8.31.2009

No surfe, uma nova forma de encarar a vida


Enviado por Renato de Alexandrino -

Henrique Saraiva é um exemplo para muita gente. Após levar um tiro durante um assalto em dezembro de 1997 e perder os movimentos da cintura para baixo, este carioca de 30 anos se recuperou aos poucos e, em 2001, aceitou a pilha do amigo Marcos Sifu (um dos maiores especialistas em aéreos do Brasil) e resolveu surfar. Com uma prancha de kneeboard, Henrique desceu reto em sua primeira onda, o que foi o suficiente para não largar nunca mais o esporte.
- O surfe melhorou minha autoestima. Ajudou e ajuda muito na minha recuperação motora, além de fazer bem para minha coluna. Se eu fico um tempo sem surfar, sinto mais dores. E é muito bom ter o contato com a natureza e praticar um esporte junto com meus amigos, de igual para igual - conta.
Em 2007, Henrique resolveu que era hora de fazer pelos outros o que Sifu havia feito por ele. E, com dois amigos, fundou a Adaptsurf, uma entidade que promove e divulga o surfe adaptado para pessoas com deficiência e luta por melhorias na acessibilidade das praias.
A Adaptsurf dá aulas gratuitas no Posto 2 da Barra, aos sábados, e no Posto 11 do Leblon, aos domingos, de 10h às 14h - mais informações no site. A entidade tem pranchas e conta com o apoio de amigos, voluntários e algumas empresas. A recompensa, diz Henrique, é inesquecível.
- Posso dizer que 99% dos alunos não frequentava à praia desde que ficou deficiente. O resultado é ótimo. Eles ficam maravilhados, a família agradece, vejo pessoas com os olhos cheios d'água. Nada paga isso. Posso não ganhar dinheiro algum, mas mudo a vida das pessoas e isso me conforta demais.

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