7.03.2009

Canto e interpretação a céu aberto para o autor de Os Sertões durante a FLIP

Ruas de Paraty se transformam em palcos para homenagem ao centenário da morte de Euclides da Cunha; realização é de artistas do Sul Fluminense

Poesias e canto em meio à literatura vão movimentar as ruas de Paraty na noite do dia 3 de julho, sexta-feira, durante a 7ª Edição da Flip - Festa Literária Internacional de Paraty. Desdobramento do livro ‘Quatro Cantos de Euclides’, de Thiago Cascabulho, o espetáculo teatral ‘Cantos de Euclides’ vai representar e relatar quatro fases da vida do escritor, cujo centenário de morte é completado em agosto deste ano.
Quando o relógio marcar 21 horas e 30 minutos desta sexta-feira, as principais ruas da cidade serão tomadas por quarenta artistas - atores, músicos, dançarinos - que seguirão em meio ao público, que poderá optar por interagir ou apenas contemplar a homenagem. Serão cinco paradas/etapas. Cada uma representa uma fase da vida e obra do autor de Os Sertões.
O espetáculo se inicia em frente à Igreja do Rosário, com o maculelê que apresenta os personagens. Elenco e público partem para a frente da Casa da Cultura, onde uma roda de samba – que conta os primeiros anos do militar e engenheiro Euclides – aguarda. Em seguida, todos são levados até a Igreja de Santa Rita para conhecer o baião que fala sobre Os Sertões. Ao final da canção, o público é convidado a olhar para a orla, onde um barco passa com violeiros que tocam a moda de viola que narra as aventuras de Euclides da Cunha na Amazônia. Mais adiante, no próprio gramado da Santa Rita, o espetáculo culmina em uma grande roda de ciranda, representação tradicional do imaginário popular brasileiro. “ A ciranda arrisca a suspender o quinto tempo, o quinto canto a Euclides: a celebração festiva em sua memória. Um coletivo de guerreiros”, define o ator Rafael Crooz, membro do Coletivo Sala Preta.
Quem protagoniza, e relata, essa estória é um sobrevivente da Guerra de Canudos. “Na volta da campanha de Canudos, Euclides traz consigo um sobrevivente, um órfão de seis anos. Décadas depois, no ano do centenário da morte do escritor, a voz do Jaguncinho canta a vida e a obra de seu salvador pelas ruas da histórica Paraty , explica Crooz.

As canções, compostas por Bianco Marques exclusivamente para o espetáculo, fazem referência direta ou indireta aos textos do próprio Euclides da Cunha ou a acontecimentos de sua vida. Por exemplo: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte”, presente nos versos 1 e 2.

Cantos de Euclides é uma realização do Coletivo Teatral Sala Preta, com direção artística assinada pelos integrantes Bianco Marques, Danilo Nardelli e Rafael Crooz e direção de produção de Marcelo Bravo. A produtora carioca Caraminholas assina a co-produção. Diversos grupos artísticos da Região Sul Fluminense participam com percussão, interpretação, coral e quarteto de cordas.

Entre as participações: Grupo de Estudo de Percussão do ECFA, Grupo As Bastianas, Projeto Música nas Escolas de Barra Mansa (Prefeitura Municipal), além dos atores: Thiago Delleprane, intérprete de Euclides da Cunha, Luana Dhickman, Suzana Zana, Sara Bentes, Marinêz Fernandes , Lúcio Roriz, Aline Mara, Clarissa Anastácio, Diane Tavares, Elisa Carvalho, Jessica Zelma e Lucas Fagundes.
Patrocínio : UBM -Centro Universitário de Barra Mansa e Transporte Generoso.

-A programação pode ser conferida no site do evento (www.flip.org.br).
Tanto o livro Quatro Cantos de Euclides quanto o espetáculo teatral integram o Movimento 100 anos sem Euclides (www.projetoeuclides.iltc.br), que promove enumeras atividades por todo o Brasil no ano de 2009.

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