Duplexx, Arnaldo Antunes, Tato Taborda, entre outros
- Talvez nosso grande diferencial seja a capacidade de produzir uma coisa única para cada artista - lembra Batman. - É esse espírito de laboratório que a gente procura manter.
De agora até o fim do ano estão previstas dez atrações - sete no Oi Futuro e três no Oi Casa Grande (duas delas ainda não confirmadas). No Oi Futuro, além de Cao e O Grivo, tem o designer Muti Randolph se apresentando com a mãe, a pianista Clara Sverner, no dia 25 de junho. Um mês depois, no dia 23 de julho, tem Cine Macalé, uma parceria entre Jards Macalé e o videoartista Samir Abujamra.
- Ainda estamos pensando no que fazer, mas a ideia é ter o Macalé tocando e várias projeções de Super 8, misturadas a suportes modernos - conta Samir. - O Macalé tem um arquivo sensacional de filmes que ele fez em Londres, um clima de nostalgia legal.

Em setembro, haverá duas apresentações do Multiplicidade. No dia 3, a equipe por trás da festa Moo vai inventar uma experiência sensorial especialmente para o festival. E, no dia 24, será a vez da dupla Nina & Nuno, com a cantora-estilista Nina Becker e o artista-compositor Nuno Ramos.
- Foi o Raul Mourão (atração do Multiplicidade em 2006) quem sugeriu o encontro. Adorei. Sempre me interessei pelo trabalho dele - lembra Nina, que já gravou músicas de Nuno.
As duas últimas noites no Oi Futuro terão o percussionista pernambucano Jam da Silva e o coletivo carioca de designers OEstudio, juntos, no dia 29 de outubro, e o guitarrista Arto Lindsay, em 26 de novembro. Já o Oi Casa Grande recebe, no dia 13 de outubro, o Blind Date, dupla formada pelo percussionista Naná Vasconcelos e pelo DJ Dolores, que nunca tocaram juntos no Rio. O resto é suspense.

uma balada pra lá de romântica...,


Enviado por Antônio Carlos Miguel

"O melhor do amor", está entre as surpresas de "Não se apague esta noite", DVD de Flávio Venturini que aguardava na fila e, hoje, finalmente rodou no iMac (com problemas, monitor acometido por aquelas linhas verticais, ou dead lines, como a própria Apple assume mas não banca). A música, do cantor e tecladista com Ronaldo Bastos, rodou bem, ao lado de outras belas provas da musicalidade de Venturini: "Pierrot", sambalada dele com Murilo Antunes, aqui em dueto com Mart'nália; mais duas da parceria com Ronaldo, "Noites com sol", com Marina Machado, e "Recomeçar", esta até então inédita. Já " O melhor do amor", como o autor das palavras me contou, fora gravada em disco recente de Venturini, "Porque não tínhamos bicicleta", em 2003, mas eu tinha passado batido, em parte por ali estar algo encoberta pela roupagem loungeletro.
há momentos nos quais o pop progressivo (ecos de Terço e 14 Bis) me incomodam - incluindo, como também fiquei sabendo no telefonema, mais uma nova que não me capturou, "Mantra da criação" - mas Venturini é um melodista de pegada.
entre as faixas bônus, outra que pretendo ter mais doses, a instrumental com vocalises de forte sabor "Clube da Esquina", aquela onda bossa pop: "Morro branco" (com participação de um músico que eu desconhecia, Nando Lauria).
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no momento, ao fundo, segue bem "Tea for the tillerman live", em 1971, num estúdio em Los Angeles com platéia de convidados - de relance, em "On the road to find out", identifiquei o hoje esquecido Arlo Guthrie. Cat Stevens estava então em seu auge criativo, ele que largou a música na virada para os anos 1980, quando adotou o islamismo e o nome Yusuf Islam, para só retornar no século XXI.
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antes, finalmente assisti ao de Vanessa da Mata, gravado em Paraty (e retocado em estúdio), que tem seus momentos, mas passa aquela frieza habitual.