BRASÍLIA - O Brasil está aproveitando o trem-bala que ligará o Rio a São Paulo e Campinas para testar uma novidade que visa à redução dos custos para minimizar os impactos ambientais das grandes obras de infraestrutura, mostram Catarina Alencastro e Eduardo Rodrigues em reportagem publicada na edição deste domingo de O GLOBO. Desde o início das discussões sobre o trem-bala, a área ambiental acompanha e interfere no projeto, tendo mudado traçados e sugerido soluções para que o empreendimento cause o mínimo dano possível nos 511 quilômetros do trajeto, que corta a Serra das Araras.
Para o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, a "catequese ambientalista" se provará eficiente: a estimativa é que quem vencer a licitação gastará no máximo 1% dos R$ 34,6 bilhões da obra em ações como adotar parques e implementar barreiras acústicas.
Para se ter uma ideia de quanto o acompanhamento prévio pode reduzir desembolsos, esse mesmo custo na BR-319, que liga Porto Velho (RO) a Manaus (AM), chega a 93,7% do valor da estrada. Como contrapartida pelo prejuízo que a rodovia de R$ 697 milhões trará à Floresta Amazônica, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) terá de bancar investimentos ambientais de R$ 653,5 milhões.
- No caso do trem-bala, está sendo escolhido o trecho de menor impacto. Por onde ele passa e tem cidade, vai ter de botar uma barreira acústica, plantando árvores dos dois lados. O empreendimento vai ter de adotar parques e botar dinheiro em educação ambiental, que temos cobrado de todo grande empreendimento - disse Minc.
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