5.18.2009


Afinal, o que é a felicidade? Qual é o seu segredo?

"A luta ansiosa pela felicidade é o que dá infelicidade a muita gente” (Hermógenes)

Penso, com freqüência, no relato das pessoas atendidas no meu consultório. Todas, de uma maneira ou outra, expressam o desejo de encontrar o caminho da felicidade. Algumas têm como foco a realização amorosa, conjugal ou profissional. Outras procuram as vantagens que o dinheiro oferece, traduzidas por uma casa confortável, viagens, um corpo bem modelado, prestígio. Essas diferenças não importam. No final, todo ser humano manifesta a mesma necessidade: quer viver feliz!
Há quem fique paralisado diante da própria vida, e para eles a conquista de novas atitudes envolve maior investimento emocional. Mas há, também, aqueles que querem mover-se para frente, que não desistem de buscar solução para seus problemas.
Diversos fatores, no entanto, impedem que muitas pessoas, completamente dominadas por um estado de sofrimento, cheguem ao equilíbrio desejado. Capturados pela dor, seus sentidos, assim como suas capacidades mentais e o próprio organismo, enfraquecem e adoecem. Assim se fecha um círculo vicioso, em que dor, enfraquecimento- inércia- mais dor, impedem a visualização das causas e atitudes que conduzem à felicidade.
AH! A felicidade! Tantos já se dedicaram a falar sobre ela e a resposta parece sempre apontar na mesma direção: nós mesmos.
Quando nascemos, somos a principio, direcionados para a realização e a busca do objetivo de alcançá-la, que parece sempre algo muito difícil. Nessa procura aprendemos a valorizar o que possuímos, conquistas materiais, sucesso intelectual. Poucas vezes somos incentivados a valorizar um gesto de amizade ou de solidariedade.
É claro que a aquisição da casa, o carro novo, uma grande festa, também podem nos dar muita alegria e precisam ser vivenciados com gosto. Mas parece que tudo isto faz parte do ritual do viver, automático e naturalmente esperado. Não podemos esquecer que são conquistas, e para alguns, mais árduas do que para outros.
Muitas vezes vemos pessoas que já sofreram muito – ou sofrem ainda – com profunda alegria no delicioso balançar de uma rede. Para outras, uma simples caneca de café com leite ou um mingau quentinho podem representar aquecimento para o corpo e para alma...
É inegável que nossas expectativas nem sempre consideram os limites das possibilidades, e nos levam a frustrações e a cair no vazio. Nestas horas, a felicidade nos parece ainda mais difícil de alcançar. Além disso, há quem parece ter vindo ao mundo para sofrer, estado que poderia lhe tirar a possibilidade de reconhecer e desfrutar os bons momentos que a vida oferece, porém, nem sempre é assim, ao contrário. É comum encontrar gente muito sofrida com um sorriso nos lábios e verdadeiramente feliz porque conseguiu mandar um filho para a escola, ou porque comprou uma cama para descansar seu corpo.
Afinal, há pequenos e grandes motivos para que sejamos autores da nossa felicidade, basta experimentar e usufruir dos diversos sabores que a vida oferece.
Vale a pena descobri-los.

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