por Ricardo Noblat -
O senador José Sarney (PMDB-AP) passou o dia, ontem, nervoso. Suas mãos tremiam. O rosto estava congestionado. A família temeu pela saúde dele.
Hoje, quem esteve com Sarney encontrou um homem calmo, em paz. É sinal de que tomou uma decisão quanto ao seu futuro. Aguarda somente a chegada de Lula ao Brasil para informá-lo em primeira mão.
Sarney não se licenciará do cargo de presidente do Senado - renunciará a ele. Informou à mulher e aos filhos.
A licença prolongaria seu desgaste. E a presidência do Senado ficaria entregue a Marconi Perilo, o primeiro-vice-presidente.
Perilo é do PSDB. E Lula o detesta. Foi Perilo que alertou Lula sobre o pagamento de mesadas a deputados federais muito antes de Roberto Jefferson detonar o escândalo do mensalão.
Lula não deu bola ao que ouviu de Perilo. E Perilo, depois, lembrou publicamente que advertira Lula a respeito.
A renúncia obrigará o Senado a eleger um novo presidente em um prazo de dois meses. Como dono da maior bancada, o PMDB indicará o nome para substituir Sarney.
É possível que Lula demova Sarney da decisão de renunciar? Possível, é. Mas não é provável. Sarney poderá argumentar que foi abandonado pelo próprio partido do presidente - o que é verdade.
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