8.11.2009

Festival de Gramado: A canção de Helena Ignêz ecoa pela Serra Gaúcha

Enviado por Rodrigo Fonseca - De Gramado -

Musa da filmografia de Rogério Sganzerla (nascido em 1946 e morto em 2004), a atriz Helena Ignêz leva esta segunda-feira para a telona do Palácio dos Festivais, em Gramado, seu primeiro exercício como realizadora de longas metragens de ficção: "A canção de Baal".

- Meu filme é um experimento que, segundo Ismail Xavier, um importante crítico, reúne elementos de importantes obras do cinema e do teatro brasileiro - disse Helena na coletiva de imprensa de "A canção de Baal", uma releitura da obra teatral de Bertolt Brecht. - Eu acredito num tipo de cinema que encara a denúncia como parte da arte. Eu acredito num cinema que leva o espectador a entender mais da vida e mais da própria experiência artística. A importância de discutir Brecht é a possibilidade de se entender a partir dele o próprio modo de fazer cinema.

Ao longo de 77 minutos, "A Canção de Baal" acompanha as aventuras antropofágicas de um poeta e cantor (vivido pelo músico Carlos Careqa) que roda o mundo colecionando histórias de amor em sua busca pela beleza. Devotado à transgressão, "Baal" promete surpreender a plateia de Gramado com suas reflexões nada ortodoxas sobre o querer e sobre a poesia.

- Assim como Jimi Hendrix queria que a música nos fizesse encontrar uma dimensão celestial, Rogério Sganzerla, com quem eu fui casada, esperava que o cinema pudesse nos fazer chegar à essa mesma dimensão. Ele queria a dimensão de uma percepção celestial. É isso que eu quero para o cinema também - diz Helena.

A diretora ja tem outro longa engatilhado para 2010: "Luz nas trevas - A volta do bandido da luz vermelha", uma continuação do cultuado filme de 1968. Desta vez, o cantor Ney Matogrosso é o protagonista. Quanto a "Canção de Baal", Helena, que exibiu uma versão dele no canal Brasil, já tem planos para sua distribuição. Ela, inclusive, pode ser facilitada em função do número de Kikitos que o filme receber.

- Eu vou tentar lançar "A canção de Baal" em um circuito digital. Embora seja um filme muito independente, sei que tem seu público.

Veja trechos do filme:

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