É difícil encontrar um qualificativo quando se trata de definir ações premeditadas do jornal O Globo, e de boa parte de seu quadro de dirigentes de redação, no sentido de distorcer os fatos da vida real. Sempre, é claro, protegendo seus cúmplices nas altas esferas do grande capital, e procurando difamar os que, na vida pública, se alinham com os interesses dos que vivem do trabalho e do salário.
Não. Não estamos retomando a vergonhosa e parcial cobertura dos episódios relativos a Gilmar Mendes, e o inexplicável habeas corpus a Daniel Dantas, versus a corajosa intervenção do ministro Joaquim Barbosa; ou a operação Satiagraha, conduzida pelo delegado Protógenes. Nesses episódios já ficou bastante claro de que lado se colocou o jornalão. E ficou claro, também, seu fracasso na tentativa de manipulação da opinião pública.
Estamos nos referindo à desonestidade do destaque dado na edição de sábado, 9 de maio, à noticia sobre a utilização de passagens por parte da Senadora Heloisa Helena.
Este jornalão sem vergonha, com uma história marcada pela cumplicidade com o que houve de mais grave em ataques à democracia em nosso país, resolveu fazer manchete de página com a informação de Heloisa ter utilizado sua cota de bilhetes para deslocamento, entre Maceió e Brasília, de seu filho Ian.
Reparem bem o roteiro de viagem. Não se trata de Paris, nem Havaí. Trata-se de deslocamentos do filho da senadora, entre Maceió e Brasília, sua base de trabalho como presidente do PSOL.
Mas o jornalão não opera pela lógica do fato objetivo ou da isenção em relação aos fatos. O que não é de surpreender, tendo em vista o descaramento com que atacou entidades simbólicas - OAB e ABI - na luta contra a ditadura que apoiou durante todo o tempo, marcando o Jornal Nacional como porta-voz do regime autoritário. O que não é de surpreender, tendo em vista o descaramento na omissão de qualquer notícia positiva sobre a senadora e o PSOL.
O jornalão não cita em destaque, nem estampa fotos, quando as pesquisas mantêm a senadora em excelente posição nas pesquisas presidenciais, sempre à frente de Aécio Neves ou Dilma Roussef. Pelo contrário, cita e publica as fotos dos que vêm depois dela.
Algum leitor do jornalão tomou conhecimento dos atos de mobilização promovidos pelo partido da Senadora, o PSOL, como o ato contra o ministro Gilmar Mendes, em frente ao STF, com mais de 500 presentes? Não. Mas recebeu a resposta, como sempre agressiva e oligárquica, que o ministro deu no dia seguinte, quando afirmou que juiz não deve ouvir o "qualquer um da esquina".
Os leitores do jornalão não souberam também que, na cidade onde o jornalão é editado, um comício na Cinelândia com mais de 1500 participantes se realizou, por iniciativa do PSOL e da Fundação Lauro Campos, em protesto contra as manobras do capital, com apoio do governo Lula, para transferir aos trabalhadores o ônus da crise. Um comício onde se prestou solidariedade ao delegado Protógenes pelo combate a que se entregou contra o verdadeiro crime organizado em nosso País. Mais importante para o jornalão era, naquele mesmo dia, noticiar que o senador Dornelles havia sido reeleito para a presidência de seu inexpressivo partido.
Lamentavelmente, na mesma noite, o noticiário televisivo da Bandeirante mostrava sua submissão ao concorrente, operando a notícia com a mesma desonestidade que o jornal o fizera na manhã. Enquanto o próprio Jornal Nacional se omitia sobre o fato, o jornal da Band dava destaque somente a Heloisa Helena no novo "furo de reportagem." E mentindo, quando informou ter ela se recusado a dar entrevista. A Senadora não havia sido contatada.
A Fundação Lauro Campos e o PSOL não reconhecem ao jornal o Globo e à TV Bandeirantes, porta-voz do agronegócio predador, nenhum papel de fiscal da moralidade pública. Pelo contrário. Lamenta que ambos, com a cumplicidade de alguns dirigentes das redações, repetimos, tratem a informação como mercadoria a ser comprada ou vendida. E por isso se empenham na luta constante pela transformação qualitativa de nossa sociedade, na qual o conceito de democracia se afirme não pela cretinice da "liberdade de opinião" dos donos de empresas de comunicação, mas, sim, da liberdade de opinião da cidadania como um todo, contra o poder manipulador desses proprietários de meios de comunicação.
Heloísa Helena"Tenho a minha CONSCIÊNCIA ABSOLUTAMENTE TRANQUILA pois TUDO que foi feito durante o meu HONRADO Mandato de Senadora está TOTALMENTE de acordo com a Legalidade Institucional vigente. NUNCA fiz nenhuma Ilegalidade ou Imoralidade na minha vida Pública ou Privada. Repito NUNCA!! NÃO faço parte de nenhum dos Bandos Políticos de Alagoas e Brasília que fazem orgias, políticas e sexuais, com dinheiro público roubado. NUNCA patrocinei passagens aéreas para Marginais que viajam para articular o Propinódromo da Roubalheira do Eixo Alagoas/Brasília.
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