9.22.2010

Ednardo, o bendito maldito e sua Massafeira Livre.

Alex F. Cortez

Depois do vôo nas asas do seu Pavão Misteriozo no inicio dos anos 70, Ednardo virianos brindar ao longo de sua carreira, com um rosário de belas canções. Conheceu o sucesso a popularidade e o esquecimento. Talvez tenha pagado o preço por sua opção estética em relação a sua arte. De sua padaria espiritual saíram o pão do mais puro trigo em contraponto com o que é servido hoje, neste grande circo dos bigbrothers
da vida. Ednardo é seguramente um artista que sempre procurou valorizar a qualidade do seu cantar.

Conhecido no Brasil inteiro, com um público fiel, mas que não traduz em números a qualidade de sua música, Ednardo produziu ao longo de sua carreira, 14 discos, quatro trilhas sonoras para o cinema e mais um punhado de compilações. Teve também várias de suas músicas, gravadas por outros artistas.

Ednardo tem hoje 65 anos, mora no Rio de Janeiro e estará ao lado de Fagner no dia 28 de setembro em Copacabana no Modern Sound promovendo o relançamento do disco Massafeira Livre, produzido em 1979. Neste disco foram reunidos vários artistas cearenses num projeto coletivo pouco conhecido no eixo Rio-São Paulo, mas que teve uma enorme importância para a MPB pela quantidade de artistas que foram lançados na época, e pela qualidade do que foi mostrado.

A seguir, um texto de apresentação do disco Massafeira Livre.

Massafeira começou faz muito tempo, até bem antes do que quando se materializou em forma de um grande ajuntamento de som, imagem, movimento, poesia e muita gente transando tudo isso, numa efervescência febril, bela e loucamente solta durante quatro dias. Era como se fosse o carnaval mudando de data e mais verdadeiro, março de 79/Fortaleza. De lá pra cá muita coisa aconteceu, inclusive o registro aqui de uma pequena, porém significativa parte do que se cantou por lá. Este espaço extremamente pouco para transmitir e transportar o que se guardou, maturou e explodiu num pique de energia, na cabeça de cada pessoa presente àquela alegria imensa. No espanto da descoberta que não se traduz a mágica reza das palavras vestidas de canção na boca plural de todos nós, o chifre deste carneiro apontando o infinito do caminho e a certeza dessa força, motor da transformação e evolução plena, constante nesse imenso estoque de dias que o sol tem pra nascer, se pôr e nascer de novo. (Transcrito da contracapa do disco Massafeira livre)

Pelo visto, assim como as pedras e os dados, Ednardo, este verdadeiro Mago da Música Popular Brasileira continua por aí... Rolando.

Salve Salve, Ednardo!

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