Antes da bossa, Doris Monteiro cansou de partir corações masculinos
Ela já era "cool" antes que as pessoas por aqui sequer soubessem o que era isso –ponha aí comecinho dos anos 1950. Fazer vibrato com a voz, à maneira de Dalva ou Elizeth, nem que quisesse –não conseguiria. E seu estilo, desde sempre, passava uma segurança adulta, uma "sagesse", que já despertava maus pensamentos em quem só a conhecia de ouvi-la no disco ou no rádio.
Um estilo que se conta por alguns dos grandes sambas que ela apresentou ao mundo: "Mocinho Bonito", de Billy Blanco; "Graças a Deus", "Joga a Rede no Mar" e "Dó Ré Mi", de Fernando César; " Palhaçada", de Luiz Reis e Haroldo Barbosa (sim, antes de Miltinho!); " O Que Eu Gosto de Você", de Silvio César; " Mudando de Conversa", de Mauricio Tapajós e Hermínio Bello de Carvalho; " Alô, Fevereiro" e " É Isso Aí", de Sidney Miller. No meio disso, veio a bossa nova e descobriu que Doris já cantava " daquele jeito". Daí que algumas bossas mais complexas caíram no seu colo, como se só estivessem esperando por ela para ficar eternas: " Tristeza de Nós Dois", de Durval Ferreira, Mauricio Einhorn e Bebeto Castilho; " Samba de Verão", de Marcos e Paulo Sergio Valle; " Baiãozinho", de Eumir Deodato; " Sambou... Sambou", de João Donato.
E, numa fase posterior da música, Doris se apossou de temas que, depois dela, outros tiveram dificuldade de encarar, como " De Noite na Cama", de Caetano Veloso, ou " Viagem", de João de Aquino e Paulo César Pinheiro.
E há a sua beleza. Num filme de 1957, a chanchada "De Vento em Popa", deu-se a epifania. Todos sabiam que Doris era bonita, mas ninguém imaginava promovê-la a deusa até vê-la cantando " Dó Ré Mi" para o galã Cyll Farney, numa sequência que nem parecia de filme brasileiro. (..SERAFINA)
Mais sobre Doris MonteiroDóris Monteiro é uma das mais talentosas cantoras do Brasil. Estreou na carreira muito jovem, em 1952 como atriz no filme "Tudo é Música" (dir. Luiz de Barros). Com carisma e uma bela plástica, Dóris chamava muita atenção. Em 1953, por sua excelente atuação no filme "Agulha no Palheiro" foi homenageada com o Prêmio de Melhor Atriz.
Dóris durante esses primeiros anos de carreira, dividia-se como cantora e atriz. No Rádio era um sucesso, chegando a ser coroada Rainha do Rádio.
Seu estilo musical voltado para samba-canções e músicas românticas foi alterado com a chegada da Bossa Nova. Dóris se identificou plenamente com o movimento musical, e o gênero encontrou na cantora uma de suas maiores intérpretes.
Em 1976, Dóris foi tema do especial "Documento" da Rede Bandeirantes. Além de entrevistada, cantou três sucessos: "Dó-Ré-Mi", "Mocinho Bonito" e "Palhaçada
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