Eram tempos difíceis para o Rei do Pop. Afundado em dívidas, Michael Jackson se preparava para uma série quase absurda de shows que aconteceriam em Londres. O retorno do maior ícone da música não poderia ser diferente, teria que ser triunfal. Do lado de cá, os fãs recebiam notícias de que o perfeccionista Rei estava exausto, mas ensaiando como nunca. No entanto, no dia 25 de junho de 2009, seguidores de Michael Jackson receberam a notícia difícil de assimilar: o Rei estava morto. Entre boatos, notícias desencontradas e muita comoção, sites, jornais e TVs americanas corriam para confirmar o que não queriam.
O tenente Fred Corral, porta-voz do IML, disse à rede de televisão CNN que Jackson foi declarado morto às 14h26. "Posso dizer neste momento que fomos informados por investigadores do Departamento de Polícia de Los Angeles Oeste que Jackson foi levado para o hospital. Ao dar entrada, estava sem os sinais vitais e foi declarado morto por volta das 14h26", declarou Corral.
Com a morte de Michael, o público logo correu atrás de um culpado. Conrad Murray, médico particular do popstar surgiu como alvo nos dias posteriores até ser indiciado formalmente por "homicídio involuntário". No dia 23 de março, o promotor-geral da Califórnia, Jerry Brown, anunciou que pediria oficialmente à justiça a retirada do direito de Murray exercer a medicina, já que sua "conduta e imprudência com os medicamentos e tratamentos que utilizou com Michael Jackson o tornavam perigoso para o público".
Murray foi acusado em fevereiro de homicídio involuntário de Jackson, morto no dia 25 de junho em Los Angeles, após uma overdose de medicamentos e uma intoxicação com o anestésico Propofol. Sua morte foi constatada vinte minutos depois de receber uma injeção de Propofol, enquanto o doutor Murray se ausentou para atender a uma ligação telefônica.
Um ano depois
Em audiência realizada no último dia 14 de junho, a Justiça da Califórnia optou por manter o registro profissional de Conrad Murray e marcou para o dia 23 de agosto uma nova audiência que definirá o futuro do médico, acusado de homicídio culposo.
O juiz Michael Pastor disse que não tinha competência legal para cassar o registro profissional de Murray, conforme haviam pedido as autoridades estaduais. Diante dos pais de Jackson, ele explicou que um juiz anterior já havia proibido Murray de usar anestésicos, e que por isso ele próprio não poderia impor novas sanções ao médico.
Na audiência de 23 de agosto, serão avaliadas as provas existentes, para que o juiz decida se Murray deve ser levado a julgamento. Mas o juiz, os advogados e a promotoria pareceram de acordo com o eventual adiamento da audiência, conforme o processo progredir e novas audiências forem convocadas.
O último dia
A rotina de Michael Jackson estava intensa. De acordo com o jornal Times, faltavam oito ensaios em Los Angeles antes do popstar embarcar para Londres, local onde seriam as apresentações. Os dias seguintes foram marcados por atrasos e o cantor reclamando de muita dor. No dia 24, Michael teria se atrasado três horas para o ensaio.
A última noite de Michael foi onde passou boa parte de sua vida: no palco. Segundo reportagem da revista Time, o popstar ficou bom tempo no ginásio Staples Center, e deixou o local por volta da meia-noite.
A vida de Michael
Cantor, empresário, compositor. O multifacetário artista esteve sempre envolvido em polêmicas. Já foi alvo de crítica dos jornais de todo mundo por tentar mudar a aparência. Além das inúmeras cirurgias, a controvérsia sobre sua doença incurável, o vitiligo, ainda paira. A opinião pública o critica pelo fato dele não aceitar sua cor, negra. Relembre alguns fatos importantes da vida de Michael Jackson:
Infância e adolescência
Michael Jackson nasceu em 29 de agosto de 1958 em Gary, Indiana, o sétimo de nove irmãos. Cinco dos irmãos Jackson - Jackie, Tito, Jermaine, Marlon e Michael - apresentaram-se juntos pela primeira vez num programa de calouros quando Michael tinha 6 anos. Eles levaram o primeiro prêmio.
O grupo mais tarde se tornou o The Jackson Five, e, quando assinou contrato com a gravadora Motown Records, no final dos anos 1960, passou por uma metamorfose final, tornando-se The Jackson 5. Michael Jackson fez seu primeiro álbum solo em 1972.
Sucesso
Jackson lançou Thriller em 1982 e o álbum se tornou um sucesso estrondoso que rendeu sete singles que figuraram entre os Top 10. O álbum vendeu 21 milhões de cópias nos Estados Unidos e pelo menos 27 milhões em todo o mundo.
No ano seguinte ele apresentou a dança moonwalk (andar da lua), que virou sua marca registrada, quando cantou Billie Jean durante um especial da NBC.
Acredita-se que ao longo de sua vida Jackson tenha vendido cerca de 750 milhões de álbuns, o que, somado aos 13 prêmios Grammy que ele recebeu, faz dele um dos artistas de maior sucesso de todos os tempos.
Acusações
Em 1993 Michael Jackson foi acusado de abusar sexualmente de um menino de 13 anos, e a polícia invadiu seu rancho Neverland, na Califórnia.
No mesmo ano, Jackson anunciou que se tornara dependente de analgésicos e cancelou repentinamente uma turnê mundial que faria para promover seu álbum Dangerous.
Em 1994 ele fechou um acordo extrajudicial de valor mais tarde anunciado como tendo sido 23 milhões de dólares com a família do garoto que foi acusado de abusar.
Casamento e família
Em 1994, Jackson se casou com a filha única de Elvis Presley, Lisa Marie, mas o casamento terminou em divórcio em 1996. No mesmo ano Jackson se casou com Debbie Marie Rowe e eles tiveram dois filhos antes de se separarem em 1999. Eles nunca viveram juntos.
Jackson tem três filhos, chamados Prince Michael I, Paris Michael e Prince Michael II, este último conhecido por um momento público breve em que seu pai o segurou para fora da sacada de um hotel, provocando alarme generalizado.
Mais controvérsias
Um documentário de TV, Living with Michael Jackson, foi ao ar em 2003, dizendo que Jackson recebia garotos para dormir em sua casa e que teve seu terceiro filho com uma mãe de aluguel. Jackson pôs no ar seu documentário próprio, rebatendo as alegações.
Em 2005 ele foi levado a julgamento, acusado de molestar um garoto de 13 anos em 2003 e de conspirar para sequestrar o garoto. Se fosse condenado, o cantor poderia passar quase 20 anos na prisão.
O julgamento levou quatro meses e terminou em junho de 2005 com sua absolvição de todas as acusações. Desde o fim do julgamento, Jackson passou um período no Barein, na Irlanda e na França.
Volta por cima?
Depois de vários recomeços falsos, Jackson e a promotora musical AEG Live anunciaram que ele faria 50 shows na 02 Arena em Londres. A previsão era que ele começaria os concertos em 13 de julho. Jackson vinha ensaiando na região de Los Angeles para os shows em Londres, cujos ingressos esgotaram horas depois de começar a ser vendidos, em março.
Com informações da Reuters e AFP.
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