3.09.2009

Conversando com você


Márcia,

Gostei muito da resposta da semana passada sobre pessoas e relações estressantes. Sua resposta me fez pensar sobre o porquê nos apaixonamos e escolhemos alguém? Tantas vezes sofremos nas relações amorosas e mesmo assim não conseguimos nos separar. Por que isto acontece?

Nome fictício: Flávio

Flávio,

Este seu questionamento intriga a maioria das pessoas. É comum em meu consultório receber pessoas em profundo sofrimento por causa de humilhações e maus tratos numa relação. Ficam paralisadas e impotentes, não conseguem reagir.
Existem diversas teorias para o fato de escolhermos uma e não outra pessoa para nos apaixonarmos, desde as explicações dadas pela neurociência até as espirituais.
Do ponto de vista psicológico considera-se que fazemos as escolhas amorosas baseadas nos modos das nossas relações familiares.

Aprendemos a amar com quem nos ama.

Se recebermos carinho, aprovação e apoio nossa tendência é buscar um amor deste tipo na vida adulta. Se ao contrário, formos criticados, abandonados, rejeitados, naturalmente reproduziremos este padrão. Mesmo sendo o outro ainda um desconhecido quando o encontramos pelas primeiras vezes há uma sintonia inconsciente que nos aproxima. Procuramos, muitas vezes, aquele que nos proteja, nos cuide, nos ampare ou alguém como sou ou como gostaria de ser.
Sei que não é fácil perceber e não cair na armadilha, mas é importante analisar sobre o padrão relacional familiar.
Como seus pais, avós, as gerações anteriores se relacionavam e cuidavam uns dos outros?Como e com quem você aprendeu sobre o amor e amar?
Muitas pessoas dizem: não dou sorte, sempre aparece o mesmo tipo de relação na minha vida! É a hora de prestar atenção, aquilo que se repete mostra, de alguma maneira, onde estamos presos.
É um grande desafio não cair na repetição, porém é possível. A psicoterapia como instrumento para o autoconhecimento pode ajudar bastante.
O tema é muito instigante, em outra ocasião poderemos falar um pouco mais sobre o assunto.
Boa escolha! Seja feliz!

O objetivo deste espaço é gerar a possibilidade de reflexão em torno do tema proposto e de maneira nenhuma poderá substituir o processo psicoterápico.
A identidade de quem pergunta será sempre preservada.

Psicóloga, Psicanalista, Terapeuta de Casais e Famílias, Orientadora Vocacional e Profissional.
Estabelecida há 30 anos na cidade do Rio de Janeiro.

Nenhum comentário: