Pelo visto, ainda estamos no Iraque, embora ele tenha nos prometido que sairia de lá no máximo dez meses depois de tomar posse como presidente. Soldados americanos continuam a morrer dentro e em volta de Bagdá e não contente em manter o desastre que Bush criou, ele está criando o seu próprio ao alimentar a guerra no Afeganistão. Vão longe, ao que parece, os dias em que o Presidente era o "Comandante-em-Chefe dos militares norte-americanos. Seus generais agora dizem o que deve ser feito. Não apenas "aconselham". Deixam claro que ele não pode sair do Iraque e que na verdade estaremos lá durante muitos anos e que milhares de novos soldados serão necessários para sustentar até o governo fantoche em Cabul e para impedir que os talibãs invadam a capital. Esta é a "mudança em que podemos acreditar". Mais guerra, mais mortos e bilhões de dólares desperdiçados a cada mês para subjugar dois países que têm uma longa e rica história de expulsar "pretensos conquistadores".
Sei que provavelmente tudo isso não passa de uma fantasia pessoal, mas não posso deixar de imaginar o que vai acontecer quando o povo americano finalmente se levantar contra esta junta militar-corporativa (e seu fantoche) e tomar de volta o que legalmente pertence a ele. Qual será a última palha que vai arriar as costas do camelo? Qual das muitas crises que a nação enfrenta irá acender o barril de pólvora da ira que está crescendo rapidamente? A derrota dos nossos exércitos no Iraque e Afeganistão, a desvalorização do dólar americano, ou o reconhecimento de que a corrida de Wall Street atual tem pouco a ver com a economia real e que o pior ainda está por vir? É difícil dizer, mas sei que mais cedo ou mais tarde alguma coisa tem de mudar.
John Hemingway, neto do célebre escritor norte-americano Ernest Hemingway, é escritor, tradutor e historiador formado pela Universidade da Califórnia (UCLA).
Nenhum comentário:
Postar um comentário