Narrativas em quadrinhos, humor, cinema noir e amor. É com essa combinação que o cantor, compositor e multi-instrumentista Ed Motta lança Piquenique, seu décimo álbum. Diferente do disco Chapter 9, de 2008, que é marcado por letras soturnas e em inglês, o novo trabalho é considerado “solar” e traz letras dançantes e bem-humoradas, revivendo todo o swing que destacou o cantor no cenário musical com o seu Manual prático para bailes, festas e afins, de 1997. “Estou sempre fugindo da sequência de mim mesmo. Vim de um álbum mais soturno e fazia tempo que queria um álbum solar. É o disco mais pop que já fiz nesses 20 anos de carreira”, revela.
Transitar pelos diversos estilos musicais não é novidade para o músico, que, além do pop, traz na bagagem composições instrumentais (para o mercado europeu), trilha para cinema e teatro, entre outras. “Tenho um interesse quase científico em transitar pelas diversas áreas do mundo da música. E esse álbum é uma coleção de canções que fui compondo nos últimos tempos e têm essa veia pop muito forte.”
O álbum traz outra novidade: a estreia da esposa, Edna Lopes, na composição de onze das 12 letras de Piquenique. Ela é casada com o músico há quase 20 anos e assina desde 1992 o projeto gráfico dos CDs e cenários dos shows de Motta. “Além do visual, ela tem um envolvimento com a palavra mais intenso. É autora do livro Amana ao Deus dará, que é a primeira graphic novel escrita por uma mulher no Brasil. Meu envolvimento com a palavra sempre foi mais jornalístico”, explica. E como fluiu o trabalho? Ed Motta garante que perfeitamente. “O trabalho foi perfeito, justamente por essa intimidade, cumplicidade e admiração mútuas. Sou descendente de italiano. Então, para mim, trabalhar em família é o que está certo”, brinca. Rita Lee assinou a parceria na faixa Nefertiti.
Enquanto prepara sua turnê em maio para a Argentina, Uruguai, Chile e, depois, Europa, Ed Motta fala dos discos que se tornaram referência para o seu trabalho.©
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