12.08.2009

15 anos sem Tom Jobim nesta terça

Do JC Online

Nesta terça-feira (8), completam 15 anos da morte de Antônio Carlos Jobim. Autor de clássicos como "Águas de Março", e "Wave" e conhecido como o "maestro soberano", Jobim morreu em 1994, após a retirada de um tumor na bexiga, num hospital em Nova Iorque, onde morava. Conhecer sua produção musical, bem como sua intimidade, significa entender a música popular brasileira e como ela ficou conhecida no mundo todo.
Numa recente votação da revista Rolling Stone Brasil, Jobim foi eleito o artista brasileiro mais importante de todos os tempos. A eleição levou em conta a opinião de críticos, jornalistas especializados e artistas. Pudera. Pianista, compositor e maestro, Jobim deu "cara e voz" à música brasileira, criando uma referência, inventando um jeito de tocar original. Foi dele que partiu a Bossa Nova, até hoje a experiência mais exitosa entre os ritmos brasileiros no exterior.
Desde sua aparição na noite carioca, no início dos anos 1950, chamava atenção pelo estilo improvisador dos seus sambas, além da qualidade das letras. Ligado à boêmia do Rio de Janeiro, acabou exportando mais tarde um estilo de vida brasileiro que chegou a se tornar clichê: sedutor, diletante, apaixonado. Nos EUA, chegou a fazer duetos com Frank Sinatra, além de ter shows lotados nas principais casas de Nova Iorque.
Por ele, a escritora Rachel de Queiroz, se derramou em elogios. Sobre a letra de "Águas de Março", imortalizado na parceria de Tom com Elis Regina, ela escreveu no jornal Última Hora, em 1973: "coisa bela e estranha, dura; fere o coração com um toque de pedra e depois o afoga na cheia das águas. Promete e recorda, memória de infância e angústias da força do homem. E até num velho pode suscitar nostalgias antigas". O impacto que suas letras sobre amor, natureza e Rio causaram à época repercute ainda hoje. Sua aparição injetou ânimo na MPB com inovações na melodia, no modo de tocar e de compor.
TRAJETÓRIA - Nascido em 1949, Tom Jobim chegou a cursar Arquitetura, mas logo abandonou e foi estudar piano. Tocava em bares de Copacabana em 1950 quando foi contratado em 1952 pela gravadora Continental. Em 1956, ficou conhecido pela ópera "Orfeu do Carnaval", feita em parceria com Vinícius de Moraes. Foi um dos idealizadores da Bossa Nova, inaugurada em 1959, no disco "Chega de Saudade", de João Gilberto. Até então desconhecido, Gilberto seria um dos principais intérpretes de Jobim e o responsável por tornar conhecidas muitas de suas músicas.
Após "Chega de Saudade", com direção musical e arranjos de Tom Jobim, a Bossa Nova explodiu no mundo inteiro, chegando a ganhar um festival em Nova Iorque, em 1962. Seu namoro com os EUA durou várias décadas, mas o ápice foi o disco gravado ao lado de Frank Sinatra, em 1967. Criticado por se tornar "americanizado", tornou célebre a frase: "Morar em Nova York é bom, mas é uma merda. Morar no Brasil é uma merda, mas é bom".
O último disco de Jobim, "Antonio Brasileiro" foi lançado em 1994, meses antes de sua morte, por complicações de um câncer nos rins.





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