6.05.2009

Erasmo Carlos lança disco com parcerias inéditas com Nando Reis e Nelson Motta e homenagem às mulheres

Christina Fuscaldo

RIO - Há tempos vinham cobrando que Erasmo Carlos fizesse um disco de rock. Pois bem. O músico reviveu seus tempos de Tremendão, fez parcerias inéditas com Nelson Motta ("Chuva ácida" e "Noturno carioca"), Nando Reis ("Um beijo é um tiro" e "Mar vermelho") e Chico Amaral ("Noite perfeita" e "A guitarra é uma mulher"), convidou Liminha para a produção e Dadi Carvalho para tocar e gravou "Rock'n'roll". O álbum chega às lojas nesta sexta-feira, dia do seu aniversário de 68 anos.
- Liminha e Dadi alternaram baixo e guitarra. O mais interessante é que eles nem se falavam. De acordo com a música, entravam no estúdio sabendo o que iam tocar. E os parceiros, são novas formas de linguagem. Nando é um músico que faz letra, e ele escreveu para mim. Chico Amaral, conheci através do empresário do Skank, e ele já havia feito uma música chamada "Erasmo Carlos de Rotterdam" - conta o músico.
Com 12 faixas, o CD lançado pela gravadora Coqueiro Verde traz melodias simples ("a harmonia é semelhante a de um monte de músicas, é rock'n'roll básico"), e letras criativas, ao estilo do Tremendão. Destaque para "Cover", na qual Erasmo se confessa um imitador de si mesmo. A ideia surgiu de repente, no dia em que ele se deu conta de que nunca havia visto um cover seu.
- Isso é surpreendente. Soube uma vez que havia um ator que me imitava no teatro, mas eu não vi. Tem pessoas que são boas para caricatura. Roberto Carlos é uma delas - diz.
Mas a grande homenagem do disco é para as mulheres. Lilith, Paula Toller, Luluzinha, Lady Di, Sharon Stone, Salomé, Mata Hari... Mesmo que algumas tenham ficado de fora, "Olhar de mangá" é dedicada àquelas que tem "olhar de pidona". Para ele, na verdade, todas tem.

" Toda mulher sempre terá um olhar de pidona mesmo que esteja fechado na hora da entrega "-

Ficaram de fora mais de um milhão de mulheres, que não couberam na música. Ao escrever esta letra, queria dizer que toda mulher sempre terá um olhar de pidona mesmo que esteja fechado na hora da entrega - romantiza.
Filho de Erasmo, Gil Eduardo gravou bateria em "Noite perfeita" e João Barone, do Paralamas do Sucesso, pegou nas baquetas em "Mar vermelho" e "Celebridade". Esta última é uma critica escrita por Liminha e pela atriz Patricia Travassos e musicada pelo Tremendão. Para dar um toque jovial a "Chuva ácida", "Um beijo é um tiro", "Noite perfeita" e "Encontro às escuras", Erasmo Carlos convidou para fazer os vocais os músicos Pedro Dias e Luiz Lopez, integrantes da banda Filhos de Judith:
- O Liminha indicou os meninos e, de cara, achei o nome da banda ótimo. Vocal não é uma coisa muito usada no Brasil e eu adoro. Eu vim de conjunto vocal.
Solteiro e feliz, Erasmo Carlos vive uma fase de muito trabalho. Além do lançamento do disco, ele tem se dedicado à finalização do livro que lançará em setembro.
- Está quase pronto. Estamos escolhendo fotos, pegando autorizações. Só não sei o título ainda. O livro tem casos biográficos, que aconteceram comigo, com artistas que conheço e com a família - adianta.
Mas, segundo ele, o importante não é o personagem, mas a piada.
- Escrevi à mão e meu filho passou para o computador - diz Erasmo, já arrancando gargalhadas

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